Curso Presencial
Cidade lúbrica: desejo e poder nas ruas
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Programa
Olhar as ruas como lugar de prazer contrasta com a ideia mais comum de que o sexo e a sexualidade se realizam na privacidade de um quarto, de uma casa. A domesticidade do sexo, constituída como norma social (e legal), tenta afastar da vida pública qualquer possibilidade de intercurso dos corpos. Mas é assim mesmo? Quais corpos e quais ruas refutam a intimidade compartimentada? Quais têm legitimidade de exibição pública, quais precisam negociar suas existências?
Partir da constituição das grandes metrópoles modernas, com seu adensamento populacional e crescimento vertiginoso, é olhar para o regramento cada vez maior da vida social. Um dos principais exemplos é a constituição de uma série de regras de higiene na separação de espaços específicos para atividades como o banho e o asseio. A separação dos quartos de progenitores e crianças é mais um desses exemplos da casa como o lugar de comando do homem burguês que reproduz na família parte das hierarquias de classe, raça, gênero e sexualidade que regem as cidades ocidentais. A organização das cidades em bairros e ruas para determinadas atividades é quase uma decorrência desse processo de regulação.
Grandes reformas, demolições, aberturas de avenidas, enormes edifícios brilhantes de concreto e vidro com a circulação de ternos e tailleurs que entram e saem de automóveis fechados que parecem circular sozinhos destoam de casas de um cômodo, improvisadas e próximas umas das outras, bem como das áreas de meretrício permitido ou tolerado, das praças ocupadas à noite, dos becos e dos bas-fonds. São cidades em contraste e em disputa.
Ao longo de quatro encontros presenciais iremos explorar a lógica urbana moderna de contínua tentativa de controle dos corpos dissidentes da norma vigente, que escapam ao ideal burguês da família encapsulada em casas confortáveis e amplas. Vamos olhar para as ruas, para a lógica da rua, do inesperado e do encontro e para a inserção do a-moderno, sexual e pervertido, na disputa pela cidade.
Tomando como ponto de partida a cidade de São Paulo, vamos reorganizar a ética urbana nos caminhos da prostituição, dos encontros lascivos e dos movimentos em defesa da liber(tinagem)dade. As ruas são espaços de poder e é caminhando por elas que entendemos as tecnologias muito sofisticadas de imposição, controle e recusa. Por isso, em dois desses encontros, propomos realizar derivas de imersão urbana. Vamos andar, olhar, debater e dialogar prazer.
25/1 - No baixo-fundo da cidade: desejo, sujeira e controle
27/1 - Deriva 1 - Prostituição regulada no Bom Retiro e o bairro da Luz (com Paula Janovitch)
1/2 - Encontros e encruzilhadas: liber-cidade hoje e além
3/2 - Deriva 2 - Em defesa do direito de existir: da Roosevelt ao Arouche (com Trava Giu)
Obs: Saiba o que fazer no Sesc neste período de retomada das atividades presenciais aqui.
Desde o dia 1/12, é obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação contra COVID-19 (2 doses da vacina ou dose única) para ingressar nas unidades do Sesc no estado de São Paulo.
Poderá ser apresentado:
• Comprovante de vacinação físico, recebido no ato da vacinação;
• Comprovante de vacinação impresso ou digital, disponibilizado pelas plataformas VaciVida e ConectSUS ou pelo aplicativo e-saúdeSP.
Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, solicite pelo e-mail centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br, após a conclusão e efetivação do pagamento da sua inscrição, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.
As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 5/1, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.
O pagamento dever ser feito através do cartão de crédito, e trabalhamos com as bandeiras Visa, Mastercard, Elo e Hipercard.
*A declaração será enviada automaticamente em até 10 dias após a finalização da atividade e caso isso não ocorra, você poderá solicitar pelo e-mail: declaracao.cpf@sescsp.org.br
(Arte: Walter Cruz)
Palestrantes

Paula Janovitch
Antropóloga e historiadora. Doutora em História pela USP. Nos últimos anos vem se dedicando em dar visibilidade a história da prostituição estrangeira em São Paulo.
(Foto: Acervo Pessoal)

Bruno Puccinelli
Doutor em Ciências Sociais pela Unicamp, mestre e bacharel em Ciências Sociais (Unifesp e USP). Atua como docente em formações e oficinas em Direitos Humanos, Saúde e Sexualidade em instituições culturais e de ensino.
(Foto: Acervo Pessoal)

Giulianna Nonato
Travesti, intersexo, bissexual. Secretária de articulação política no Coletivo Navalha, de pessoas LGBTI de terreiro, realiza cursos livres e consultoria sobre diversidade de gênero e sexualidade.
(Foto: Reprodução Facebook)
Data
25/01/2022 a 03/02/2022
Dias e Horários
Terças e Quintas, 15h às 18h.
Curso Presencial e Externo.
Inscrições a partir das 14h do dia 5/1, até o dia 24/1.
Enquanto houver vagas.