A cafeicultura e as artes na São Paulo da Belle Époque

Programa

O início do século XX foi um período de profundas transformações sociais e culturais em São Paulo. No espaço de algumas poucas décadas, a cidade de feições coloniais, o “burgo de estudantes”, o “arraial do sertão” adquiriu ares cosmopolitas e modernos. A construção do Municipal, o surgimento de diversas salas de espetáculo, a organização de sociedades culturais ou a eclosão do Modernismo: foram diversas as manifestações desse fenômeno histórico.

A profunda transformação registrada no momento, contudo, jamais teria sido possível sem o devido respaldo econômico, capaz de dar-lhe suporte e financiamento. Assim, para além da dimensão exclusivamente estética, é fundamental refletir também sobre os condicionantes materiais relacionados ao nascimento do setor cultural paulista. Como se articularam agentes e atores sociais envolvidas com a arte local? Quais foram os métodos de capitalização empregados? Qual era o público das atrações?

São Paulo: Capital Artística – a cafeicultura e as artes na Belle Époque (1906-1922) busca responder algumas dessas perguntas. Mobilizando dados quantitativos de arquivos históricos diversos, a pesquisa centra atenções no estudo das relações entre o setor cultural e a economia paulista, destacando as conexões entre o mundo das artes e o mais importante produto da pauta produtiva local – a cafeicultura. Dos salões aristocráticos às agremiações culturais, das instituições de ensino às cadeias cinematográficas: por toda parte vemos a presença de recursos e influências do “ouro verde”. Mais que simples pano de fundo, o café figurou como ator primeiro do espetáculo cultural da Capital Artística.

As inscrições podem ser feitas a partir de 24 de junho, às 14h, pela Internet ou nas unidades do Sesc em São Paulo.

(Foto: Divulgação)

Palestrantes

Julio Lucchesi Moraes

Doutorando em História Econômica pela USP. Foi pesquisador convidado da Universidade de Versalhes Saint-Quentin-en-Yvelines, na França.