Atividades

Estratégias de intervenção cultural na produção dos eslovenos Slavoj Žižek e do coletivo NSK

Slavoj Žižek e a Nova Arte Eslovena: repensando ideologias

Voltar para o início Slavoj Žižek e a Nova Arte Eslovena: repensando ideologias

Programa

Ciclo de palestras sobre o Neue Slowenische Kunst (Nova Arte Eslovena/NSK),  um provocativo coletivo artístico com atividades em diferentes campos da arte. Criado em 1984, o NSK explora as relações entre arte e ideologia, buscando subverter os símbolos ideológicos, os mitos nacionais e as noções acerca de autenticidade e originalidade. 


05/10 - Revolução e Resistência Cultural em Slavoj Žižek 

 

Nesta apresentação examinaremos a importância das estratégias de intervenção e resistência cultural na obra do pensador esloveno Slavoj Žižek. Partindo de seus anos de formação, abordaremos o papel do grupo de artistas conhecidos como Nova Cultura Eslovena (NSK) bem como da banda de rock Laibach, como modelos para uma renovação do papel da cultura na transformação social. Abordaremos em seguida como as noções de superidentificação e de ato, desenvolvidas na obra posterior do filósofo, particularmente em suas análises sobre o cinema, podem ser compreendidas a partir da resistência cultural ativa durante o período de independização da Eslovênia em relação à Iugoslávia.   

 

Com Christian Ingo Lenz Dunker. 

 

07/10 - O contexto Iugoslavo, a Eslovênia e o surgimento do NSK

A Iugoslávia foi um país multicultural. Após a morte de Tito, diferenças, ódios e ressentimentos entre vários grupos étnicos desencadearam o maior conflito bélico europeu desde a Segunda Guerra Mundial, desmembrando as repúblicas iugoslavas. Os novos movimentos sociais, as revistas, as associações de direitos humanos, a associação dos escritores eslovenos foram alguns dos atores que influenciaram o processo político que resultou na implementação do pluralismo político numa base multipartidária. Em 1984, três grupos criaram um coletivo artístico, Neue Slowenische Kunst (NSK), que mudou o marco cultural esloveno e iugoslavo e infuenciou também sua política.

 

Com Anja Mrak. 

 

Paradoxo pop: Laibach, o invólucro e o vazio

O grupo esloveno Laibach, formado em 1980 como o braço musical do coletivo NSK, mostra desde suas primeiras gravações e perfomances a prerrogativa de desconstruir a estratégia imagética e simbólica de governos totalitários europeus – em especial o Nazismo e o Comunismo Soviético. Chamam atenção as táticas artísticas escolhidas por eles: a incorporação da dramaticidade do realismo populista e do aparato militar, a criação de uma utopia própria em uma década onde ideologias são paulatinamente abandonadas na Europa e por fim, a reapropriação (talvez cínica?) das maiores canções do pop anglofônico. A iconoclastia declarada do grupo se confunde com o rigor com o qual suas táticas são empregadas: aqueles que não conhecem Laibach são envoltos em dúvidas sobre quais são seus reais propósitos ao fundir o pop com o imaginário fascista.

 

Com Vivian Caccuri. 

 

09/10 - Retro-vanguarda: a anatomia artística do NSK

O coletivo Neue Slowenische Kunst (NSK) surgiu em meados dos anos 80, durante o processo de transformação da Iugoslávia.  Seus diversos núcleos - Irwin (artes visuais), Laibach (música), Scipion Nasice Sisters (teatro) e Novi Kolektivizem (design gráfico) tinham como plataforma conceitual a noção de retro-vanguarda, a partir da qual buscaram reinterpretar a história da arte ocidental ao reposicionar “retrogressivamente” (do presente para o passado) a vanguarda iugoslava. Por meio da apropriação e da montagem de fontes textuais e visuais retiradas de diferentes repertórios da história da arte (ocidental e do leste europeu) e da história social, política e cultural dos Bálcãs – as obras, os shows, as peças gráficas, o teatro e as performances desenvolvidas pelo NSK tencionaram e reconfiguraram pressupostos artísticos e políticos. As vanguardas históricas, o modernismo socialista, a cultura tradicional, os mitos e identidades nacionais, os ícones religiosos, os símbolos totalitários, os textos ideológicos, bem como a reconfiguração geopolítica do leste europeu e a transição do socialismo para o capitalismo são temas recorrentes na produção do NSK: um coletivo que articulou de maneira radical, coletivismo, arte, política e ativismo.

 
Com Fabricia Jordão e André Pitol.


As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do inicio da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

Palestrantes

Vivian Caccuri

Vivian Caccuri

Artista plástica, mestre em Estudos do Som Musical pela UFRJ.

Anja Mrak

Anja Mrak

Mestre em Estudos Globais pela Universidade de Ljubljana e representante da União dos Eslovenos do Brasil.
(Foto: Acervo Pessoal)

Fabricia Jordão

Fabricia Jordão

Curadora, pesquisadora e educadora. Doutora e mestre em Artes pela ECA/USP. Professora titular do departamento de Artes da UFPR.
(Foto: Acervo Pessoal)

André Pitol

André Pitol

Pesquisador e curador, com doutorado em Artes pela USP. Desenvolve prática de pesquisa documental e projetos sobre curadoria, fotografia, arquivos e migrações, a partir de uma perspectiva afrotópica da história da arte. Escreveu ensaios sobre Lyle Ashton Harris, Madalena Schwartz, Claudia Andujar, Almir Mavignier e Alair Gomes, entre outres. Foi curador-adjunto de A Parábola do Progresso (Sesc Pompéia, 2022) e co-conceptualizou A Escola de Quilombismo (Haus der Kulturen der Welt, Berlim, 2023).
(Foto: Jaozin Fotografia)

Data

05/10/2015 a 09/10/2015

Dias e Horários

Segunda, quarta e sexta, 19h às 21h30.

Local

Valores

R$ 15,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 25,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 50,00 - inteira

Inscreva-se agora