Atividades

Um ano que não acaba de não acabar

1968: Meio Século Depois

Voltar para o início 1968: Meio Século Depois

Programa

Efemérides constituem uma excelente oportunidade para refletir não apenas sobre o que representou um determinado evento histórico, mas principalmente reatualizar periodicamente o seu significado, tendo em vista novas leituras e estudos que surgem em novos contextos sócio-político-culturais. Como maio de 1968 é analisado pelo filtro de 2018? No Seminário 1968: meio século depois, acadêmicos que estudaram e artistas que viveram intensamente o período trarão suas múltiplas visões sobre um fenômeno que não nasce em 1968 e definitivamente não morre naquele ano, mas que, por razões históricas, consagrou 1968 no imaginário daquela geração e das que a sucederam, convertendo-o em um paradigma de rupturas políticas, sociais e culturais.

07/05
14h às 16h - A literatura de 1968
A mesa abordará a produção literária de 1968,  tendo como foco a literatura pop, a partir da produção literária de José Agrippino de Paula; as relações entre cultura, mercado e consumo e a problematizando o estatuto da literatura no Brasil daquela época; o ano de 1968 enquanto um divisor de águas na literatura brasileira, concernente não só à mensagem, mas também aos gêneros e às formas; as repercussões dos acontecimentos de 1968 na literatura latino-americana, com enfoque na construção de uma memória histórica que vincula o testemunho com o ensaísmo, particularmente em textos produzidos pelos escritores Carlos Fuentes e Julio Cortázar.
Com Adriane Vidal, Evelina Hoisel e Walnice Nogueira Galvão.

16h30 às 18h30 - A arquitetura de 1968
São objeto da mesa o impacto das grandes obras rodoviaristas feitas em São Paulo a partir do final dos anos 60, tendo como exemplos mais marcantes o Minhocão e as transformações do Parque Dom Pedro II; os impactos da ditadura (pós 1968) na cidade, em função da repressão violenta, como o caso da Faculdade de Filosofia da USP na Rua Maria Antônia; a identificação da expressão arquitetônica dos movimentos de contracultura do final da década de 1960 em várias propostas alternativas às correntes principais da arquitetura moderna brasileira: práticas hippies dos manuais “faça você mesmo”, busca por processos participativos de base popular, revisão do papel do arquiteto gênio criador; a arquitetura residencial de Vilanova Artigas; a casa como manifesto de uma época; a relação da arquitetura de Artigas com a arquitetura do período (Brasília em especial) e o contexto sociopolítico.
Com Ana Tagliari, Fernanda Barbara e Renato Luiz Sobral Anelli.

19h30 às 21h30 - As artes visuais de 1968
A mesa discutirá a Arte como laboratório das transformações sociais; as modificações ocorridas nas relações entre obra-espectador e entre artista-sociedade na segunda metade dos anos 1960, com foco no debate suscitado pela arte participativa; as exposições emblemáticas Opinião 65, Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira, realizadas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em 1965, 1966 e 1967, respectivamente; as iniciativas coletivas de críticos e de artistas, realizadas em 1968 ao ar livre e em espaço público, valorizando "o lado de fora do museu", com foco  nas exposições Arte no Aterro: um mês de arte pública e Apocalipopótese, realizadas no Aterro do Flamengo.
Com Fernanda Pequeno, José Resende e Maria de Fátima Morethy Couto.

08/05
14h às 16h - O cinema de 1968
A mesa tem como objetivo debater o diálogo do cinema brasileiro de 1968 com inovações surgidas na cultura em 1967 - Terra em transe, a instalação Tropicália, de Hélio Oiticica, O Rei da Vela (Oficina), a ruptura de Caetano e Gil no Festival da Canção; o surgimento de uma nova geração de cineastas como Rogério Sganzerla, Júlio Bressane,  e Andrea Tonacci, entre outros, que marcam o avanço rumo ao Cinema de Invenção; o impacto das manifestações do maio de 68 sobre o cinema francês; as movimentações que implicaram no desenvolvimento de novas formas de produção; as rupturas estéticas que nortearam uma verdadeira insurgência do cinema; a experiência militante encampada também pela crítica.
Com Helena Ignez, Ismail Xavier e Leonardo Esteves.

16h30 às 18h30 - O teatro de 1968
A mesa discutirá algumas manifestações do teatro brasileiro no ano de 1968, com o intuito de observar a existência de propostas diferenciadas em estilos e em concepções políticas e culturais; alguns modos de elaboração artística utilizados pelo dramaturgo Plínio Marcos que permitem fazer uma reflexão acerca da memória do período ditatorial brasileiro pós-1964, tendo como ponto de partida a matéria ficcional; a dramaturgia do Teatro de Arena e a Feira Paulista de Opinião.
Com Cecilia Thumim Boal, Rosangela Patriota e Wagner Corsino Enedino.

19h30 às 21h30 - A música de 1968
A mesa trará um balanço das lutas culturais e da arte engajada ao longo do ano de 1968, em conexão com os acontecimentos políticos que abalaram o Brasil e o mundo; os aspectos de tradição e de ruptura que pautaram os debates culturais, estéticos e ideológicos da cena brasileira; o outro lado da história da MPB; a emergência de uma geração de cantores-compositores, hoje chamados bregas, que, a partir de 1968, perturbou o padrão estético de críticos e intelectuais e atraiu a repressão da ditadura militar; a relação do movimento estudantil com a canção engajada na América Latina, em especial a chilena.
Com Marcos Napolitano, Natália Ayo Schmiedecke e Paulo Cesar de Araújo.

09/05
14h00 a 16h00 - A revolução de 1968
A mesa abordará a revolução de 68 enquanto momento la boétiano da política francesa; o aspecto erótico, poético e lúdico de 1968, mais próximo do satanismo baudelairiano que do comunismo de Marx e da tradição dos intelectuais franceses que se colocavam a serviço dos operários e do “povo”, através do Partido Comunista; o movimento estudantil de 1968 no México, suas relações com o contexto internacional e regional e seu impacto na sociedade e política mexicana; as estratégias repressivas do Estado e o massacre de Tlatelolco de 02 de outubro; as políticas de rememoração que ocorreram no espaço público nas últimas décadas; o questionamento da visão eurocêntrica de 1968; 1968 em países asiáticos, latino-americanos e africanos.
Com Larissa Riberti, Olgária Matos e Osvaldo Coggiola.

16h30 a 18h30 - O legado de 1968
A mesa tratará dos anos 60 e os embates entre paradigmas de mudança social; o paradigma da luta armada pela tomada do poder (lutas de libertação nacional, propostas de enfrentamentos violentos) e o paradigma das revoluções moleculares apoiadas na mudança das consciências (movimentos de gênero e de identidade étnica, questionamento das hierarquias, novos comportamentos sociais e experimentações com substâncias alucinógenas); a questão democrática; os mundos capitalista e socialista de ponta cabeça; a reação conservadora; forças frias e quentes em combates políticos e militares; controvérsias e legados de um ano que permanece formulando desafios; a fixação em 1968, meio século depois, a ponto de ele não parecer um ano, mas uma personagem inesquecível que teima em não sair de cena.
Com Daniel Aarão Reis e Zuenir Ventura.

18h45 a 19h45 - Depoimento de José Celso Martinez Corrêa.
Com José Celso Martinez Corrêa.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

Condições especiais de atendimento, como tradução em libras, devem ser informadas por email ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.
centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600

(Foto: Tangopaso)

Palestrantes

Adriane Vidal

Adriane Vidal

Professora do Departamento de História da UFMG, coordenadora do Núcleo de Pesquisa em História das Américas e presidente da Associação Nacional de Pesquisadores e Professores de História das Américas (ANPHLAC).
(Foto: Acervo Pessoal)

Ana Tagliari

Ana Tagliari

Doutorado na área de Projeto de Arquitetura pela FAU-USP. É docente e pesquisadora da Unicamp desde 2014. Autora do livro Vilanova Artigas. Projetos residenciais não construídos (2017).
(Foto: Acervo Pessoal)

Cecilia Thumim Boal

Cecilia Thumim Boal

Psicanalista, atriz e diretora do Instituto Augusto Boal, dedicado a difundir e preservar a obra do dramaturgo.
(Foto: Acervo Pessoal)

Daniel Aarão Reis

Daniel Aarão Reis

Doutor em História Social pela USP. É professor titular de História Contemporânea da UFF e Pesquisador 1A do CNPq.
(Foto: Acervo Pessoal)

Evelina Hoisel

Evelina Hoisel

Possui graduação em Licenciatura e Bacharelado em Letras pela Universidade Federal da Bahia (1970), mestrado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1979) e doutorado em Letras (Teoria Literária e Literatura Comparada) pela Universidade de São Paulo (1996). É professor titular da Universidade Federal da Bahia. Foi Diretora do Instituto de Letras da UFBA (1996- 2004), Coordenadora da Pós-Graduação ( PPGLL); Presidente da ABRALIC (1998-2000). Atualmente, é presidente da Academia de Letras da Bahia.
(Foto: Acervo Pessoal)

Fernanda Barbara

Fernanda Barbara

Arquiteta e urbanista formada pela FAU-USP. É sócia fundadora do escritório Una Arquitetos e professora da Escola da Cidade. Atualmente desenvolve o projeto do Sesc Parque Dom Pedro II, em São Paulo.
(Foto: Acervo Pessoal)

Fernanda Pequeno

Fernanda Pequeno

Curadora, coordenadora de exposições do Departamento Cultural da UERJ. Professora adjunta de História da Arte do Instituto de Artes da mesma universidade. Doutora em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFRJ.
(Foto: Rafael Adorjan)

Helena Ignez

Helena Ignez

Atriz e diretora. Atuou em filmes de grande expressão do Cinema Novo e Cinema Marginal. Também dirige filmes autorais que buscam a libertação dos limites do cinema tradicional, propondo novas estéticas em suas narrativas.
(Foto:  Acervo Leo Lara - Universo Produc?a?o)

José Celso Martinez Corrêa

José Celso Martinez Corrêa

Diretor, ator e dramaturgo.

José Resende

José Resende

Artista plástico, cofundador do Grupo Rex e do Centro de Experimentação Artística Escola Brasil. Foi docente na ECA-USP, na FAAP, no Mackenzie e na Faculdade de Arquitetura da PUC de Campinas.
(Foto: Christiana Carvalho)

Larissa Riberti

Larissa Riberti

Doutora em História Social pela UFRJ, tendo realizado doutorado sanduíche na Universidad Nacional Autónoma de México. Atualmente é pós-doutoranda em História na UFSC.
(Foto: Acervo Pessoal)

Leonardo Esteves

Leonardo Esteves

Professor do curso de Cinema e Audiovisual da UFMT. Doutor em Comunicação Social pela PUC-Rio com período sanduíche na Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3 (bolsa CAPES).
(Foto: Acervo Pessoal)

Maria de Fátima Morethy Couto

Maria de Fátima Morethy Couto

Doutora em História da Arte e Arqueologia pela Universidade de Paris I, Pantheon- Sorbonne. É professora titular na Unicamp.
(Foto: Acervo Pessoal)

Natália Ayo Schmiedecke

Natália Ayo Schmiedecke

Pesquisadora associada da Universidade de Hamburgo, Alemanha.
(Foto: Acervo Pessoal)

Olgária Matos

Olgária Matos

Doutora pela École des Hautes Études, pelo Departamento de Filosofia da FFLCH-USP e professora de Filosofia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Escreveu: Rousseau: uma arqueologia da desigualdade (Mg Editores Associados, 1978), Os arcanos do inteiramente outro - a Escola de Frankfurt, a melancolia, a revolução (Brasiliense, 1989), A Escola de Frankfurt - sombras e luzes do Iluminismo (Moderna, 1993) e Discretas esperanças: reflexões filosóficas sobre o mundo contemporâneo (Nova Alexandria, 2006). Colaborou na edição brasileira de Passagens de Walter Benjamin e prefaciou Aufklârung na Metrópole - Paris e a Via Láctea. Participou recentemente da coletânea Mutações: ensaios sobre as novas configurações do mundo.
(Foto: Acervo Pessoal)

Osvaldo Coggiola

Osvaldo Coggiola

Professor titular de história contemporânea da Universidade de São Paulo. Nascido na Argentina, colabora com o Blog da Boitempo
(Foto: Acervo Pessoal)

Paulo Cesar de Araújo

Paulo Cesar de Araújo

Historiador, jornalista, doutor em Ciência Política pela UFF. É professor da rede Faetec e do departamento de Comunicação Social da PUC-Rio. É autor, entre outros, de "O réu e o rei - minha história com Roberto Carlos, em detalhes" (Companhia das Letras, 2014), indicado ao Prêmio Jabuti 2015.
(Foto: Jorge Bispo)

Renato Luiz Sobral Anelli

Renato Luiz Sobral Anelli

Doutor em Arquitetura pela USP. Professor titular do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP São Carlos e conselheiro do Instituto Bardi.
(Foto: Marina_DImperio)

Rosangela Patriota

Rosangela Patriota

Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Professora titular aposentada da Universidade Federal de Uberlândia e membro do corpo permanente do Programa de Pós-Graduação em História.
(Foto: Acervo Pessoal)

Wagner Corsino Enedino

Wagner Corsino Enedino

Doutorado em Letras pela UNESP - Campus de São José do Rio Preto e Pós-Doutorado pela UNICAMP. É Professor Associado da UFMS e atua no PPG-Letras (Nível de Mestrado e Doutorado).
(Foto: Acervo Pessoal)

Zuenir Ventura

Zuenir Ventura

Escritor e jornalista. Autor de 1968 – o ano que não terminou (1989), que serviu de inspiração para a minissérie Anos rebeldes, de Gilberto Braga, e para o filme O homem que disse não, do cineasta Olivier Horn.
(Foto: Acervo Pessoal)

Data

07/05/2018 a 09/05/2018

Dias e Horários

7/5 e 8/5 segunda a terça, das 14h às 21h30.
9/5, Quarta, das 14h às 19h45.

As inscrições podem ser feitas a partir de 24 de abril às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

R$ 15,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 25,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 50,00 - inteira

Inscreva-se agora