Atividades

Na apreciação do filósofo francês Jean-Claude Monod, vivemos em tempos de “frenesi de mensagens”, resultante da expansão das novas tecnologias de comunicação escrita à distância.

Diálogos: correspondência, pensamento e cultura

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Programa

Condições especiais de atendimento, como tradução em libras, devem ser informadas por email ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.
centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600

O ciclo Diálogos: correspondência, pensamento e cultura propicia o aprofundamento do debate sobre as conexões interpessoais por meio de cartas, em suas diversas formas e suportes, ao longo da história. Estudiosos do assunto se debruçam sobre procedimentos retóricos e discursivos do gênero epistolar, as suas relações com o memorialismo (e a rasura da memória), a configuração de redes de sociabilidade (e a solidão existencial), os testemunhos da criação na correspondência, as estratégias de autorrepresentação, a configuração de subjetividades e de sensibilidades.


20/06. Endereçamentos
Brigitte Diaz, autora de O gênero epistolar ou o pensamento nômade, refere-se às “duas vidas da correspondência”, ou seja, a “vida original, aquela que se desenvolve em tempo real” e a “vida virtual e recomposta pelos editores, a posteriori” (“‘Comme une lettre à un ami...’: dispositifs génétiques dans la correspondance de Stendhal”.
Em: LERICHE, F.; PAGÈS, A. (orgs.). Genèse & Correspondances, 2012, p. 13). Esta mesa coloca em pauta a carta em seus dois momentos de existência: aquele vivenciado exclusivamente pelos interlocutores, no âmbito privado; e aquele outro, recebida por leitores extemporâneos, documentos que circulam em livros, revistas, na internet. Entre uma e outra “vida”, diferentes protocolos de leituras, singulares reflexões e interpretações.

Com Nádia Battella Gotlib, Telê Ancona Lopez e Walnice Nogueira Galvão.
Mediação: Marcos Antonio de Moraes.


21/06. Laboratório da criação
Os atuais estudos literários e a crítica genética têm percebido a correspondência como um potente “laboratório de criação”, isto é, a carta escrita e pensada como espaço para se discutir a obra, os estilos, os ideários estéticos, os processos criativos. “Tal carta – qual obra?” é a grande questão que será debatida nesta mesa-redonda.

Com Eneida Maria de Souza, Leandro Garcia e Marília Rothier Cardoso.
Mediação: Marcos Antonio de Moraes.


27/06. Matéria (d)e memória
Carta & pensamento. Carta & construção de sentidos. A carta enquanto memória individual e coletiva. Carta & sequestros da memória. São horizontes que colocam aos pesquisadores da epistolografia, especialmente quando se deparam com a importância da troca epistolar em determinados momentos do nosso processo histórico. “Documentos para amanhã”, na expressão de Alceu Amoroso Lima, grande epistológrafo.

Com João Adolfo Hansen, Sergio Miceli e Wander Melo Miranda.
Mediação: Mauricio Trindade da Silva.


28/06. (Con)textos
As pesquisas no campo da epistolografia trazem a lume importantes debates sobre a carta enquanto testemunho da experiência – textos especulares da sociedade. Ou ainda, a carta como discurso, entre o literário e o prosaico, entre a escrita e a oralidade. Do mesmo modolevanta-se discussão sobre a singularidade da escrita da carta em determinados contextos de produção (espaços intelectuais, estratos sociais, nacionalidades, instituições etc). Tenciona-se nesta mesa explorar esses dois eixos, em seus complexos vínculos.

Com João Cezar de Castro Rocha, Júlio Castañon Guimarães e Reinaldo Marques.
Mediação: Leandro Garcia.


04/07. Sociabilidades, sensibilidades
A correspondência não é apenas o lugar da simples troca de informações – assuntos pontuais intercambiados por dois interlocutores ao longo do tempo. As trocas epistolares mostram-se inseridas em intrincadas redes de sociabilidade, refletindo movimentos intelectuais, projetos artísticos, vivências ideológicas coletivas. Do mesmo modo, a carta é o lugar da configuração da subjetividade e das sensibilidades, em suas diferentes formas de expressão, em cada momento da história.

Com Cleber Araújo Cabral, Ligia Ferreira e Mauricio Trindade da Silva.
Mediação: Leandro Garcia.


05/07. Guardar, desvelar
Quais as relações entre carta e arquivo? Quais questões éticas estão na base dos estudos da epistolografia? Qual o futuro dos estudos epistolográficos? Qual a especificidade da “carta” em face da força demolidora das novas tecnologias de comunicação? Qual a relação entre carta, e-mail e outras formas de contato na atualidade? São questões que se mostram intrigantes para o pesquisador e o interessado na matéria epistolar.

Com Flávia Toni e Marcos Antonio de Moraes.
Mediação: Mauricio Trindade da Silva.

CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO: “Escrever em tempo de frenesi de mensagens”
Com Jean-Claude Monod.
Mediação: Marcos Antonio de Moraes.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

(Ilustração: Domínio Público)

Palestrantes

João Adolfo Hansen

João Adolfo Hansen

Professor titular do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade de São Paulo, membro da FAPESP e CNPQ. Tem 13 livros publicados, além de ser autor de dezenas de artigos e capítulos de livros. Recebeu os prêmios Jabuti (1990) e o Grande Premio da Crítica 2014 da APCA.
(Foto: Acervo Pessoal).

Sergio Miceli

Sergio Miceli

Doutor em Sociologia pela École des Hautes Etudes en Sciences Sociales e pela USP, e professor titular dessa mesma instituição. Membro da Academia Brasileira de Ciências. 
(Foto: Acervo pessoal)

Marília Rothier Cardoso

Marília Rothier Cardoso

Doutora em Letras pela PUC-Rio com forte atuação nas áreas de crítica cultural, crítica biográfica, epistolografia e arquivo de escritores. Desenvolveu diversas pesquisas sobre os acervos de Guimarães Rosa, Pedro Nava, Lúcio Cardoso, Cornélio Pena, dentre outros. Professora associada de Literatura Brasileira da PUC-Rio. 
(Foto:Acervo Pessoal)

Eneida Maria de Souza

Eneida Maria de Souza

Doutora em Literatura Comparada e Semiologia pela Universidade de Paris VII. Possui vasta experiência na pesquisa de arquivos literários, tendo organizado a correspondência recíproca entre Mário de Andrade e Henriqueta Lisboa. Professora Emérita de Teoria Literária da Faculdade de Letras da UFMG.
(Foto: Acervo Pessoal)

Nádia Battella Gotlib

Nádia Battella Gotlib

professora aposentada da Universidade de São Paulo. Atuou em várias universidades do Brasil e do exterior. (Universidade de Oxford, Universidade de Buenos Aires).
(Foto: João Avelino)

Wander Miranda

Wander Miranda

Doutor em Literatura Brasileira pela USP. Foi diretor da Editora UFMG entre 2000-2015 e um dos coordenadores do Acervo dos Escritores Mineiros, onde desenvolveu diversas pesquisas sobre correspondência e arquivos. Professor titular aposentado de Teoria Literária da Faculdade de Letras da UFMG.(Foto: Acervo Pessoal)

Júlio Castañon Guimarães

Júlio Castañon Guimarães

Doutor em Letras Vernáculas pela UFRJ e Pós-Doutor em Letras pelo Instituto de Estudos Brasileiros (USP) em convênio com o Centre d’Études de l’Écriture et de l’Image da Universidade Paris VII. Pesquisador aposentado da Fundação Casa de Rui Barbosa (RJ), onde desenvolveu inúmeras pesquisas sobre arquivos de escritores, especialmente Murilo Mendes.
(Foto: Acervo Pessoal)

Reinaldo Marques

Reinaldo Marques

Doutor em Literatura Comparada pela UFMG e Pós-Doutor em Estudos Literários pela PUC-Rio e pela UFRJ. Foi diretor do Centro de Estudos Literários da UFMG, exercendo pesquisas nas áreas de Literatura e Memória Cultural, Arquivos Literários e Epistolografia. Professor associado de Teoria Literária da UFMG.
(Foto: Acervo Pessoal)

Cleber Araújo Cabral

Cleber Araújo Cabral

Doutor em Estudos Literários pela UFMG, onde também é pesquisador e pós-doutorando do Acervo dos Escritores Mineiros, tendo desenvolvido pesquisas sobre o arquivo e a correspondência de Murilo Rubião, Otto Lara Resende e Rodrigo Melo Franco de Andrade. Professor de Literatura do CEFET-MG.
(Foto: Acervo Pessoal)

Jean-Claude Monod

Jean-Claude Monod

Pesquisador no Centre Nationale de Recherches Scientifiques (CNRS) e professor de Filosofia na École Normale Supérieure. Membro do comitê de redação da revista Esprit. Publicou, entre outros livros: Foucault: la police des conduites (1997), Penser l’ennemi, affronter l’exception (2006); Sécularisation et laïcité (2007), Qu’est-ce qu’un chef en démocratie (2012).
(Foto: babelio.com)

Data

20/06/2017 a 05/07/2017

Dias e Horários

Terças e Quartas, 15h às 17h30

As inscrições podem ser feitas a partir de 24 de maio às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

R$ 18,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 30,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 60,00 - inteira

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