Atividades

Histórias e memórias das comunidades LGBT brasileiras ao longo do século XX e os desafios de nosso presente

Purpurinas do Bajubá: Historiografias e Memória LGBT Brasileira

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Programa

É possível pensar em uma "história LGBT brasileira"? O Ciclo esforça-se para responder esta pergunta partindo de uma posição política e epistêmica de construção de uma historiografia decolonial desde uma perspectiva subalterna. Trata-se de compreender a produção da história como campo de batalha. Nesse campo forjado em meio a pessoas oprimidas, derrotadas e mortas, o que chamamos de bens culturais nada mais são do que despojos de guerra.

Diante desta batalha, as LGBT vêm gritando continuamente contra a morte, a violência, o silenciamento e o apagamento - "bicha não morre, bicha vira purpurina". Nos escombros da história oficial, o Acervo Bajubá tem buscado as purpurinas que ousam brilhar. A purpurina, pó metálico que é metáfora de alegria e contágio, aqui é alegoria para a memória LGBT.

O projeto é de tomar a história em nossas mãos e buscar nossos fragmentos, nossos mortos, nossos escombros, nossas purpurinas. Nada do que um dia aconteceu pode ser considerado perdido. Inspirados nos pedaços de lençol bordados e tingidos por gotas de sangue de Leonilson, tomamos a perdição em nossas mãos e dela fazemos a tinta para (re)escrever a nossa história.

Dentre diversos caminhos possíveis, Remom e Tulio propõem reencontrar e reescrever nossas histórias pelas memórias médicas sobre homossexualidade, pelo desbunde, pelo movimento homossexual brasileiro, pela epidemia do "câncer gay", pelas Paradas de Orgulho e pela memória do agora. Cada encontro será mediado por itens do acervo e por um processo de escavação que busca tecer reflexões sobre as produções teóricas e estéticas das LGBT brasileiras.

Programa

Dia 1: É possível pensar em uma história bicha, sapatão, bi, travesti ou trans brasileira? Apresentação, possíveis linhas do tempo LGBT brasileiras e debate sobre produção de história e memória.

Dia 2: Início do século XX: o que é ser homossexual? Memórias médicas e debate sobre processos de produção de identidades sexuais e de gênero e sua relação com o Estado.

Dia 3: Décadas de 1960 e 1970: existem culturas sapatonas, bichas, bis, travestis e trans? Desbunde, movimento homossexual brasileiro e debate sobre culturas, políticas e comunidades sexuais brasileiras.

Dia 4: A década de 1980: e quando nossos corpos e culturas viram sinônimo de epidemia? Memória LGBT brasileira da epidemia de HIV/Aids e debate sobre estigma, contágio e solidariedade.

Dia 5: As décadas de 1990 e 2000: milhões nas ruas, as Paradas do Orgulho LGBT, novos espaços político e debate sobre democracia, reconhecimento, política identitária e espaço público.

Dia 6: Sobre o presente: como produzimos histórias e memórias LGBT hoje? As produções culturais LGBT do presente, internet, redes sociais e debate sobre esferas públicas alternativas, contra-públicos subalternos e imagem.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

Condições especiais de atendimento, como tradução em libras, devem ser informadas por email ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.
centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600

(Foto: Acervo Bajuba?)

Palestrantes

Remom Matheus Bortolozzi

Remom Matheus Bortolozzi

Doutor em Ciências pelo Programa de Saúde Coletiva no Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP. Membro-fundador e coordenador do Acervo Bajubá. É gestor do Centro de Acolhida Casarão Brasil, voltado a travestis e mulheres trans.
(Foto: Acervo Pessoal)

Tulio Bucchioni

Tulio Bucchioni

Mestre em Antropologia Social pela USP. Foi pesquisador no MASP e atualmente é educador na área de Gênero, Sexualidade e Prevenção de HIV/Aids e IST da ONG Viração.
(Foto: Acervo Pessoal)

Data

16/04/2018 a 28/05/2018

Dias e Horários

Segundas, 14h às 18h

*Exceto dia 30/4

As inscrições podem ser feitas a partir de 22 de março às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

R$ 24,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 40,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 80,00 - inteira