Atividades

Traumas históricos que contaminam nosso presente

A lógica do espectro: literatura, memória social e necromancia

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Programa

Em uma história como a nossa, marcada por um acúmulo de catástrofes (colonização, escravidão e ditaduras), a memória social se constituiu por lembranças dolorosas, sob o signo da injustiça, do apagamento institucional e do trauma. Nesse contexto, o passado recalcado, assombra e contamina o presente.


A literatura, em especial aquelas produções que fazem interface com a história (romance histórico, ficção histórica, relatos de memória e não-ficcionais), é um espaço privilegiado para pensar os traumas da nossa história. Em um horizonte onde o negacionismo histórico se transforma em discurso oficial, a ficção contemporânea acaba por assumir uma vocação ético-político: dialogar, tentar enterrar e exorcizar os fantasmas do passado.
 

Derrida define o espectro como o morto mal enterrado, o passado que não passa, que se recusa a morrer. E a escrita da história, como afirma Michel de Certeau, tem a função de um rito de sepultamento.

 

Programa

30/7 - A problemática do romance histórico contemporâneo 

- Historicismo e determinismo: limites da noção clássica de romance histórico;

- Fredric Jameson e Perry Anderson: o romance histórico ainda é possível?

- Walter Benjamin e o Anjo da história: catástrofe, crítica ao progresso e o desejo de parar e recolher os mortos.

- Paul Ricoeur: na história só se lida com os mortos de outrora;

 

6/8 - A lógica do espectro: o passado assombra o presente 

- Hamlet, Ulisses no Hades e as fazendas mal-assombradas;

- O conceito de espectro, segundo Derrida;

- A metáfora do espectro como metáfora da memória (Aleida Assmann);

- O espectro e a crítica a ideia de progresso.

 

13/08 - Escrita: o gesto de enterrar

- Jeanne-Marie Gagnebin: Lembrar, escrever, esquecer.

- Michel de Certeau: a escrita da história como rito de sepultamento;

- Didi-Huberman: fechar os olhos dos mortos;

- Jacques Rancière: o historiador como necrófilo; 

- Sebald: a fotografia e o retorno de morto.

 

20/08 - A espectralidade e necromancia na ficção contemporânea

- O luto e a história em De mim já nem se lembra, de Luiz Ruffato;

- O coral fúnebre em O Marechal de costas.


As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.


Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, audiodescrição, entre outros, solicite por e-mail ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade. centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600

(Crédito: Filme - Henri Robin and a Spectre, 1983)

Palestrantes

Marcos Vinícius Almeida

Marcos Vinícius Almeida

Jornalista, escritor e mestre em Literatura e Crítica Literária pela PUC/SP, com bolsa FAPESP. Integrante do Grupo de Pesquisa: O narrador e as fronteiras do relato.

Possui trabalhos publicados em diversos periódicos acadêmicos, e também em revistas e jornais. É curador editorial da Revista Gueto, publicação independente de literatura, e autor do volume de contos Paisagem interior (Penalux, 2017).

(Crédito: Arquivo Pessoal)



Data

30/07/2019 a 20/08/2019

Dias e Horários

Terças, 10h30 às 12h30.

As inscrições podem ser feitas a partir de 27 de junho, às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

R$ 15,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 25,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 50,00 - inteira