Reflexões sobre uma estética negra

Este encontro busca refletir sobre alguns aspectos que permeiam a questão da existência ou não de uma estética negra no cenário das artes brasileiras. Assumindo sua existência, algumas perguntas vêm à tona: em que códigos estaria fundamentada? Como se manifesta nas diversas linguagens artísticas: dança, teatro, artes visuais, cinema, literatura? Seus defensores argumentam que arte negra é “qualquer manifestação plástica e visual que retome, de um lado, a estética e a religiosidade africanas tradicionais e, de outro, os cenários socioculturais do negro no Brasil (SALUM, 2010)”. 

“Tanto no movimento de produção quanto de recepção, a produção estética será definida pelas redes de elaboração não estéticas - religião, contexto, etc -; no entanto, no particular caso da estética negra é imperioso questionar as redes de significações firmadas para a delimitação do corpo negro na cultura ocidental, recorrentemente esta corporeidade é tomada como locus do desejo, do tribalismo ou da ameaça. Pensar uma estética negra na atualidade provoca-nos a buscar outras trilhas e deslocar-nos de percepções e atitudes já convencionadas na configuração do corpo negro” (ALMEIDA,2014) . Essas e outras questões serão discutidas a partir das experiências de artistas negros que dialogam em suas produções com elementos da cultura afro-brasileira.

*O debate faz parte do “Ciclo Cultura afro-brasileira: apontamentos”, com encontros independentes que reúnem pesquisadores, artistas e agentes culturais que atuam em vários segmentos da cultura afro-brasileira para refletir sobre alguns de seus aspectos mais fundamentais.

 

As inscrições podem ser feitas a partir de 29 de julho, às 14h, pela Internet ou nas unidades do Sesc em São Paulo.

(Foto: Guma / Capulanas)