A Erótica Literária Brasileira a partir do Modernismo
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Num prefácio a Macunaíma, Mário de Andrade observa que, no Brasil, até as literaturas religiosas eram "pornográficas". Apesar disso, ele reclama a ausência de um erotismo literário "organizado" no país, como tinham "os alemães científicos, os franceses de sociedade, os gregos filosóficos, os indianos especialistas, os turcos poéticos". Daí o paradoxo: "Já se falam que três brasileiros estão juntos, estão falando porcaria... De fato".
Não surpreende que tal constatação tenha sido feita por um artífice do modernismo, já que o movimento reunia duas preocupações fundamentais: de um lado, a conquista de um novo olhar para o Brasil que levasse em conta formas mais "rebaixadas" de cultura; de outro, a busca de uma sintonia com as vanguardas europeias que se voltavam para as expressões do erotismo. Munidos dessa curiosidade, os modernistas se empenharam com interesse na pesquisa e na criação de obras do gênero.
Do deboche escatológico de Oswald à erótica requintada de Bandeira, o que se percebe a partir de 1922 é a consolidação de uma literatura que explora as diversas formas de representação do sexo. Tal disposição deixa marcas na produção do século XX, chegando aos dias de hoje com renovado vigor pela inclusão de tópicas contemporâneas.
Dão testemunho dele os contos libidinosos de Dalton Trevisan, a poética cósmica de Roberto Piva, as "bandalheiras" de Hilda Hilst, e outros exemplos que serão apresentados no curso.
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.
Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, audiodescrição, entre outros, solicite por e-mail ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade. centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600
(Arte: Cicero Dias, "Sonho de uma Prostituta")
Palestrantes
Eliane Robert Moraes
Professora de Literatura Brasileira na USP e pesquisadora do CNPq. Publicou diversos livros sobre o imaginário erótico nas artes e na literatura, além da recente organização da Antologia da poesia erótica brasileira e da coletânea O corpo descoberto - Contos eróticos brasileiros.
(Foto: Acervo Pessoal)
Data
04/12/2019 a 13/12/2019
Dias e Horários
Quartas e Sextas, 19h às 21h.
As inscrições podem ser feitas a partir de 28 de novembro, às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.