Teatro musical no Brasil

Tradição brasileira ou modismo importado? Instrumento de crítica social ou espetáculo alienante? Produção contracultural ou “galinha dos ovos de ouro” da indústria cultural? Cultura erudita ou popular? O ciclo pretende traçar um panorama geral do rico, vasto e heterogêneo teatro musical brasileiro, enfocando três de seus formatos e suas especificidades: o Teatro de Revista, o teatro político dos anos 60 e 70 e o modelo Broadway, que tomou os palcos brasileiros nos anos 2000. 

 

 

A palestra abordará a produção do Teatro de Revista mais expressiva no Brasil, desde Arthur Azevedo, com suas revistas de ano, até os anos de 1960. Estará dividida nos seguintes tópicos: o que é teatro de revista (origens francesas, estruturas e modificações); a dramaturgia do teatro de revista com seus tipos fixos; a música no teatro de revista; a trajetória do teatro de revista no Brasil; a revista carnavalesca ou o formato brasileiro; Cômicos e Vedetes; o espetáculo espetacular (grandes empresários); a era dos shows e a chamada “decadência”.
Com Neyde Veneziano.

 

O que devemos guardar do pródigo teatro musical feito no Brasil das décadas de 1960 e 1970? Que sugestões podem ser aproveitadas para a criação de novas peças do gênero, hoje? A aula procura responder a essas perguntas, percorrendo a produção daquelas décadas e refletindo sobre os textos e espetáculos que fustigaram o regime autoritário com humor e música. 

 

Fernando Marques apresenta um panorama dos musicais de 1960 a 1983, destacando a fase de 1964 a 1979 – de Opinião a O rei de Ramos. Discute as ideias estéticas que circularam naquelas décadas. Por fim, examina oito peças especialmente representativas: Opinião; Liberdade, liberdade; Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come; Dr. Getúlio, sua vida e sua glória; Arena conta Zumbi; Arena conta Tiradentes; Gota d’água e O rei de Ramos. 

 

A aula abordará as origens do teatro musical modelo Broadway e comparações com o modelo brasileiro; características e linguagens de encenações; o lado popular e a popularização do musical americano; termos e conceitos necessários à compreensão do musical norte-americano; os gêneros musicais (burlesco, cabaré, ópera, opereta, burleta, musical americano etc.); o libreto e as canções originais; o breve histórico sobre a “invasão norte-americana” em palcos brasileiros, a partir de My Fair Lady; o gosto do público e a indústria cultural; as franquias; as livres adaptações; a distinção entre arte e entretenimento; a preparação de atores: o canto brasileiro e o belting; os grandes diretores e seus tradutores.

Com Neyde Veneziano.