Arte e loucura

Programa

No último século, o encontro do saber sobre os insanos com o fazer artístico culminou na constituição de uma nova problemática crítica com relação a arte. Do ponto de vista dos artistas, a arte dos insanos - assim como das crianças e dos homens primitivos - podia representar uma inspiração estética considerando seu nível de pureza e de não reprodução técnica. Do ponto de vista terapêutico elas comprovavam que, na falta da oralidade, recursos como os da pintura resgatavam as profundezas de um universo desconexo e inconsciente.

Do ponto de vista psiquiátrico, elas contribuíam para o conhecimento do corpo doentio. Estes saberes culminaram em extensas pesquisas e num infindável diálogo entre o universo da arte e da psicologia. Formaram-se conceitos e marcações que buscavam, em suma, delimitar a arte “sã” e a arte “insana”, suas características e o espaço apropriado a cada uma delas, a saber: arte virgem, arte bruta, outsider art, folk art, imagens do inconsciente, arte pura, arte primitiva, dentre outras. Propomos neste curso percorrer esta problemática até culminar na crítica de arte contemporânea aos dias de hoje e em sua reformulação de conceitos e noções sobre a arte dos “insanos”.

As inscrições podem ser feitas a partir de 24 de junho, às 14h, pela Internet ou nas unidades do Sesc em São Paulo.

(Foto: Vagner Carvalho)

Palestrantes

Stefanie Franco

Mestre em Antropologia Social pela FFLCH-USP com a dissertação “22 Dezembro 1938 - Arthur Bispo do Rosário: um estudo antropológico sobre arte e loucura”.