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Um olhar sobre o Turismo de Base Comunitária
Turismo Social

Um olhar sobre o Turismo de Base Comunitária

 “Quilombo é sinônimo de luta pela terra e liberdade, e desta luta que começou há mais de trezentos anos surgiram as comunidades quilombolas do Vale do Ribeira. Comunidades que sobreviveram até hoje na contracorrente da concentração fundiária e da devastação da Mata Atlântica.”.


O curso "Experiência e Olhares sobre o Turismo de Base Comunitária" foi realizado no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc e no Vale do Ribeira, no ano de comemoração de 70 anos do Turismo Social no Sesc São Paulo.

O curso discutiu conceitos, abordou experiências exitosas ou não, analisando contextos, dilemas e potencialidades deste tipo de turismo.

A viagem para o Vale do Ribeira foi realizada como parte final do curso. A região está localizada no sul do estado de São Paulo e norte do estado do Paraná, abrangendo a Bacia Hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape e o Complexo Estuarino Lagunar de Iguape-Cananéia-Paranaguá. Vale destacar o alto grau de preservação de suas matas, com remanescentes de Mata Atlântica e a presença deste importante rio que ainda corre livre. A região tem como um de seus maiores preservadores as famílias tradicionais quilombolas que ali vivem há centenas de anos.

Quilombo Ivaporunduva está localizado no Município de Eldorado São Paulo, às margens do Rio Ribeira de Iguape e tem-se notícia de um de seus povoamentos no século XVII instaurado pela extração do ouro na região.  Com o declínio desta prática, em meados do século XVIII, Ivaporunduva transformou-se num lugar onde negros livres, libertos e também fugidos estabeleceram suas comunidades.

PETAR/Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira localiza-se entre os municípios de Apiaí e Iporanga. Possui uma das maiores extensões preservadas de Mata Atlântica original, além de ter uma das maiores concentrações de cavernas do planeta e uma enorme quantidade de cachoeiras.


Agradecemos a todos moradores do Quilombo do Ivaporunduva, em especial a Benedito (Ditão), Elvira, TioLé, Sandro, Branco, Érica, Cleonice, Neire, Elson (Zico), Jennifer (Tica), Meire, Zé Rodrigues e o Gervásio Também agradecemos a Jura, Bemvinda, Kisuco e Junior que moram na região de Iporanga e atuam no turismo no núcleo Ouro Grosso do Parque Estadual e Turístico do Alto Ribeira - PETAR. Também agradecemos a geração que veio antes, como o JJ e Vandir muito lembrados durante muitas das falas . E por fim a todos que ali já estiveram, indígenas e quilombolas que há centenas de anos habitam esta região.

Agradecemos também aos professores Andrea Rabinovici (Universidade Federal de São Paulo), Marina Minari, Mônica Barroso (Zoé Inovação & Desenvolvimento e Garupa), Suzy Rodrigues Simonetti (Universidade Federal do Amazonas), Román Caamal (México/ Community Tours Sian Ka’n) de descendência maya, ao mediador Ederon Marques (Araribá) e a todos participantes que com suas práticas e indagações fizeram deste encontro algo ainda maior.

Segura sua mão na minha
Para fazermos juntos
O que eu não posso fazer sozinho.


Depoimentos:

As aulas presenciais junto a todos os envolvidos me permitiram agregar conhecimento e, diante das experiências narradas, me reportar as situações e desejar as vivencias que viriam da imersão.
Ana Rodrigues, participante do curso.


Tive a oportunidade de conhecer a experiência de muitas pessoas que já atuam no Turismo de Base Comunitária e ter conhecimento de suas conquistas, desejos e indagações. Saber das suas lutas e dificuldades. Compreender e ter um novo olhar sobre todo o trabalho que é necessário para se chegar  a um objetivo maior, a comunidade. Como o TBC pode ser uma ferramenta de preservação da cultura, da identidade e desenvolvimento coletivo. Uma vez que conhecemos, de uma forma ou de outra nos tornamos parte dela, e somos responsáveis em plantar as sementes.
(Fernanda Oliveira, participante do curso)