Atividades

A difusão da notícia e o poder brando dos países

A Atuação de Agências Transnacionais de Notícias no Brasil

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Programa

O jornalismo tem um grande poder de pautar assuntos, agendas e visões de mundo. Por sua vez, os conflitos de interesses entre países refletem-se em conflitos de narrativas, a ponto de se consagrar a expressão “guerra de propaganda”. A expansão da internet e, mais recentemente, das redes sociais, facilitou não só a difusão de notícias oriundas de outros países, mas também a expansão de veículos de comunicação para além de suas fronteiras.

O presente ciclo tem como objetivo discutir justamente a criação de agências de notícias transnacionais, sua atuação no Brasil, suas características específicas e os interesses que representam na geopolítica mundial.

21/08- Regulação dos meios de comunicação social no Brasil e geopolítica da mídia
A palestra tratará da temática da regulação dos meios de comunicação social no Brasil, tendo por foco a possibilidade de participação do capital estrangeiro nessa atividade econômica. Dentre outros assuntos serão abordados: a regulação constitucional e legal dos meios de comunicação social; a indefinição de um marco conceitual para as expressões “meios de comunicação”, “imprensa”, “empresas jornalísticas”, etc.; o histórico das restrições impostas ao capital estrangeiro; as restrições ao capital estrangeiro na comunicação social; as alterações constitucionais recentes; os reflexos decorrentes da convergência midiática, em especial, a possibilidade ou não de aplicação de regras restritivas aos portais de notícias. A mesa também tratará de desvendar as redes, a atuação e o poder exercido pelas agências transnacionais de notícias no mundo e no território brasileiro; suas relações com a centralidade dos meios de comunicação na vida cotidiana, econômica e política; as relações de poder e os conflitos sociais e territoriais no mundo contemporâneo; a expansão da internet e uma geopolítica da mídia marcada pela centralização do comando da produção e circulação de informações em poucos grupos.
Com Carlo Napolitano e André Pasti.

22/08-O Le Monde Diplomatique Brasil e o Deutsche Welle Brasil
Fundado na França na década de 1950, Le Monde Diplomatique inspirou dezenas de edições internacionais ao longo de sua história. Foi no contexto de articulação altermundialista e de expectativas diante da ascensão de "novos governos", de esquerda ou centro-esquerda, na América Latina na primeira década do presente século, que a edição impressa de Le Monde Diplomatique Brasil foi lançada em São Paulo, em 2007. Alinhada às diretrizes editoriais do selo francês, portanto crítica ao imperialismo e ao neoliberalismo, a edição impressa publica artigos traduzidos da matriz francesa e artigos e reportagens relacionadas ao Brasil e à América Latina. A mesa abordará também as principais características regulatórias e editoriais do serviço brasileiro da emissora alemã Deutsche Welle, tendo como ponto de partida o conceito de radiodifusão internacional e a sua utilização como um instrumento de diplomacia pública. Além disso, será debatido o processo de construção das notícias e a forma como elas representam o Brasil e a Alemanha.
Com Juliana Sayuri e Augusto Junior da Silva Santos.
   
28/08-O Sputnik News Brasil e o The Intercept Brasil
Iniciativas estatais tem buscado encontrar espaço no mercado de agências de notícias, dominado por empresas de origem europeia e americana, como parte de seus projetos de diplomacia pública. Uma das mais significativas é a do Sputnik News, ligado ao governo russo. Para o Kremlin, uma forma de mostrar seu lado no noticiário. Para o meio político dos EUA e da União Europeia, uma tentativa russa de fazer propaganda (e não jornalismo) em seus países. Embora um número maior de players possa dar maior diversidade à cobertura de temas internacionais, a participação de governos neste segmento traz nova roupagem a debates antigos, como a pretensa imparcialidade, e o papel da comunicação na política. Por sua vez, o The Intercept Brasil, o outro objeto da mesa, foi lançado em agosto de 2016, criado no modelo do site nos EUA, mas adaptado para a realidade brasileira. O TIB visa um jornalismo investigativo mais agressivo, crítico, independente e menos servil num ecossistema em que autocensura e interferência política são as normas. Suas investigações já provocaram inquéritos oficiais, ações do Ministério Público e mobilizações populares. A missão é fiscalizar o poder em nome da interesse público e ajudar na criação de novos modelos e linguagens jornalísticos.
Com Denise De Rocchi e Andrew Fishman.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.


Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, audiodescrição, entre outros, solicite por e-mail ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.

centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600


(Foto: Divulgação)

Palestrantes

André Pasti

André Pasti

Geógrafo, doutorando em Geografia Humana pela USP. É professor do Cotuca/UNICAMP e integrante do Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social.
(Foto: Acervo Pessoal)

Andrew Fishman

Andrew Fishman

Formado em relações internacionais pela George Washington University. É editor geral do The Intercept Brasil e repórter do The Intercept desde 2013, quando trabalhou com o arquivo de documentos vazado por Edward Snowden, ex-contratado da Agência de Segurança Nacional dos EUA.
(Foto: Acervo Pessoal)

Augusto Junior da Silva Santos

Augusto Junior da Silva Santos

Mestre em Comunicação e jornalista formado pela UNESP. Realizou estágios de pesquisa com bolsa FAPESP na Universidade de Bonn, na Alemanha, e na George Washington University, nos Estados Unidos.
(Foto: Acervo Pessoal)

Carlo Napolitano

Carlo Napolitano

Professor de Direito do Departamento de Ciências Humanas e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP. Doutor em Sociologia.
(Foto: Acervo Pessoal)

Denise De Rocchi

Denise De Rocchi

Doutoranda em Estudos Estratégicos Internacionais pela UFRGS. Atuou por mais de quinze como jornalista e desde 2013 é professora nos cursos de Comunicação e de Relações Internacionais da UniRitter, em Porto Alegre.
(Foto: Acervo Pessoal)

Juliana Sayuri

Juliana Sayuri

Jornalista e doutora em História Social pela USP. Autora de "Diplô: Paris - Porto Alegre" (Com-Arte, 2016) e "Paris - Buenos Aires" (Alameda, 2018). Estudou na École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, e na Columbia University, em Nova York.
(Foto: Acervo Pessoal)

Data

21/08/2018 a 28/08/2018

Dias e Horários

Terças e Quarta, 19h30 às 21h30.

As inscrições podem ser feitas a partir de 26 de Julho, às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

R$ 15,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 25,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 50,00 - inteira

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