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A crítica dialética da cultura a partir das reflexões de Bertolt Brecht, Walter Benjamin e Theodor W. Adorno

Adorno, Benjamin e Brecht: críticos dialéticos da cultura?

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Programa

O Manifesto Comunista, de Marx e Engels (1848), conclamava os oprimidos a intervirem de maneira transformadora e revolucionária no mundo.

Ele dava forma a um movimento que iria resultar na revolução russa e numa outra revolução: a das vanguardas artísticas. Muitos de seus manifestos defendiam a fusão entre arte e vida, estética e política.

Esses eventos históricos ensejaram o surgimento de um amplo debate marxista em torno da cultura, tema sobre qual essa vertente teórica ainda não havia se debruçado com ardor até então. Bertolt Brecht, Walter Benjamin e Theodor W. Adorno foram figuras centrais nessa discussão.

Os três autores possuíam teorias distintas sobre a relação da produção artística com a política.

Objetiva-se apresentar as principais linhas da crítica dialética da cultura de cada um desses autores, bem como percorrer as reflexões e polêmicas que estruturaram o debate.

6/2 - O método Brecht: o marxismo e a re-funcionalização da arte.
Dos autores abordados, Brecht pode ser considerado, em determinado sentido, o mais complexo dos três, pois não só interviu ativamente no debate sobre estética e política desse período enquanto crítico, como fez parte dele enquanto artista, tornando-se um dos cânones do teatro no mundo todo. Nesse encontro trataremos desse caráter multifacetado do autor e veremos seu percurso: da incursão no expressionismo com a peça Baal até a formulação de suas principais ideias a respeito da relação entre arte e política. O objetivo é apresentar algumas das principais categorias que orientam sua produção: o efeito de distanciamento (Verfremdungseffekt), o gestus, as peças didáticas e o caráter épico. Passando pelas interpretações de autores como Fredric Jameson e Roberto Schwarz, debateremos a atualidade de Brecht. Será que há lugar para Brecht no século XXI?

13/2 - Pensamentos que não se podem pensar plenamente: Benjamin e o fim da aura.
A década de 1930 foi um período turbulento para Benjamin. Além da ascensão do nazi-fascismo na Alemanha, sua produção intelectual foi afetada por duas grandes potências intelectuais. De um lado, Brecht e os seus Versuche orientaram sua leitura da arte moderna e do cinema. De outro, as objeções de Adorno à influência brechtiana e sua leitura hegeliana da dialética pressionavam-no a reconsiderar a leitura positiva da reprodutibilidade técnica e do cinema. Para Adorno, Benjamin e Brecht haviam engolido o marxismo "como uma pílula". "A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica" foi o ensaio no qual Benjamin apresentou sua teoria da perda da aura da obra de arte, sua discussão sobre técnica e tecnologia e sua interpretação do cinema. As 4 versões do ensaio demonstram um Benjamin esgarçado entre as duas forças potentes de Adorno e de Brecht. Trataremos desse ensaio, da teoria estética de Benjamin que se esboça a partir dele e das objeções que tanto Adorno quanto Brecht fizeram ao texto. Será que Benjamin conseguiu, apesar de tudo, permanecer benjaminiano?

20/2-Gosto se discute: Adorno, autonomia e engajamento.
Adorno refugiou-se do nazismo nos Estados Unidos, onde passaria uma década e meia. Lá, segundo seu próprio testemunho, foi libertado de uma crença ingênua na cultura. A teoria da "indústria cultural", formulada nessa torre de observação privilegiada que era a sociedade americana, acrescentou mais uma camada de complexidade ao debate a respeito da relação entre estética e política da década de 1930, pois a indústria cultural, enquanto sistema totalitário passa a subsumir toda a arte, comprometendo a sua autonomia, impondo-se enquanto elemento de des-artificação. Ao retornar à Alemanha e organizar as obras completas de Benjamin, Adorno retoma alguns dos temas do debate. Além do debate sobre "indústria cultural", trataremos do ensaio "Engagement", no qual Adorno se debruça sobre Jean-Paul Sartre, Brecht e Samuel Beckett. A questão era: engajamento ou autonomia? Seria isso o dilema artístico de nosso tempo ou uma antinomia prescrita do capitalismo tardio?

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.

Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, audiodescrição, entre outros, solicite por e-mail ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade. centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600

(Foto: Diliff)

Palestrantes

Bruna Della Torre

Bruna Della Torre

Doutora em Sociologia, realizou pós-doutorado no Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada (USP). É pós-doutoranda no Departamento de Sociologia (Unicamp).
(Foto: Acervo Pessoal)

Data

06/02/2020 a 20/02/2020

Dias e Horários

Quintas, 19h às 21h30.

As inscrições podem ser feitas a partir de 28 de janeiro, às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

R$ 15,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 25,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 50,00 - inteira

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