A Tragédia da Insignificância Na Arte Romanesca de Milan Kundera
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Em uma obra, de tantos romances, quatro textos de ensaios e reflexão teórica, como a de Milan Kundera é profundamente interessante a múltiplas interpretações.
Propomos um ponto de vista em que avançamos duas posições uma teórica e outra de ponto de vista ou lugar de fala: La fête de l'insignifiance.
Separamos a imensa obra em partes, como uma maneira de se organizar. Os ensaios e textos teóricos somam quatro livros: L'art du roman (1968) [1986] Gallimard, Paris ( ); Les testaments trahis, Gallimard, Paris, 1993; Le rideau, Gallimard, Paris, 2005 ; e Une rencontre, Gallimard, Paris, 2009.
Nos permitindo uma metáfora, Kundera é como um cozinheiro que mostra a sua cozinha. Tal como o grande cozinheiro que, nos levando em sua cozinha, nos releva segredos, sobre a elaboração de seus famosos e procurados pratos.
Quero dizer com isso que os ensaios teóricos de Kundera nos permitem perceber as suas influências, suas posições como romancista, e a conceituação de alguns de seus artefatos narrativos. Isso permite uma técnica de leitura dos romances.
Nossa proposta consiste em fruir o romance em compasso reflexivo com seus ensaios. É uma leitura nova, uma leitura epistemológica.
Desta forma privilegiamos a cronologia dos seus romances, os dividimos em quatro períodos distintos. Assim sendo os romances se dispõem em quatro diferentes períodos.
i. Os romances do jovem Kundera: La plaisanterie 1967 (1985); Kundera, Risibles amours, 1970 (1985), La valse aux adieux, 1976 (1985); La vie est ailleurs, 1973 (1985);
ii. A trilogia da maturidade : Le livre du rire et de l'oubli, 1979 (1985); L'insoutenable légèreté de l'être, 1984 (1987); e L'immortalité, 1990,
iii. Os romances de um autor consagrado: La lenteur, 1995; L'identité, 1997; e L'ignorance, 2000;
iv. O romance do pós-obra completa: La fête de l'insignifiance, 2013.
Esta arrumação nos permitirá fazer um voo sobre a obra romanesca. O passeio fica bem mais objetivo se seguirmos o processo sempre nos indagando o que eu posso saber em cada romance, sempre nos remetendo aos ensaios, isso tudo buscando extrair alguns pontos cruciais da obra. Inicialmente, podemos buscar a grande característica das personagens kuderianas: atletas sexuais ou egos experimentais, que não são outra coisa que um certo don juanismo moderno. E na sequencia as escolhas estéticas que norteiam a obras, suas nuanças e variações ao longo da obra.
Propomos ainda um lugar de fala, ou seja, nosso olhar parte do último romance (La fête de l'insignifiance), assim deliberadamente ao invés de começar nossa leitura cronologia dos romances, começamos pelo último, a consciência fara vermos uma obra acabada e por isso completo. A grande questão será qual o papel da La fête de l'insignifiance no processo criativo do autor.
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.
Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, audiodescrição, entre outros, solicite por e-mail ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade. centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600
(Foto: Divulgação)
Palestrantes
Wilton Barroso Filho
Doutor em Epistemologia pela Universidade Denis Diderot ( Paris VII). Pós- doutorado em Epistemologia pela Maison des Sciences de l'homme de Paris. Pós-doutorado em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É Professor Associado da UNB nos Departamentos de Filosofia e Teoria Literária e Literaturas.
Data
21/11/2018 a 22/11/2018
Dias e Horários
Quarta e Quinta, 19h às 21h30.
As inscrições podem ser feitas a partir de 25 de Outubro, às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.