Reconfigurações da mediação musical no século XXI

No decorrer do século XX, as gravadoras progressivamente ocuparam o papel de principal mediador entre artistas e público. O modelo de negócios utilizado pela indústria fonográfica (centrado na produção de discos) estruturou a experiência musical de modo que todas as outras mediações - shows, venda de camisetas, radiodifusão - eram encaradas como ferramentas de promoção do disco. No século XXI, as transformações organizacionais oriundas dos fenômenos da globalização, da digitalização dos conteúdos e da ampliação dos processos de convergência midiática impuseram a reconfiguração, não só do setor da indústria fonográfica, como a de muitos ramos do entretenimento, que se diversificaram e entrelaçaram seus campos de atuação. Como consequência, surgem novos mediadores e novos modelos e estratégias de negócios, que competem diretamente com as gravadoras, ameaçando a centralidade desempenhada por elas. Esta apresentação tem por objetivo problematizar a reconfiguração do papel de mediador musical e discutir como que, de modo geral, as empresas ainda mantêm a mediação discográfica como principal ponto de acesso à obra.

 

*A palestra integra o Ciclo “As transformações do mercado fonográfico”, que discute as estratégias do mercado fonográfico, a transformação do CD em suporte da memória da MPB e artigo de colecionador, bem como a redescoberta e revalorização do vinil pelas novas gerações.

 

As inscrições podem ser feitas a partir de 26 de agosto, às 14h, pela Internet ou nas unidades do Sesc em São Paulo.