Engenhos da Cultura: Teias Agroecológicas

A força da cultura ligada aos engenhos artesanais de farinha de mandioca do litoral catarinense e sua possibilidade de resignificação através da agroecologia são o mote de onde partem as diversas ações apresentadas no livro “Engenhos da Cultura: teias agroecológicas”. A publicação retrata a trajetória do Ponto de Cultura Engenhos de Farinha, uma iniciativa do Cepagro – Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo, organização localizada em Santa Catarina que serviu de amálgama entre três inspiradores movimentos sociais da atualidade: o Cultura Viva, a Rede Ecovida e o Slow Food. A partir da metáfora da teia, a publicação narra a forma como se  alinhavam redes de trabalho, princípios, temáticas e atores sociais diversos que se complementam. Inicialmente é apresentado um pequeno registro de metodologias que foram aplicadas tanto em cursos e oficinas como na construção de formatos de eventos que buscam o diálogo entre comunidades de base, pesquisadores e gestores públicos, tendo como pano de fundo o tema do patrimônio agroalimentar. 

 

Num segundo momento, a criação e consolidação da Rede dos Engenhos Artesanais da Grande Florianópolis é percorrida em seus trânsitos locais e globais, revelando cada engenho de farinha como espaço histórico-cultural e pedagógico, assim como de produção agroecológica. A história das populações tradicionais do litoral catarinense convida a refletir sobre os papéis destas culturas na atualidade, em que as soluções criativas em educação, desenvolvimento rural sustentável e alimentação surgem de um pequeno retrato do tempo presente. Neste encontro, são discutidos esses temas, dentre outros, que compõem as intersecções entre os campos da agroecologia e da cultura.

 

As inscrições podem ser feitas a partir de 27 de outubro, às 14h, pela Internet ou nas unidades do Sesc em São Paulo. 

 

AGROBIODIVERSIDADE e diversidade cultural. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2006.

ALTIERI, M. A. Agroecologia: as bases científicas da agricultura alternativa. Rio de Janeiro: PTA/FASE, 1989.

CRUZ, R.C.A. da (orgs). Turismo, espaço, paisagem e cultura. 3 ed. São Paulo: HUCITEC, 2002.

Cultura Viva: práticas de Pontos e Pontões. Brasília: IPEA, 2011.

FLORES, Maria Bernadete Ramos. A farra do boi: palavras, sentidos, ficções. Florianópolis: Editora da UFSC, 1997. FREIRE, Paulo (1970). Pedagogia do Oprimido. 47a Ed Rio de Janeiro: Paz e terra, 2008.

MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed. da UFRJ, 2001. 369 p., p.32

MENEZES, Ulpiano Toledo Bezerra de. Os “usos culturais” da cultura: contribuição para uma abordagem crítica das práticas e políticas culturais. In: YÁZIGI,E; CARLOS, A. F. A;

PELEGRINI, Sandra de Cássia Araújo; FUNARI, Pedro Paulo Abreu. O que é patrimônio cultural imaterial. São Paulo: Brasiliense, 2008. 116p.

PIERONI, Gabriella Cristina. Engenhos de Farinha: Políticas Culturais e Saberes Tradicionais no Tempo Presente. 2011. 84p. Monografia (Graduação em História) – Centro de Ciências Humanas e da Educação, Universidade do Estado de Santa Catarina. Florianópolis, 2012.

TURINO,Célio. Pontos de Cultura: o Brasil de baixo pra cima. São Paulo: Anita Garibaldi,2009.

ZAOUAL, Hassan. Globalização e diversidade cultural. São Paulo: Cortez, 2003.