Atividades

Teoria, crítica de arte e as práticas artísticas feministas

Artes Visuais e Feminismos: Gerações e Geografias

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Programa

O curso apresenta um panorama historiográfico da teoria e da crítica de arte feminista, de modo entrelaçado às estratégias utilizadas nas práticas artísticas dos anos de 1970, 1980 e 1990, a fim de pluralizar o conceito de feminismo e a destacar suas complexidades internas.

Propõe uma análise comparativa com o cenário brasileiro e busca aproximações não usuais entre artistas visuais brasileiras e estrangeiras para contribuir com a problematização de mitos e clichês que engessam o entendimento da história da arte ou dos feminismos nas artes visuais.

Aula 1 - "O pessoal é político": a primeira fase da crítica e teoria feminista da arte norte-americana e o conceito de "central-core-imagery" nas artes visuais.
Linda Nochlin escreveu "Why have there been no great women artist?" (1971) em meio ao acalorado nascer do movimento de Libertação da Mulher, abrindo caminho para o estudo feminista da arte. Ao mesmo tempo, o corpo feminino, tão frequentemente estigmatizado, explorado e representado na cultura visual ocidental, foi percebido e reivindicado como arma e usado pelas artistas em suas próprias elaborações poéticas. Na costa oeste norte-americana, artistas como Judy Chicago, Miriam Schapiro, Ruth Iskin e Arlene Raven cunharam e celebraram o conceito de "central-core-imagery". Quanto ao Brasil no final da década de 1960 e início dos anos de 1970: é possível falar em arte feminista brasileira?

Aula 2 - A produção britânica no final da década de 1970 e os anos de 1980: tomada de consciência acerca da construção da imagem da mulher como objeto para o olhar masculino.
A produção artística desse momento, principalmente a que despontou no cenário britânico, enraizou-se em debates cujos instrumentos teóricos derivavam da psicanálise e do pós-estruturalismo. Mary Kelly e Laura Mulvey, ambas trabalhando nas arenas da prática e da teoria, foram figuras chave da "virada" da arte feminista para o conceitualismo avesso às estratégias ativistas e intuitivas das práticas artísticas anteriores. Na mesma direção, as duas teóricas mais influentes para a arte visual feminista no início dos anos oitenta, Rozsika Parker e Griselda Pollock, argumentaram que as imagens do corpo feminino podem ser facilmente absorvidas e cooptadas pela cultura masculina caso não operem uma ruptura radical com a abordagem da mulher enquanto objeto. Assim, os trabalhos das artistas do período anterior foram declarados como ingênuos em seu "essencialismo", produzindo uma polarização no campo da arte feminista.

Aula 3 - Anos de 1990: Revisão da crítica ao "essencialismo" e o conceito de abjeção.
No contexto americano do final dos anos oitenta e início dos noventa, drogas e crime, pobreza e emersão da epidemia de AIDS sacudiram o país, propiciando o influxo de forte onda conservadora.
A geração de feministas de então começou a redescobrir as obras das mulheres dos anos sessenta e setenta, inspirando-se naquele espírito de radicalismo político, de prazer visceral pelas imagens e materiais, de articulação direta da experiência subjetiva. Historiadoras e críticas de arte, como Jane Blocker, Mira Schor e Amelia Jones, reexaminaram o debate acerca do essencialismo, resgatando a potência subversiva das obras da geração feminista precursora.
De outro lado, o pensamento de Julia Kristeva penetrou de tal modo na academia e na instituição da arte, que o conceito de abjeção foi "cultuado" em muitos trabalhos da arte americana de então.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

Condições especiais de atendimento, como tradução em libras, devem ser informadas por email ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.
centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600

(Foto: Judy Chicago - CC 4.0)

Palestrantes

Roberta Barros

Roberta Barros

Artista visual e pesquisadora, autora do livro “Elogio ao toque: ou como falar de arte feminista à brasileira” (2014).
(Foto: Acervo Pessoal)

Data

21/03/2018 a 23/03/2018

Dias e Horários

Quarta a Sexta, 19h às 21h30

As inscrições podem ser feitas a partir de 22 de fevereiro às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

R$ 15,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 25,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 50,00 - inteira