TV digital e fluxos interativos

A TV digital aberta começou a ser implantada no Brasil em 2007, mas até hoje não cumpriu a promessa inicial de ajudar a incluir digitalmente a população.  A tecnologia permitiria a multiplicação do número de canais: em vez de sete poderiam ser vinte e oito canais gratuitos. Descartou-se a interatividade plena, com a qual o espectador poderia marcar consultas do SUS pelo controle remoto, fazer testes de saúde, interagir com programas via TV. Todas essas escolhas foram consequência de um embate entre interesse público e interesses privados que pouco chegou aos ouvidos da população. Até o momento, o único grande legado que fica da TV digital aberta é a alta definição de imagem e som. As fronteiras do que é televisão hoje já foram bastante alargadas, e além da TV por assinatura, há TV na internet e internet na TV. Após as disputas que levaram à lei da TV por assinatura, os embates políticos se concentram em como regular os meios digitais. Novas leis vêm sendo feitas, como o Marco Civil da Internet. É fundamental entender o que está em jogo neste tipo de disputa, porque seu resultado define se a comunicação será ou não democrática. 

 

*A palestra faz parte do “Ciclo Linguagem Televisiva e Gestão”, que discute alguns formatos e conteúdos gerados e difundidos pela televisão no Brasil, e o modo como essa produção se relaciona com a cultura e a sociedade brasileira

 

As inscrições podem ser feitas a partir de 26 de agosto, às 14h, pela Internet ou nas unidades do Sesc em São Paulo.