A urgência das ruas

Apesar de ganharem visibilidade midiática mundial em 1999, durante manifestações na cidade de Seattle, acredita-se que os black blocs tiveram origem na Alemanha Ocidental, no ano de 1980. Mais do que uma ideologia, black bloc é uma tática, não necessariamente violenta, que se diferencia de outras táticas, principalmente por sua caracterização visual – roupa inteiramente preta e máscaras ou óculos escuros. Tem suas raízes no movimento “autonomista” alemão, que praticava uma política igualitária e participativa, sem líderes ou representantes. Os ativistas black blocs não apresentam um perfil homogêneo. Há pessoas que buscam oportunidades para farrear ou extravasar a raiva reprimida, indiferentes à realidade local, mas principalmente cidadãos responsáveis, sensatos, trabalhadores, ativistas altamente politizados: marxistas, anarquistas, feministas, ambientalistas, de ambos os sexos. A maioria, contudo, são homens, jovens e de origem europeia. A tática black bloc já foi utilizada em campanhas contra o pagamento de aluguéis, ocupações de edifícios, transformados em lares e espaço para atividades políticas, e manifestações antiglobalização. Muitos adeptos dizem que o uso da força resulta de uma avaliação política baseada em experiências pessoais frustrantes com ações não violentas. Nesta mesa, o jornalista Bruno Paes Manso e o cientista político canadense Francis Dupuis-Déri abordam as origens e o desenvolvimento dessa tática e a forma como tem sido tratada pela grande mídia e pelo Estado nas manifestações de rua que emergiram no Brasil a partir de junho de 2013.

 

*A palestra faz parte do “Itinerância Sesc - Bienal Internacional do Livro de São Paulo”, que traz convidados da programação cultural da 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo para atividades nas unidades do Sesc

 

As inscrições podem ser feitas a partir de 29 de julho, às 14h, pela Internet ou nas unidades do Sesc em São Paulo.

 

(Foto: Marcelo Camargo / ABr)