Atividades

19ª Flip

Curso On-Line
Ciclo de Homenagem 2021

Voltar para o início Ciclo de Homenagem 2021

Programa

A Flip, que terá o Programa Principal de sua 19ª edição este ano acontecendo de 27 de novembro a 5 de dezembro em formato virtual, realiza antes, de 25 a 29 de outubro, em parceria com o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc em São Paulo, o Ciclo de Homenagem 2021.

Se tradicionalmente a Festa homenageia um importante nome da literatura, a 19ª edição propõe uma inovação: serão homenageados em especial  pensadores  e mestres indígenas que tiveram suas vidas interrompidas pela Covid-19. O princípio norteador desta edição da Flip é a relação entre literatura e plantas. Como nas florestas, em que diferentes espécies vegetais colaboram e se comunicam por redes subterrâneas, os saberes indígenas circulam e mantêm vivas culturas para as quais não há uma separação definitiva entre o humano e o não humano.

São formas de conhecimento que não podem se perder. As mesas acontecem sempre das 19h às 20h30.

O Ciclo de Homenagem terá cinco mesas de debates e conversas, uma por dia, com a presença de nomes como Carlos Papá, Sueli Maxacali, Denilson Baniwa e Jaider Esbell.

Também estão confirmados Anna Dantes e João Paulo Lima Barreto, integrantes do Coletivo Curatorial da Flip.

Programação - Ciclo de Homenagem 19ª Flip + Sesc em São Paulo.

Mesa 1 - 25/10/2021 - 19h - Medicinas em diálogo: a pandemia e os cuidados do corpo
Convidados: João Paulo Lima Barreto, Sanderline Ribeiro Potiguara e Sofia Mendonça.
Mediação: Aline Corrêa.
A primeira mesa tem como tarefa discutir projetos e práticas de saúde, tanto indígenas quanto não indígenas. Serão exploradas as conexões e as tensões entre a chamada medicina ocidental e a medicina indígena, com especial atenção voltada para o impacto e as soluções encontradas para combater e controlar a Covid-19.

Mesa 2 - 26/10 - 19h - O protagonismo das mulheres indígenas
Convidados: Jaider Esbell, Vanda Ortega e Francy Baniwa.
Mediação: Márcia Kambeba.
Nesta mesa será debatido o protagonismo feminino nos vários universos indígenas. Como e por que as mulheres vão se destacando, e que mudanças esse processo desencadeia? A homenagem a Meriná Macuxi servirá de ponto de partida para que se discuta a relação milenar entre mulheres e os saberes vegetais nas sociedades indígenas.

Mesa 3 - 27/10 - 19h - O presente e o futuro das artes indígenas
Convidados: Julie Dorrico, Sandra Benites e Bro MCs.
Mediação: Denilson Baniwa.
A recente mudança de eixo nos circuitos das artes, que passou a incorporar a produção indígena em lugar de destaque, também será abordada. A terceira mesa do Ciclo de Homenagens irá propor um debate sobre as especificidades desse processo na literatura, nas artes visuais e na música. A conversa começa com tributo a Feliciano Lana, considerado precursor e desbravador para a nova geração de artistas indígenas.

Mesa 4 - 28/10/2021 - 19h - Educação viva: experiências indígenas
Convidados: Padre Justino, Cris Takuá e Dua Busã.
Mediação: Gersem Baniwa.
O encontro tem como tema central os sucessos e os desafios das escolas indígenas, uma das mais importantes inovações da educação brasileira recente. Tendo como horizonte a importância da obra pedagógica de Higino Tenório, busca-se uma reflexão sobre as especificidades das “escolas vivas”. Quais são, afinal, os desafios para o futuro da educação indigena?

Mesa 5 - 29/10/2021 - 19h - O que o mundo tem a aprender com Nhe’éry
Convidados: Carlos Papá, Laura Santos e Sueli Maxacali
Mediação: Anna Dantes
Debate sobre Nhe'éry, expressão com que os Guarani se referem ao que se convencionou chamar de Mata Atlântica. Discussão dos vínculos entre indígenas, quilombolas e caiçaras na região, e suas relações com a floresta. A partir de homenagem a Domingos Venite, cacique da aldeia Sapukai, pretende-se refletir sobre diferentes biomas e nossos futuros possíveis a partir dos saberes de Nhe'éry.

Sobre a 19ª Flip
Pela primeira vez, a Festa opta por trabalhar com um coletivo curatorial convidado, além de fazer uma homenagem coletiva. As duas escolhas vão ao encontro do conceito desta 19ª edição, que está expresso no texto “Nhe’éry, Plantas e Literatura” – na íntegra no site da Flip. Nhe'éry (pronuncia-se nheeri) quer dizer “onde as almas se banham” e é como o povo Guarani chama a Mata Atlântica, por meio de uma denominação que revela toda a pluriversalidade da floresta.

“Este ano a Flip volta seu olhar para a necessidade de se rever a dissociação entre humanidade e natureza. É um conceito que busca refletir sobre as questões mais urgentes do contemporâneo, sem ser um delineamento temático rígido. A intenção é se nutrir das florestas, que são sistemas abertos, colaborativos”, diz Mauro Munhoz, diretor artístico da Flip. “Por isso, e em um momento de incertezas mundiais, todas as opções feitas para a Festa têm um caráter laboratorial, buscando retratar outras perspectivas e narrativas que olham para a literatura e para a produção cultural em seus múltiplos formatos”, explica.

Coletivo Curatorial
Inspirada pelas florestas e sua diversidade, a Flip trabalha pela primeira vez com um coletivo curatorial, uma verdadeira “floresta curatorial”.

Hermano Vianna, antropólogo de formação, e misturador geral de informações, coordena o trabalho deste coletivo curatorial, integrado por Anna Dantes, colaboradora da Escola Viva Huni Kuin há mais de dez anos e uma das fundadoras do Selvagem – Ciclo de estudos sobre a vida; Evando Nascimento, escritor e filósofo, pioneiro na reflexão sobre literatura e plantas no Brasil; João Paulo Lima Barreto, Tukano do Alto Rio Negro, doutor em antropologia social pela Universidade Federal do Amazonas e fundador do Centro de Medicina Indígena em Manaus; e Pedro Meira Monteiro, professor da Princeton University e um dos organizadores da oficina Poéticas Amazônicas, no Brazil LAB da Universidade.


Autor Confirmado
A Flip confirmou na última semana como primeiro autor convidado desta edição o chileno Alejandro Zambra. Hoje radicado na Cidade do México, Zambra nasceu em 1975, em Santiago. Escreveu os romances Bonsai, A vida privada das plantas, Formas de voltar para casa e Múltipla escolha; os contos reunidos em Meus Documentos; e os volumes de poesia Bahía inútil e Mudanza. Já sua produção crítica está organizada em No leer e Tema libre.

Em 2010, Zambra foi referido como uma das vozes mais promissoras em língua espanhola, segundo a publicação britânica Granta. De lá pra cá, suas obras foram traduzidas para vinte idiomas e seus textos foram publicados em prestigiados espaços literários, como The New Yorker e The Paris Review.

Formato
O público poderá aproveitar as mesas e intervenções videográficas da 19ª Flip de forma virtual, em um momento ainda delicado da pandemia de Covid-19. Tudo em caráter laboratorial e segundo recomendações de infectologistas. Será então uma Flip em defesa da arte, da vegetação que protege o planeta e, sobretudo, da vida em suas múltiplas configurações.

A transmissão será feita através do nosso canal no youtube, e para acompanhar é só acessar: www.youtube.com/cpfsesc

Palestrantes

Denilson Baniwa

Denilson Baniwa

Nasceu em Mariuá, Rio Negro, Amazonas. É artista visual e comunicador que tem a partir do Movimento Indígena Amazônico e trânsito pelo universo não-indígena seus processos artísticos. Baniwa em sua trajetória contemporânea consolida-se como referência, rompendo paradigmas e abrindo caminhos ao protagonismo dos indígenas no território nacional.
(Foto: Acervo Pessoal)

 

Gersem Baniwa

Gersem Baniwa

Indio baniwa, natural da Terra Indígena Alto Rio Negro/AM. Graduado em Filosofia pela Universidade Federal do Amazonas, mestrado e doutorado em antropologia social na Universidade de Brasília. Foi Dirigente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro em 1987 e Coordenador-Geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB. Foi Secretário Municipal de Educação de São Gabriel da Cachoeira-AM e Coordenador-Geral de Educação Escolar Indígena do Ministério da Educação. Foi Diretor-Presidente Fundador do Centro Indígena de Estudos e Pesquisas - CINEP. Foi Conselheiro do Conselho Nacional de Educação - CNE, por dois mandatos e do Conselho Estadual de Educação Escolar Indígena do Amazonas - CEEI/AM. Atualmente é professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Amazonas – UFAM.
(Foto: Acervo Pessoal)

Jaider Esbell

Jaider Esbell

Nasceu em Normandia, Roraima, do povo Macuxi, é artista multimídia e curador independente. A cosmovisão de seu povo, as narrativas míticas e a vida cotidiana nas Amazônias compõem a poética de seu trabalho que se desdobra em desenhos, pinturas, vídeos, performances e textos. Definindo suas proposições artísticas como artivismo, as pesquisas de Esbell combinam discussões interseccionais entre arte, ancestralidade, espiritualidade, história, memória, política e ecologia.
(Foto: Acervo Pessoal)

Sofia Mendonça

Sofia Mendonça

Médica sanitarista, Mestre em Antropologia, Doutora em Saúde Coletiva. Coordenadora do Projeto Xingu, programa de extensão universitária da Unifesp. Trabalha com saúde e povos indígenas desde 1981. Membro do GT de Saúde Indígena da ABRASCO.
(Foto: Acervo Pessoal)

Sandra Benites

Sandra Benites

Nascida na Terra Indígena Porto Lindo, município de Japorã (MS), é pesquisadora e ativista Guarani. Atua como antropóloga, curadora de arte e educadora. Tem mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, onde realiza pesquisa de doutorado. Em 2019, foi contratada como curadora adjunta do Museu de Arte de São Paulo, tornando-se a primeira curadora indígena atuante em um museu de arte do Brasil. É Diretora de Artes Visuais da Funarte.
(Foto: Acervo Pessoal)

Paulo Lima Barreto

Paulo Lima Barreto

Tukano do Alto Rio Negro, doutor em antropologia social pela Universidade Federal do Amazonas e fundador do Centro de Medicina Indígena em Manaus.
(Foto: Acervo Pessoal)

Sanderline Ribeiro Potiguara

Sanderline Ribeiro Potiguara

Amanacy Potiguara, mulher, indígena, Pajé, Graduada em Pedagogia pela Unavida, licenciada em Letras-Língua Portuguesa (UFPB), Especialista em Educação do Campo pela (UFPB), Mestranda em Ciências das Religiões (UFPB) e professora da Educação Básica. Integra o grupo de plantas medicinais formado por lideranças indígenas, pajés, mulheres curandeiras e raizeiras, acompanhado pela equipe do DSEI POTIGUARA, bem como faz parte da Articulação de Mulheres indígenas da Paraíba (AMIP).
(Foto: Acervo Pessoal)

Aline Corrêa

Aline Corrêa

Bacharel em Ciências Sociais (UFMG) e mestranda em História (UNILA). Atualmente, integra o Observatório da Temática Indígena na América Latina (OBIAL/UNILA) e o Comitê Mineiro de Apoio a Causa Indígena (CMACI)  Faz parte da equipe de coordenação do “Memorial Vagalumes”, projeto de extensão da UFMG que constrói biografias e presta homenagens a vítimas indígenas fatais da Covid-19.
(Foto: Acervo Pessoal)

Francy Baniwa

Francy Baniwa

Liderança indígena, pesquisadora, antropóloga e mãe, natural da Terra Indígena Alto Rio Negro, Município de São Gabriel da Cachoeira-AM. Doutoranda em Antropologia Social no Museu Nacional (UFRJ).
(Foto: Acervo Pessoal)

Vanda Ortega Witoto

Vanda Ortega Witoto

Indígena do povo Murui Bue (Witoto) do Alto Solimões , acadêmica de pedagogia pela Universidade do Estado do Amazonas-UEA , técnica de enfermagem Fundação Alfredo da Matta , coordenadora da casa de saúde Indígena na comunidade  indígenas Parque das Tribos em Manaus,  membro do Movimento dos Estudantes Indígenas Do Estado do Amazonas MEIAM e  Articuladora da Associação dos Witoto do Alto Solimões AWAS.
(Foto: Acervo Pessoal)

Márcia Kambeba

Márcia Kambeba

Mestre em Geografia, doutoranda em Estudos Linguísticos, poeta, escritora, ativista da causa indígena e ambiental. Autora de Ay Kakyri Tama: Eu moro na cidade (Ed.Jandaíra, 2018).
(Foto: Divulgação)

Julie Dorrico

Julie Dorrico

Pertence ao povo Macuxi. É doutora em Teoriada Literatura (PUCRS). Também é autora da obra “Eu sou macuxi e outrashistórias” (Caos e Letras, 2019). 1º lugar no Concurso Tamoios/FNLIJ/UKA(2019). Publicou em 2020, o conto “Nós, macuxi, somos viajantes” na coletâneade contos “Escritas femininas em primeira pessoa” (Oralituras); “Menina-moça” em“De repente adolescente” (Seguinte, 2021); “Quando me criaram gente” em “Geração2010: o sertão é o mundo” (Reformatório, 2021);  Nas mídias sociais é administradora coletivado perfil @leiamulheresindigenas e do canal no Youtube “Literatura Indígena Contemporânea” onde entrevista autores indígenas buscando fortalecer o cenário literário étnico-racial. Em 2021 tornou-se a primeira indígena a ter uma coluna fixa na ECOA/UOL. Com subsídio do SESC, produziu a Web-Série “Leia Autoras Indígenas”, onde apresenta 8 escritoras e duas oradoras indígenas no Brasil.
(Foto: Acervo Pessoal)

Bro MCs

Bro MCs

Grupo formado pelos jovens indígenas Bruno Veron, Clemerson Batista, Kelvin Peixoto e Charlie Peixoto, das aldeias Jaguapiru e Bororó. Ele foi criado em 2009 com o objetivo de valorizar a cultura indígena. Sua música é cantada em idioma nativo e em português.
(Foto: Divulgação)

Padre Justino

Padre Justino

Justino Sarmento Rezende Do povo ?tãpinopona (Tuyuka), do município de São Gabriel da Cachoeira. Formação acadêmica: Licenciatura em Filosofia (UCB/DF), Bacharelado em Teologia (FTNSA/SP), Mestrado em Educação (UCDB/MS) e Doutorado em Antropologia Social (PPGAS/UFAM).
(Foto: Acervo Pessoal)

Dua Busã

Dua Busã

Pajé, professor da Escola Viva. Tem todas as experiências da cultura Huni Kuin – histórias, medicina, música, espiritualidade etc.
(Foto: Acervo Pessoal)

Carlos Papá

Carlos Papá

Líder e cineasta indígena do povo Guarani Mbya. Trabalha há mais de 20 anos com produções audiovisuais, com o objetivo de fortalecer e valorizar a cultura guarani mbya por meio da realização de documentários, filmes e oficinas culturais para os jovens. Também atua como líder espiritual em sua comunidade. Vive na aldeia do Rio Silveira, onde participa das decisões coletivas e busca ajudar a sua comunidade a encontrar caminhos para viver melhor. É  Conselheiro do Instituto Maracá.
(Foto: Acervo Pessoal)

Laura Santos

Laura Santos

Quilombola e Educadora Popular, atuou por vinte anos, em prol da infância e juventude de favelas no Rio. Em 2000 retorna ao Quilombo e acampa a luta por uma Educação Diferenciada no Território, por meio do FCT-Fórum de Comunidades Tradicionais. Artista, Escritora e Mestra Jongueira do Jongo do Quilombo Campinho da Independência.
(Foto: Acervo Pessoal)

Sueli Maxakali

Sueli Maxakali

Cineasta, professora, artista e doutora em Letras: Estudos Literários (Notório Saber) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Co-dirigiu os filmes Quando os yãmi?y vêm dançar conosco (2011), Yãmi?yhex: as mulheres-espírito (2019) e Nu?hu? yãgmu? yõg hãm: essa terra é nossa! (2020). Publicou o livro de fotografias Koxuk Xop: Imagem (Beco do Azougue Editorial, 2009), com fotografias das mulheres maxakali sobre os rituais e o cotidiano da Aldeia Verde. Foi professora do Programa de Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMG, em 2016, 2017 e 2019.

Anna Dantes

Anna Dantes

Colaboradora da Escola Viva Huni Kuin há mais de dez anos e uma das fundadoras do Selvagem – Ciclo de estudos sobre a vida.
(Foto: Acervo Pessoal)

Data

25/10/2021 a 29/10/2021

Dias e Horários

Segunda a Sexta, 19h às 21h.

Local

www.youtube.com/cpfsesc

Valores

Grátis