Arte na Era das Redes de Comunicação

Programa

Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação no ato da inscrição, com no mínimo dois dias de antecedência da atividade.
 
A história da arte é usualmente contada cronologicamente, mapeando movimentos e principalmente nomes de artistas.
A noção do autor é ainda forte na arte contemporânea. Se ainda não estamos vendo a era das redes dinamitar totalmente a noção de autor, vemos desde os anos 1960 autores que fomentam a criação coletiva, a partir da participação do espectador na obra, participação corpórea, matérica, presencial.

A pergunta que este curso investiga é se a era das redes pode trazer uma alteração radical nas noções de autoria e do papel do espectador na relação com a obra de arte. Continua a existir uma diferença entre quem é o autor e quem é o espectador?
Como a imagem contemporânea vem destituindo o espectador contemplativo e criando um participador, que constrói a obra de arte junto com o artista? 
Desde o século XVII o sujeito é entendido como alguém apartado do mundo. No modelo cartesiano existe o sujeito e existe o mundo.

Existe a res cogitans e a res extensa. Nas derivações do cartesianismo, existe o eu e o outro. Se o advento das redes cibernéticas desembocar em uma humanidade totalmente interconectada, quais serão as alterações na dicotomia eu-outro? O campo da arte e especificamente a autoria coletiva da arte serão aqui estudados como potências de formação de um eu interconectado em rede com outros eus.

Investigaremos a noção de autoria coletiva em produções da década de 1970 (Hélio Oiticica, Joseph Beuys, Mail Art) e chegaremos a alguns exemplos de redes de colaboração tecidas por artistas contemporâneos como  Cildo Meireles, Ricardo Basbaum, Fernando Velázquez e grupo Superflex.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

Palestrantes

Paula Braga

Professora na UFABC. No mestrado em História da Arte, na University of Illinois, pesquisou a relação entre a obra de Hélio Oiticica e conceitos de Friedrich Nietzsche. O doutorado pelo Departamento de Filosofia da USP, resultou nos livros "Hélio Oiticica: singularidade, multiplicidade" (Perspectiva, 2013) e "Fios Soltos: a arte de Hélio Oiticica" (Perspectiva, 2007).
(Foto: SACT PROEC UFABC)