Ação Sociocultural: espaços de transformações

Buscamos refletir neste encontro como os modos de produção e processos de criação de um coletivo teatral que, ao se instalar e residir em uma determinada comunidade, estabelece relações de trocas simbólicas com os moradores, criando ali uma cultura teatral. Os processos desenvolvidos pelo Estopô Balaio se explicitam nesta relação com a cidade, apropriando-se do espaço da rua como espaço performativo e de representação. Nos procedimentos propostos pelo coletivo evidenciam-se não apenas a questão antropológica do artista-cidadão, ou o diálogo entre privado e público, mas uma dimensão simbólica que passa a ser ativada. A tomada das ruas pelas ações artísticas em sua multiplicidade transforma atores profissionais, amadores e espectadores em aprendizes de um modo de se fazer teatro que nasce da experiência única desses encontros. Pensaremos no potencial de práticas poéticas que se colocam em relação direta com o entorno e sua história tem de reconfigurar o mapa do sensível, colocando em risco a distribuição dos papéis, dos ritmos de reprodução e submissão e dos territórios.

 

O Estopô Balaio é um coletivo de artistas formado há cinco anos na cidade de São Paulo que conta em sua maioria com a participação de artistas migrantes. Desde 2011, o Coletivo desenvolve uma ocupação no Jardim Romano, bairro do extremo leste paulistano, através de um processo investigativo das realidades sociais dos moradores a partir de suas experiências com as águas das enchentes que assolaram suas vidas durante dez anos. 

 

*No dia 06/12, haverá vivência no projeto “A cidade dos rios invisíveis.” O ponto de encontro será na estação Brás da CPTM.

 

As inscrições podem ser feitas a partir de 24 de novembro, às 14h, pela Internet ou na unidades do Sesc em São Paulo.

 

CABALLERO, Ileana Dièguez. Cenários liminares: teatralidades, performance e política. Uberlândia: EDUFU, 2011.

CORNAGO, Óscar. “Biodrama: sobre el teatro de la vida y la vida del teatro”, Latin American Theater Review (Kansas University) 39.1 (Fall 2005), pp.5-27.

DESGRANGES, Flávio. A inversão da olhadela: alterações no ato do espectador teatral. São Paulo: Hucitec, 2012.

BOURRIAUD, Nicolas. Estética Relacional. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

RANCIÈRE, Jacques. A Partilha do Sensível. Lisboa: Editora 34, 2005.

_________________. O Espectador Emancipado.São Paulo: Martins Fontes, 2012.