Curso Presencial
Aimé Césaire: poesia e ação anticolonial
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Programa
Aimé Césaire é lembrado em todo o mundo como o inventor da palavra Negritude. Palavra que se tornou a escolhida para nomear o movimento literário encabeçado por jovens estudantes negros na Paris dos anos 1930. O diálogo com os poetas Léopold Sédar Senghor e Léon Gontran Damas, bem como as ações das precursoras Paulette e Jeanne Nardal, fez desse movimento um verdadeiro marco nas literaturas de países onde a população negra é significativa.
No entanto, é possível se falar de Aimé Césaire para muito além desta etiqueta. Um homem que atravessou o século XX com um constante interesse pela precisão das palavras, certamente terá encontrado meios de se atualizar e se metamorfosear.
Este é um curso sobre a obra, os conceitos e as invenções poéticas de Aimé Césaire. Em quatro encontros, cada um deles abordando uma de suas diferentes linhas temáticas. Uma introdução à obra de um dos mais interessantes e instigantes personagens do século XX.
Programa
1. Retorno ao país natal
Primeira obra de Aimé Césaire, o livro-poema Cahier d'un retour au pays natal já traz um pouco das grandes questões que atravessarão seu pensamento. Ali já estão a questão do colonialismo, as rebeldias diante das imposições do sistema colonial, o chamado ao encontro do povo negro e a reconciliação com sua terra natal. Também é um poema fundamental, que serviu de alimento e formação para os povos negros dos dois lados do Atlântico.
Bibliografia:
Aimé Césaire. Diário de um retorno ao país natal (Tradução de Lilian Pestre de Almeida). São Paulo: Edusp, 2011.
2. Discursos sobre o colonialismo
Césaire foi um dos primeiros intelectuais francófonos a se posicionar sem desviar os olhos em relação ao problema colonial. Em seu livro sobre Toussaint Louverture, ele elabora sobre a importância da questão da dominação. O próprio discurso sobre o colonialismo, talvez o seu escrito mais famoso, atua como uma reação profunda e crítica diante desse problema.
Bibliografia:
Aimé Césaire. Discurso sobre o colonialismo (Tradução de Claudio Willer). São Paulo: Veneta, 2020.
Suzanne Césaire. A grande camuflagem. São Paulo: Papéis Selvagens, 2020
3. Negro sou, negro serei
No amanhecer do pós-guerra, o ambiente é de reconstrução. O que será feito das antigas colônias do "Império Francês"? Como a França iria lidar com os cada vez mais frequentes levantes que começavam a pipocar nas diferentes localidades onde havia domínio? É nesse ambiente que a esquerda martinicana procura em Aimé Césaire um representante à altura. Sua ação política se fez em diversos níveis: formal, sendo eleito pelo povo da ilha; ideológico, atuando em seus discursos diante do povo; cultural, buscando unir a linguagem poética às inquietudes políticas ¿ pela via do teatro. Sua ação política talvez seja o melhor meio de unir os diferentes lados de sua longa travessia do século: a política, a poesia e a vida.
Bibliografia:
Aimé Césaire. Negro sou, negro serei (Tradução de Leo Gonçalves). Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2024..
Suzanne Césaire. A grande camuflagem. São Paulo: Papéis Selvagens, 2020.
4. Uma lírica vulcânica
A poesia de Césaire é tida como misteriosa. Diferente de seus discursos lacerantes na esfera política, sua lírica é alimentada pelos vocabulários do mundo, pelo nome das coisas e dos seres. Atravessada por angústias causticantes, ela é pulsante ¿ nela parece latejar as forças de um existencialismo que esteve nas origens de sua produção criativa. Obscura e, por vezes, hermética, trata-se de uma lírica solar, marcada pelos ritmos dos atabaques ancestrais e pelas aberturas de suas facas-meio-dia, lâminas e laminárias, sua revolução rebelde e os incêndios de sua raiva vulcânica.
As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 18/12 no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, através do app ou presencialmente em qualquer unidade do Sesc São Paulo.
Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.
O pagamento pode ser feito através do cartão de crédito, débito ou em dinheiro. Trabalhamos com as bandeiras Visa, Mastercard, Elo e Hipercard.
Ao término do curso, você poderá solicitar sua declaração de participação pelo e-mail declaracao.cpf@sescsp.org.br
A declaração será encaminhada em até 30 dias
O cancelamento poderá ser realizado com até 48 horas antes do início da atividade, por email: centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br
(Foto: Divulgação)
Palestrantes
Leo Gonçalves
Nasceu em Belo Horizonte. Autor de Use o assento para flutuar (2018). Seus poemas aparecem em antologias do Brasil e do Mundo. Traduziu Negro sou, negro serei, de Aimé Césaire (2024), O negro declara, de Langston Hughes (2023), dentre outros. Seus artigos e traduções das literaturas caribenhas e africanas estão disponíveis em sites e revistas do Brasil.
(Foto: Flavi Lopes)
Data
29/01/2025 a 07/02/2025
Dias e Horários
Quartas e Sextas, 10h30 às 12h30.
Curso Presencial
Inscrições a partir das 14h do dia 18/12, até o dia 29/1.
Enquanto houver vagas.