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Os embates do cinema em torno das imagens da ditadura revelam muito sobre as bases atuais da memória de um passado longe de estar encerrado.

A luta armada no cinema: ficção, documentário, memória

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Programa

Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação no ato da inscrição, com no mínimo dois dias de antecedência da atividade.


 


Na Semana da Pátria de 1969, organizações armadas contrárias à ditadura sequestraram Charles Burke Elbrick, embaixador dos EUA no Brasil. Com essa ousada ação, maculando a festa nacionalista, MR-8 e ALN chamaram a atenção do mundo para os presos políticos do regime brasileiro. Décadas depois, em tempos democráticos, o cinema retoma esse acontecimento marcante, levantando controvérsias em nada arrefecidas pelo passar dos anos.


Ficção, documentário. Haveria um gênero mais “fiel” ao fato histórico? Embora muito comum, a fidedignidade talvez não seja um dos parâmetros mais frutíferos para se pensar a relação entre cinema e história. Daí entra em jogo um terceiro termo, central nestas reflexões: memória. Pois o embate de versões entre “O que é isso, companheiro?” (Bruno Barreto, 1997) e “Hércules 56” (Silvio Da-Rin, 2006), é um confronto entre ficção e documentário em torno do sequestro do embaixador estadunidense. É sobretudo, uma disputa de memórias. De um lado, o estabelecimento das inocências acerca da ditadura; do outro, a celebração da luta armada.


Neste encontro Fernando Seliprandy fala de seu recém-lançado livro “A luta armada no cinema:  ficção, documentário, memória” (Intermeios, 2015), onde reflete sobre os sentidos do embate entre uma memória que desculpa a sociedade e outra que erige um monumento à resistência.


 


As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do inicio da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

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Palestrantes

Fernando Seliprandy

Fernando Seliprandy


Doutorando em História Social pela USP, onde também concluiu mestrado, no mesmo programa, e graduou-se em História.


Bibliografia

BROOKS, Peter. Melodramatic imagination: Balzac, Henry James, melodrama, and the mode of excess. New Haven; London: Yale University Press, 1995.

 

CAPELATO, Maria Helena et al. História e cinema. São Paulo: Alameda, 2007.

 

CARDOSO, Irene. História, memória e crítica do presente. In: ______. Para uma crítica do presente. São Paulo: Editora 34, 2001. p. 15-40.

 

DA-RIN, Silvio. Espelho partido: tradição e transformação do documentário. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2006.

 

______. Hércules 56: o sequestro do embaixador americano em 1969. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.

 

FERRO, Marc. Cinema e história. 2 ed., São Paulo: Paz e Terra, 2010.

 

GABEIRA, Fernando. O que é isso, companheiro? São Paulo: Cia. das Letras, 1997.

 

GINZBURG, Carlo. Sinais: raízes de um paradigma indiciário. In: ______. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. São Paulo: Cia. das Letras, 2007. p. 143-179.

 

LEME, Caroline Gomes. Ditadura em imagem e som: trinta anos de produções cinematográficas sobre o regime militar brasileiro. São Paulo: Editora Unesp, 2013.

 

MORETTIN, Eduardo; NAPOLITANO, Marcos; KORNIS, Mônica Almeida (org.). História e documentário. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012.

 

NAPOLITANO, Marcos. A História depois do papel. In: PINSKY, Carla Bassanezi (org.). Fontes históricas. 2 ed., São Paulo: Contexto, 2006.

 

REIS FILHO, Daniel Aarão et al. Versões e ficções: o sequestro da história. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 1997.

 

RICŒUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas: Editora da Unicamp, 2007.

 

ROLLEMBERG, Denise. Esquecimento das memórias. In: MARTINS FILHO, João Roberto (org.). O Golpe de 1964 e o Regime Militar: novas perspectivas. São Carlos: EdUFSCar, 2006. p. 81-91.

 

SELIPRANDY, Fernando. Divergência e conciliação: cinema e memória da luta armada no Brasil. Cinémas d’Amérique Latine, n. 21, p. 68-79, 2013. Disponível em: <http://cinelatino.revues.org/221>. Acesso em: 10 fev. 2015.


______. Instruções documentarizantes no filme O que é isso, companheiro? In: MORETTIN, Eduardo; NAPOLITANO, Marcos; KORNIS, Mônica Almeida (org.). História e documentário. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012.


______. O monumental e o íntimo: dimensões da memória da resistência no documentário brasileiro recente. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 26, n. 51, p. 55-72, jan.-jun. 2013. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/7195>. Acesso em: 10 fev. 2015.

 

TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir (org.). O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.

 

XAVIER, Ismail. A ilusão do olhar neutro e a banalização. Praga Estudos Marxistas. São Paulo: Editora Hucitec, v. 3, set. 1997. p. 141-153.

 

Data

09/12/2015 a 09/12/2015

Dias e Horários

Quarta, 19h às 21h.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

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