Cultura digital e o fim da internet
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O rápido desenvolvimento da internet produziu importantes transformações nas relações sociais. A formação de uma sociedade em rede reconfigurou antigas práticas sociais e possibilitou a emergência de inovadoras formas de interação social que se realizam na e pela internet (Castells, 1999). As características sociotécnicas da rede mundial de computadores possibilitaram a produção de práticas colaborativas e interativas (Benkler, 2006) nas mais diversas áreas das atividades humanas e formação de redes de indignação e esperança em diversos países do mundo pela mobilização e ativismo nas redes sociais (Castells, 2015). Contudo, a expansão das tecnologias de informação e comunicação também permitiu o aperfeiçoamento de tecnologias de vigilância e controle (Galloway, 2004), bem como a explosão de conflitos (Rudiger et al., 2104).
O debate acadêmico reflete essas preocupações. De um lado surgem autores otimistas quanto às possibilidades do uso das tecnologias digitais para a formação de uma inteligência coletiva (Lévy, 1999), cultura da participação (Shirky, 2011) e convergência (Jenkins, 2015), economia de rede (Benkler, 2006) e a formação de comunidades de criação online (Fuster, 2011). Do outro lado, autores pessimistas quanto aos usos e apropriações das TICs apontam para o diagrama de poder dos protocolos de comunicação como formas de monitoramento dos "rastros digitais" (Galloway, 2004), a vigilância de redes sociais (Fuchs, 2011), a desilusão da internet pelo não cumprimento de ampliação das promessas de uma sociedade mais democrática (Morozov, 2012) e pela formação do "culto ao amador" que as mídias sociais possibilitam (Keen, 2009), assim como as recentes polêmicas em torno das fake news (Difranzo; Gloria-Garcia, 2017).
O desenvolvimento das tecnologias digitais e a formação da rede mundial de computadores permitiram o surgimento de novos encontros entre os campos de cultura e política. Esses encontros evocam possibilidades de criação de práticas artísticas e culturais que se utilizam dos dispositivos tecnológicos em seu processo de criação, representação, expansão e até como um suporte para a ação política, expressas em atividades de ciberativismo, artivismo digital e outras práxis política.
O evento reúne pesquisador@s, artistas e ativistas para discutir e problematizar esse processo, identificar linhas de fuga, práticas de resistência, afetos e novas possibilidades para a Cultura Digital.
Dia 5/9 - 10h às 13h
Mesa 01: O que restou da cultura digital?
Com Lucas Bambozzi e Silvana Bahia.
Mediação: Rodrigo Savazoni.
Dia 5/9 - 15h às 17h
Debate: Cultura Digital e a Sociedade dos Algoritmos
Com Larissa Carreira e Sérgio Amadeu.
Mediador: Rose Segurado.
Dia 6/9 - 10h às 13h
Mesa 2: Sociedade da vigilância e dos algoritmos
Com Gabi Juns e Débora Machado.
Mediação: Luis Eduardo Tavares.
Dia 6/9 - 15h às 18h
Mesa 3: Sarau de ideias: criações, intervenções e produção de afetos na Cultura Digital
Com Tony Marlon, Georgia Nicolau e Leonardo Foletto.
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.
Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, audiodescrição, entre outros, solicite por e-mail ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade. centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600
(Foto: Divulgação)
Palestrantes
Luis Eduardo Tavares
Cientista social, pesquisador em tecnologia, comunicação e cultura. Colaborador do Instituto Intersaber.
(Foto: Acervo Pessoal)
Lucas Bambozzi
Artista e pesquisador em mídias digitais.
(Foto: Acervo Pessoal)
Silvana Bahia
Codiretora executiva do Olabi e coordenadora PretaLab - projeto de estímulo às mulheres negras nas tecnologias e inovação. É mestre em cultura e territorialidades pela UFF e pesquisadora associada na USP e UFRJ.
(Foto: Thais Monteiro)
Gabi Juns
Designer gráfico, integrante da Escola de Ativismo/CryptoRave.
(Foto: Acervo Pessoal)
Sergio Amadeu da Silveira
Doutor em Ciência Política pela USP, é formado em Ciências Sociais e Prof. Associado da Universidade Federal do ABC (UFABC). Integrou o Comitê Gestor da Internet no Brasil (2003-2005 e 2017-2020). Presidiu o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (2003-2005). É pesquisador do CNPq - PQ2.
(Foto: Acervo Pessoal)
Larissa Carreira
Doutoranda em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (UFPA).
Rose Segurado
Doutorado em Ciências Sociais pela PUC. Pesquisadora da PUC-SP e coordenadora do Curso Mídia, Política e Sociedade da FESP.
(Foto: Acervo Pessoal)
Tony Marlon
Jornalista e idealizador do Historiorama.
Georgia Nicolau
Senior Fellow na Atlantic Fellows for Social and Economics Equity da LSE e pesquisadora associada do grupo de Políticas da Desigualdade na mesma universidade. É uma das fundadoras do Instituto Procomum.
(Foto: Acervo Pessoal)
Leonardo Foletto
Jornalista, pesquisador e editor do BaixaCultura. Leonardo escreveu o prefácio do livro, que inaugura a coleção <âncoras do futuro>, criada pela Funilaria em parceria com o BaixaCultura, que busca tentar politizar o mal-estar que nos acomete hoje sobre os rumos da internet.
(Foto: Acervo Pessoal)
Débora Machado
Mestranda em Ciências Humanas Sociais na UFABC e pesquisadora no Laboratório de Tecnologias Livres da mesma universidade. Pesquisa patentes e os algoritmos de modulação de comportamento desenvolvidos pelas plataformas mídias sociais.
(Foto: Acervo Pessoal)
Data
05/09/2018 a 06/09/2018
Dias e Horários
Quarta, 10h às 17h.
Quinta, 10h às 18h.
As inscrições podem ser feitas a partir de 28 de Agosto, às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.