Programa
O curso discute os limites da ideia amplamente disseminada de que o fazer musical é assunto de profissionais especialistas, os chamados “músicos”, por oposição aos ouvintes/consumidores (que, no melhor dos casos, se percebem e são percebidos como músicos diletantes). O fato de que algumas pessoas se definam como músicos marca uma categoria ocupacional – e não ontológica. Para além de uma discussão teórica sobre os pressupostos e as implicações dessa cisão conceitual, o curso pretende apresentar diferentes práticas musicais contemporâneas em que o produtor e o consumidor de música se confundem mais do que se distinguem. Veremos, ao longo de 6 aulas, como em campos tão variados quanto o rap, a música erudita, a canção popular urbana e as manifestações e festas populares, a música se mostra presente como objeto de consumo e material para criação no dia-a-dia tanto dos chamados profissionais quanto dos ditos diletantes.
13/10 - A música no dia-a-dia: apresentação
A aula que abre o ciclo discute e desmistifica a ideia principal que orienta as demais sessões do curso: a de que o fazer musical é assunto de profissionais especialistas. Segundo essa lógica, os músicos seriam seres singulares, detentores de um talento ou “dom” que os distingue dos ouvintes/consumidores. Esta aula reconstrói criticamente a história desta concepção.
Com Ricardo Teperman.
20/10 - O que lembro, tenho
Apresentando áudios e vídeos registrados em diversos estados brasileiros, a aula traz um panorama de nossas tradições populares hoje. Serão discutidas questões como a memória, as ferramentas criativas da transmissão oral, construção coletiva/autoria/recriação, entre outras.
Com Renata Amaral.
27/10 - O Canto Coral como um fazer musical local: teoria e prática
A aula vai abordar a legitimação das práticas musicais amadoras com ênfase no canto coral, problematizando os programas sociais de inclusão e a divisão entre alta e baixa cultura. Inclui parte prática (princípios de técnica vocal; prática do canto coletivo em uníssono e polifônico, a cappella).
Com Marcos Câmara Castro.
03/11 - A fabricação do funk nas periferias de São Paulo
Apresentação da pesquisa que resultou no curta-metragem Fabrik Funk sobre o processo de gravação e difusão do funk em Cidade Tiradentes, periferia de São Paulo. Inclui exibição do curta-metragem.
Com Rose Satiko Gitirana Hikiji.
10/11 - Entorno do MP3: criação e cultura musical no XXI
Esta aula se propõe a investigar e sistematizar algumas narrativas que se criaram em torno das práticas de compartilhamento de arquivos, da criação de mashup e remix e das noções de autor e autoria no mundo do MP3.
Com Cacá Machado.
17/11 - A Rua é Noiz - Batalhas de Freestyle
Segundo seus praticantes, o freestyle é uma vertente do rap que se caracteriza por ser "feita na hora". Pode acontecer de diversas formas, por exemplo, no formato de “batalha”. Nesta aula, discutiremos a prática do freestyle, tomando como exemplo a “mítica” batalha entre Emicida e Cabal e refletindo sobre a presença do rap no Brasil hoje.
Com Ricardo Teperman.
Foto: Sylvia Caiuby Novaes
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do inicio da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.
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