Cores de Almodóvar

Programa

Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação no ato da inscrição, com no mínimo dois dias de antecedência da atividade.

Surgido em um momento de abertura política e efervescência cultural na Madri pós-franquista, o cinema de Pedro Almodóvar focaliza personagens marginais, desequilibrados, passionais e autobiográficos, movidos pelo desejo. Não só as cores berrantes marcam esse cinema, mas também uma trilha sonora com marcados elementos pop, kitsch e melodramáticos. O presente ciclo objetiva abarcar algumas dessas facetas. 

11/07-La Movida Madrileña e o surgimento de Almodóvar

A aula apresenta o movimento de contracultura espanhol de La Movida,  ocorrido em Madri e nas principais capitais espanholas, no final dos anos 70 e começo dos 80, e o aparecimento de Pedro Almodóvar, que simboliza esta retomada pós-franquista.

A Espanha vivia um renascimento criativo, após 40 anos de ditadura, e as artes visuais, a música e o cinema testemunharam o sentimento de um grupo, que não havia vivido a Guerra Civil (1936-39), nem a Segunda Guerra Mundial, mas sofria as conseqüências cotidianas de um país isolado, que ainda executava opositores do regime, onde quase nada de novo era permitido, até que aconteceu a explosão de cores de La Movida.

Com João Eduardo Hidalgo, Docente da Faculdade de Artes, Arquitetura e Comunicação da UNESP/Bauru.


14/07-Almodóvar e o universo do desejo

Um dos cineastas mais importantes da atualidade, a obra de Pedro Almodóvar gira em torno do tema do desejo. Não à toa. Se para Sigmund Freud, pai da psicanálise, falar de desejo e falar de pulsão sexual são duas maneiras de abordar o mesmo fenômeno, ao criar seus filmes em torno de personagens à margem da vida, o percurso estético do cineasta espanhol explora com propriedade o caminho da inscrição da pulsão à potência desejante dos sujeitos.

De modo que a aula visa acompanhar Almodóvar neste trajeto. Na primeira parte da aula, contextualizaremos o tema "desejo" na obra de Freud, para, em seguida, estabeleceremos, então, o diálogo que entre seus filmes e a psicanálise.

Com Giovanna Bartucci, psicanalista. Professora Doutora em Teoria Psicanalítica, ex-membro efetivo do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. Ganhadora do Prêmio Jabuti 2014. Foi co-curadora da mostra "O Divã no Cinema" e idealizou o programa de webrádio "Cultura no Divã".


18/07-Labirinto de paixões: a música dos "Almodramas"

Estudar a música em Almodóvar é mergulhar em um universo abundante e multifacetado onde coexistem rock, Béla Bartók, boleros, dance, rancheras, Stravinsky, mambo, Miles Davis, canções espanholas, mexicanas, italianas, argentinas, chilenas, cubanas, brasileiras, francesas e alemãs, zarzuelas, funk, Shostakovich, canções e músicas instrumentais flamencas, músicas orquestrais utilizadas anteriormente em outros filmes e música original.

Com Guilherme Maia, doutor em Comunicação, pósCom-UFBA. Professor/pesquisador da Facom e do PósCom (UFBA).

Dar conta da natureza profusa e fragmentária da matéria musical com a qual Almodóvar trabalha, portanto, não é tarefa fácil, mas é uma aventura rica e instigante, sobretudo porque coloca o observador diante de uma inteligência rara no que diz respeito ao uso da música como recurso da expressão cinematográfica e nos ensina muito sobre essa arte.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

(Foto: Gorupdebesanez)

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