Arquétipos e Símbolos nas Narrativas Audiovisuais

Programa

Dentre os principais fatores que explicam o sucesso de uma produção audiovisual está a identificação da audiência com os personagens da narrativa. Personagens arquetípicos têm mais possibilidades de estabelecerem essa identificação, graças ao poder que os arquétipos exercem no processo comunicacional.

Mas, afinal, o que são arquétipos? E como eles funcionam?
A mais recente tese sobre os arquétipos demonstra, a partir de uma perspectiva antropológica, que eles são o resultado de características biológicas e psicológicas do ser humano e que o arquétipo opera como mediador entre a mente e o mundo, daí suas qualidades universais e atemporais.
Essa hipótese, construída pelo antropólogo francês Gilbert Durand, fundamenta uma concepção abrangente sobre o arquétipo que o coloca como resultado de estruturas, esquemas e lógicas mentais descritas pela Teoria Geral do Imaginário.

O curso parte da concepção junguiana de arquétipo, passando pelos estudos de Joseph Campbell para chegar à mais recente teoria, mostrando como a ideia de arquétipo é essencial para entender como se estabelece a identificação ou a adesão da audiência com determinados imaginários construídos e/ou compartilhados pelas narrativas audiovisuais. É dessa identificação e/ou adesão que vem parte significativa do sucesso global que determinadas narrativas alcançam.

Tópicos abordados: introdução à teoria dos arquétipos (Jung); conceitos fundamentais: imagem, imaginação e imaginário; arquétipos e narrativas: a jornada do herói (Campbell e Vogler); imaginário como processo: o trajeto antropológico (Durand); primeiras experiências: simbolismos teriomórfico, catamórfico e nictomórfico; estruturas antropológicas e as lógicas de representação do mundo; grandes arquétipos e a arquetipologia durandiana (do abstrato ao concreto) ; regimes de imagens: diurno e noturno.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.

Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, audiodescrição, entre outros, solicite por e-mail ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade. centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600

(Arte: L. Brown CC 3.0)

Palestrantes

Sílvio Anaz

Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Foi pesquisador visitante na School of the Arts, Media, Performance & Design da York University e é professor universitário nas áreas de comunicação, audiovisual e semiótica.
(Foto: Acervo Pessoal)

Bibliografia

ANAZ, S. The archetypal images in the scientific and technological imaginary of mass culture. The International Journal of the Image, 2016.
CAMPBELL, J. O herói de mil faces. São Paulo: Pensamento, 1989.
DURAND, G. As estruturas antropológicas do imaginário: introdução à arquetipologia geral. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
DURAND, G. A imaginação simbólica. São Paulo: Cultrix/EDUSP, 1988.
JUNG, C.G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. São Paulo: editora Vozes, 2011.
JUNG, C.G. O homem e seus símbolos. São Paulo: HarperCollins Brasil, 2016.
VOGLER, C. A jornada do escritor. São Paulo: Editora Aleph, 2015.