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Corpo e Tecnologia: práticas e dilemas no esporte

Programa

Em tempos de cibercultura, não se pode negar que a tecnologia tem atravessado (e muitas vezes, configurado) boa parte das experiências humanas. Se para o sujeito moderno a revolução técnica foi determinante para constituição de práticas, saberes e subjetividades que determinaram modos de vida e de visão de mundo, para o sujeito pós-moderno é a revolução tecnológica que parece ocupar tal função. O advento/popularização da internet no final do século passado e o avanço dos gadgets na centúria atual dão mostras desse processo, conformando uma sociedade cada vez mais conectada, virtualizada, excitada.

No que concerne ao corpo, as analogias com a máquina parecem dar provas desse processo de incorporação tecnológica, de um hibridismo entre ser humano e aparato, máquina e organismo, natural e artificial, sendo a imagem do ciborgue paradigmática. Neste contexto, o esporte aparece como fenômeno emblemático que expressa as tensões entre orgânico e tecnológico, presentes na relação estabelecida entre a promessa de progresso infinito (e os recordes são um exemplo disso, em que se busca cada vez mais superar feitos esportivos anteriores, ao ser cada vez mais rápido, mais potente, mais vencedor e mais espetacular) e os limites que o organismo apresenta. Porém, tais limitações são obstáculos transponíveis quando se entende que o corpo pode ser moldado, reconstruído, projetado, manipulado e potencializado com auxílio da ciência e da tecnologia.

Partindo desses pressupostos, pretende-se discutir sobre as transformações do corpo por meio das tecnologias que permitem deslocamentos tanto na sua condição biológica, como na ontológica, notadamente no esporte. Das técnicas de preparação corporal para a performance (treinamento e dieta), passando pelos artefatos que auxiliam no desempenho (calçados, roupas, espaços e instrumentos esportivos) e chegando ao que se tem denominado de doping (do uso de bioquímicos à manipulação biomolecular), tem-se um quadro de disputas e regulações que falam não apenas sobre o esporte, mas também sobre a sociedade contemporânea.

Obs: O participante precisa ter celular e computador e conhecer os princípios básicos para uso desses equipamentos. Após a conclusão da sua inscrição on-line na atividade e/ ou curso, você receberá por e-mail um link de acesso à Plataforma onde será realizada a atividade e/ou curso, com até 1 (um) dia de antecedência da data de início. O acesso também poderá ser realizado através do web navegador de sua preferência.

Os encontros em ambiente on-line não são gravados, não sendo disponibilizados seus registros para posterior visualização.

As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 27/10 no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc ou presencialmente em qualquer unidade do Sesc São Paulo. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.

*Ao término do curso, você poderá solicitar sua declaração de participação pelo e-mail declaracao.cpf@sescsp.org.br

A declaração será encaminhada em até 30 dias

**Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, faça a solicitação pelo e-mail centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br, justamente após a conclusão e efetivação do pagamento de sua inscrição, e com pelo menos 48 horas de antecedência do início da atividade.

O cancelamento poderá ser realizado com até 48 horas antes do início da atividade, por email: centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br

Palestrantes

Bibliografia

COUTO, Edvaldo; GOELLNER, Silvana Vilodre. O triunfo do corpo: polêmicas contemporâneas. Rio de Janeiro: Vozes. 2012.
FETTER, Julio Cezar; RUBIO, Katia. Dédalo e Ícaro: esporte, doping e valores olímpicos. In: RUBIO, Katia (org). Esporte e mito. São Paulo: Képos. p.73-88, 2017.
GALIMBERTI, Umberto: O ser humano na idade da técnica. São Paulo: Paulus, 2006.
HARAWAY, Donna.; KUNZRU, Hari. TADEU, Tomaz (org. e trad.). Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica, 2009, p. 33-118.
HOQUET, Thierry. Filosofia ciborgue: pensar contra os dualismos. São Paulo: Perspectiva, 2019.
NOVAES, Adauto (org). O homem-máquina: a ciência manipula o corpo. São Paulo: Companhia das letras, 2003.
ROSE, Nikolas. A política da própria vida: biomedicina, poder e subjetividade no século XXI. São Paulo: Paulus, 2013.
SIBILIA, Paula. O homem pós-orgânico: corpo, subjetividade e tecnologias digitais. 2. ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.