Atividades

História, cultura e identidade dos ciganos no Brasil

Vida cigana: calon no Brasil

Voltar para o início Vida cigana: calon no Brasil

Programa

Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação no ato da inscrição, com no mínimo dois dias de antecedência da atividade.

Ciclo de palestras sobre os ciganos do grupo calon e suas relações com as populações locais, apresentando contribuições de diversas regiões do país sobre a cultura, história e identidade do grupo.

29/11 - 19h às 21h30

Apresentação

Ciganos Calons da Bahia: tradição, memória e cultura
Os ciganos são formados por vários grupos que como tal apresentam algumas similaridades entre si e tantas outras diferenças. O grupo dos Calons foram os primeiros a desembarcar no Brasil, segundo a literatura, vindos de Portugal. Em função do estilo de vida nômade imposto pela sociedade, os calons inicialmente mantinham suas famílias através do comércio de compra e venda de animais. Aos poucos esta forma de sustento foi sendo substituída pelo comércio de outros bens, como automóveis, terrenos, casas, corretagem e empréstimo de dinheiro a juros. Hoje, apesar da maioria absoluta dos calons ainda viverem do comércio, o processo de sedentarização está contribuindo para uma maior frequência às escolas, com a consequente formação em vários campos profissionais.
A capacidade de suportar as grandes dificuldades impostas pela exclusão e sobreviver a todas as perseguições das autoridades civis e policiais faz dos calons brasileiros verdadeiros símbolos de resistência. Mantiveram seus principais costumes e tradições mesmo quando precisaram se adaptar à cultura local.

Com Jucelho Dantas da Cruz.

Pertinência e memória Calon na cidade do Rio de Janeiro
Na antiga capital colonial, ciganos Calon acompanharam a vinda de D. João VI e se fixaram no Campo dos Ciganos (atual Praça Tiradentes), na Rua dos Ciganos (Rua da Constituição) e no Campo de Santana. Em ofícios de proximidade direta com o poder, ocuparam o antigo posto de Andadores do Rei no Desembargo do Paço, por disporem de cavalos e arreios. Quase dois séculos depois, ativistas ciganos enviaram ao Paço Imperial documento em agosto de 1986, reivindicando a pertinência e a memória do grupo no local.
Com Felipe Berocan Veiga.


Ciganos Calon como nômades: as reflexões críticas
A partir de evidências históricas e etnográficas sobre a espacialidade calon no Brasil, e principalmente na Bahia, essa apresentação indaga acerca das caracterizações dessa espacialidade, “sedentária” ou “nômade”, buscando demonstrar como o mundo dos ciganos calon na Bahia é estruturado de acordo com princípios específicos de parentesco, noções próprias sobre o indivíduo, oportunidades econômicas e fragmentação, entre outras coisas.
Com Martin Fotta.
Mediação: Florencia Ferrari.


30/11, 19h30 às 21h30

Os ciganos no estado de Minas Gerais

Apresentação sobre as peculiaridades dos ciganos em Minas Gerais, a partir dos registros das autoridades policiais mineiras, no período em que as ideias de modernização e progresso construídas no século XIX orientaram políticas públicas, resultando na exclusão de indivíduos que não comungassem deste projeto. Ao analisar as imagens elaboradas e compartilhadas, observa-se o processo de exclusão social dos sujeitos, bem como as diferentes formas de inserção deste grupo na sociedade mineira do século XX.
Com Cassi Coutinho.


Diversidade étnica cigana no Paraná
Enquanto em muitos estados podem ser encontrados ciganos de apenas um grupo étnico, o Paraná representa um dos lugares com a maior diversidade étnica e cultural cigana do Brasil. Estimados entre 20 e 40 mil pessoas, o estado abriga as etnias (e seus mais variados subgrupos) Calon e Rom, nômades, sedentários, seminômades, comerciantes, artistas, circenses, ricos, pobres etc. Essa característica faz com que o Paraná seja um dos locais mais interessantes para quem procura conhecer a "multiculturalidade cigana". Essa palestra busca apresentar a diversidade étnica cigana encontrada no estado do Paraná, focalizando nos ciganos Calon e suas relações com os diferentes grupos que compartilham o mesmo território.
Com Igor Shimura.
Mediação: Florencia Ferrari.


01/12, 19h30 às 21h30

A vida em movimento: uma análise antropológica sobre as concepções de tempo e espaço entre ciganos Calon no Estado da Paraíba

Análise antropológica das concepções de tempo e espaço entre ciganos Calon, tendo como fonte empírica de pesquisa grupos localizados no estado da Paraíba, região Nordeste do Brasil. Assim, busco apresentar tais categorias e seus usos nas atuais condições de vida destes grupos; atentando para como os próprios ciganos constroem suas especificidades e demarcam fronteiras culturais frente à população local.
Com Patricia Goldfarb.


Conhecendo a Infância Calon: diálogos sobre uma experiência de pesquisa
A apresentação explanará sobre as temáticas observadas numa experiência vivida junto aos ciganos Calon que vivem ao norte da Zona da Mata Paraibana. Busca-se destacar os objetivos da fase da pesquisa realizada entre os anos de 2013 e 2014, na qual foi possível compreender o cotidiano de vida dos Calon e seus ciclos de vida, em especial, o período da infância.
Com Edilma Monteiro.
Mediação: Marcos Toyansk.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

(Foto: Igor Shimura)

Palestrantes

Martin Fotta

Martin Fotta

Doutor em Antropologia Social pela University of London e mestre em Antropologia pela  University College London. É pesquisador pós-doc na Universidade Goethe em Frankfurt am Main, Alemanha.
(Foto: Acervo Pessoal)

Patricia Goldfarb

Patricia Goldfarb

Doutora em Sociologia pela UFPB, professora de Antropologia da UFPB, líder do GEC - Grupo de Estudos Culturais do CNPq e pesquisadora do Pamim - Patrimônio, Memória e Identidade.
(Foto: Acervo Pessoal)

Data

29/11/2016 a 01/12/2016

Dias e Horários

29/11 Terça, 19h às 21h30

30/11 e 01/12 Quarta e Quinta, 19h30 às 21h30

As inscrições podem ser feitas a partir de 26 de outubro, às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

R$ 15,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 25,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 50,00 - inteira

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