Arte e Cidadania em São Paulo

Composto por seis encontros, este curso tem como foco principal as formações culturais na cidade de São Paulo, abordando seus aspectos artísticos, arquitetônicos, linguísticos, entre outros, e apresentando diferentes interpretações sobre como se construiu e vem se desenvolvendo as interações entre os espaços e os habitantes da cidade. Com curadoria e mediação de Anna Lúcia Marcondes.

 

7/8 - A ocupação do espaço brasileiro. Com Daisy Peccinini.

O tema pretende discutir os conhecimentos da arte-educação e da visão interdisciplinar, apoiando-se na história e no olhar social como ponto de referência para a análise dos processos culturais. A palestra aborda a pluralidade étnica e linguística dos grupos sociais de São Paulo, suas inter-relações com o espaço urbano e as vertentes artísticas decorrentes desses intercâmbios. Com um foco no espaço da cidade, na pluralidade da sua formação cultural e étnica, na linguagem e na acomodação de seu povo no dia a dia urbano, as mesclas e as vertentes do fazer artístico serão analisadas. 

 

8/8 - O Corpo - Paulistanidade. Com Maria Christina A. Freire 

O tema em foco discute a ideia de que somos aquilo que construímos, e de que o corpo físico e o corpo da cidade convergem criativamente. O caminho emocional repleto de simbologias do cotidiano nos permite agregar a nossa história pessoal de pesquisa e construção, uma narrativa que pode impregnar as pessoas de nosso convívio. A transformação social e política vêm de um processo de pensamento e organização de narrativas artísticas, vivenciais e não formais. A cultura não se limita à preservação das identidades e tradições, mas se relaciona com o modo de integração social e de superação de desigualdades, de autonomia dos indivíduos e das coletividades, no âmbito dos costumes, tradições, ideias e valores, modos de vida, de subsistência e existência. 

Estão entre os conteúdos a serem debatidos nesta palestra: a difusão sociocultural na formação do indivíduo; as inter-relações entre as heranças culturais atávicas e os costumes coletivos; a cartografia emocional, o pensamento e a comunicação urbana; o processo de organização de conhecimento, segundo os conceitos de “pertencimento” e de “empoderamento”.

 

12/8 - Encontros com o Modernismo. Com Ana Maria Barbosa de Faria Marcondes

A história da cidade de São Paulo do início do século deu-se dentro de um processo de rupturas políticas, éticas e econômicas, que se projetou sob uma atmosfera de dinamismo e crescimento, onde a arte protagoniza e exerce um papel fundamental em parceria ao direito. Um período entre guerras e uma revolução estabelecem uma trajetória consolidada. A partir de uma visão não linear da história, esta palestra investiga o olhar modernista e antropofágico da semana de 1922 à procura de um sentimento nacionalista, refletindo sobre os processos históricos e culturais em suas relações com os movimentos imigratórios. Pretende-se entender os encontros modernistas no período de urbanização da cidade de São Paulo em um tempo em que a provinciana cidade de taipa almejava o patamar das grandes cidades europeias.

 

13/8 - A fotografia do movimento. Com Paulo Klein

Entre a fotografia PB da década de 1960 e o Super 8 dos anos 1980 - uma geração em movimento pelo mundo e por sua abertura política. O encontro tem a intenção de lançar luz sobre a cidade de São Paulo e os movimentos ativistas e artísticos dos anos 1960, 70 e 80, da ditadura à abertura, e debater sobre os referenciais que formaram diversos artistas e representantes da mudança cultural,que o país atravessa hoje.

 

14/8 - Espaço urbano, um olhar antropológico sobre a cidade. Com um dos representantes do Movimento Belas Artes.

No mundo concreto, a realidade e a responsabilidade de nos mantermos vivos nos prende a uma rotina e lugar. Em contraposição subjetiva, o sonho e a liberdade do criar reeditam este roteiro. Em sociedade, nosso direito vai até onde começa o do outro. E buscamos o direito à liberdade de expressão, de pensamentos e sentimentos. O que significa a arte de ocupar? Ou o que a ocupação artística norteia no empoderamento psicológico do viver a cidade, o coletivo? Onde o monumento conversa com a vida comum e com o cotidiano, ao mesmo tempo em que com a arte de rua?

Este encontro debate as leis e o direito social de expressão cultural e artística no espaço urbano, por meio de narrativas visuais, como produções/criações imagéticas que se organizam a partir de uma sucessão de episódios e ocorrências, com imagens que se integram e/ou se vinculam, a exemplos de ensaios fotográficos, animações, vídeos, histórias em quadrinhos, encenações, pixações, grafites, esculturas, pinturas, monumentos, tendo como referência a utilização de espaços públicos e de espaços coletivos de vivência e expressão, no exercício da disseminação cultural.

 

15/8 – Recapacitação do olhar. Com Murilo Pasta

Estamos em um momento de resignificações, de representações, de buscas de sentido. A aceleração trazida pela contemporaneidade mostra que herdamos esta transição de realidades, e acumulamos saberes e fazeres, os quais não são mais alcançados pela velocidade de informações diárias que recebemos, e também em parte pela estafa emocional na procura da posse do presente. Somos hoje, pensamos hoje e agimos hoje. Complexamente, virtualmente, transversalmente. Então, estamos neste ponto, entre a nova educação, o novo espaço e a nova comunicação. Construindo um entrelaçamento entre o Eu interior e o EU exterior, entre a filosofia e a vida, onde os deslocamentos da humanidade se recapacitam. O velho é o novo. O papel da arte é fundamental, pois em seu repertório, memória, relato e permanência, estabelece pontos de referência que norteiam, agregam e transformam, educando e re-significando a realidade. 

A comunicação - palavra derivada do termo latino "communicare", que significa "partilhar, participar algo, tornar comum", neste mundo de tantas diversidades, se realinha. Através da comunicação, os seres humanos partilham diferentes informações entre si, o que torna o ato de comunicar uma atividade essencial para a vida em sociedade. 

 

A partir de conceitos e pontos de referência de artistas e pensadores, esse último encontro tem a intenção de refletir sobre o conceito de cidadania vivencial, a partir da mudança do olhar. Procura, também, instigar a reflexão sobre possíveis posturas criativas na releitura da cidade de São Paulo, da inter-relação com esta e do reconhecimento da finitude pessoal em contraponto à infinitude memorial. Deseja-se, ainda, apresentar os processos de atuação da arte-educação tanto no âmbito da filosofia como no das práticas.

 

As inscrições podem ser feitas a partir de 29 de julho, às 14h, pela Internet ou nas unidades do Sesc em São Paulo.

 

BAUDELAIRE, Charles. SOBRE A MODERNIDADE: O Pintor da Vida Moderna. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. (obra escrita em 1859)

BAUMAN, Zygmunt. O Mal Estar da Pós Modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998.

CASTELLS, Manuel. SOCIEDADE EM REDE. São Paulo: Paz e Terra. 1999.v.1 CASTELLS, Manuel. O PODER DA IDENTIDADE. São Paulo: Paz e Terra. 1999.v.2

LEVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: ed.34.1999.

MORIN, Edgard. O Desafio do Século XXI: Religar Conhecimentos. Lisboa: Instituto Piaget, 2001.

PECCININI, Daisy. Figurações Brasil anos 60. São Paulo: Itaú Cultural: Edusp, 1999(Prêmio Sérgio Milliet ABCA 1999 e Prêmio Arte Cultura APCA 1999).

PECCININI, Daisy. Org. Arte Novos Meios MultiMeios - Brasil anos 70/80. São Paulo: FAAP, 2010.2°ed.

PECCININI, Daisy. Precursores. in 90 anos Depois- A Semana de Arte Moderna 1922/2012. Org: ANA CRISTINA CARVALHO. São Paulo: Acervo Artístico e Cultural dos Palácios do Governo, 2012.

ZANINI, Walter. Org. História Geral da Arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, 1983.2v.

Bibliografia recomendada por Christina Freire

ARENDT, Hannah. A CONDIÇÃO HUMANA Trad. Roberto Raposo. 4ª edição. Rio de Janeiro. Forense Universitária, 1991.

CALVINO, Ítalo.  SEIS PROPOSTAS PARA O NOVO MILÊNIO.  São Paulo, Companhia das Letras, 1988.

DELEUZE, Gilles. CONVERSAÇÕES. Trad. Peter Pal Pelbart. São Paulo Editora 34, 1998.

FREIRE, Christina A. O CORPO REFLETE O SEU DRAMA - Somatodrama como abordagem psicossomática.

FREIRE, Christina A. PRISMA - São Paulo, 2002, Editora Escrituras.

São Paulo, Editora Ágora, 2ª edição.

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ALAMBERTI, F. A Semana de 22, a aventura modernista no Brasil. Scipione, 3ª.ed. São Paulo, 1999 

AMARAL, Aracy. Artes Plásticas na Semana de 22. São Paulo, Editora Três, quinta edição, 1998. Tarsila: sua obra e seu tempo. São Paulo, Editora Três, 2003. 

BATISTA, Marta R. Lima, Yone Soares de. Coleção Mário de Andrade: Artes Plásticas. São Paulo, Instituto de Estudos Brasileiros, 1998. 

BOAVENTURA, M E. 22 por 22: A Semana de Arte Moderna vista pelos seus contemporâneos. São Paulo, Edusp, 2002. 

BRITO, Mário da Silva. História do Modernismo Brasileiro: antecedentes da Semana de Arte Moderna. 3a. Edição. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1971. 

Leituras Complementares 

MARCONDES, Ana Maria B de Faria. Travessia Periférica. A trajetória do pintor Waldemar Belisario. São Paulo, Imprensa Oficial doEstado de São Paulo, 2013 

MELLO E SOUZA. A C. 2000. Literatura e Sociedade: estudos de teoria e história literária. 8 edição. São Paulo. T.A. Queiroz. 

MORSE, Richard. De Comunidade a Metrópole. São Paulo. IV Centenário, 1954. 

MOTA, Carlos Guilherme e Adriana Lopez. Brasil Revisitado. Palavras e Imagens. Editora Rios. 

PRADO, Paulo. Retrato do Brasil. Ensaio sobre a tristeza brasileira. Org. Carlos Augusto Calil, 4ª impressão, 9ª. Ed., São Paulo, Cia. das Letras, 1997. 

TOLEDO, Roberto Pompeu de. A capital da solidão: uma história de São Paulo das origens a 1900, Rio de Janeiro, Objetiva, 2003.

 

CORDULA, Raul - A UTOPIA DO OLHAR, e-BOOK - http://bit.ly/1oa61a4

KLEIN, Paulo - Curadoria e textos. GOUVEIA JR, Antonio Carlos - Organizador. THE ART BOOK BRASIL - Geometrias. São Paulo. Editora Décor, 2010.

Paulo Klein: A fotografia como manifestação artística - www.youtube.com/watch?v=DVIUltNzORk

 

ATCHITY, Kenneth & WONG, Chi-Li. Writing Treatments that Sell. Holt Paperback.

DANCYGER, Ken & RUSH, Jeff. Alternative Scriptwriting. Focal Press.

DOUGLAS, Pamela. Writing the TV Drama Series. Michael Wiese Productions.

DUNCAN, Stephen V. Genre Screenwriting. Continuum Publishing.

GIBBS, Nicholas. Writing the Television Drama. Hodder Education.

MARTIN, Brett. Homens Difíceis. Editora Aleph.

SEGER, Linda. Como Aprimorar um Bom Roteiro. Editora Bossa Nova.