Direito à memória, à verdade e à justiça
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Programa
Memória, justiça e verdade: a reflexão sobre esses três direitos será feita de um ponto de vista simultaneamente pessoal, histórico e filosófico; e visa pensar a herança que a ditadura legou para o Brasil, o único país da América do Sul que não teve uma justiça de transição.
O que significa lembrar um passado não vivido?
A primeira coisa a enfatizar é esse olhar sobre o nosso passado, a ação de buscar um sentido para o presente no testemunho de quem viveu o passado. Mas como fazer com que esse olhar ganhe uma dimensão coletiva, política ou histórica? Como podemos ser sujeitos políticos e agir sobre nosso presente com conhecimento de nosso passado?
Como afirma o filósofo W. Benjamin, "É mais difícil honrar a memória dos sem nome do que a dos famosos [...] é à memória dos sem nome que é consagrada a construção histórica".
Se a construção histórica é dedicada à memória dos "sem-nome", dos anônimos, e, talvez mais que isso, dos vencidos, então, no caso brasileiro, precisamos recuperar as histórias particulares daqueles que foram assassinados nos porões da ditadura, torturados, silenciados.
Essa construção é uma maneira de reagir à negação de nosso passado; porque, como denuncia a filósofa J. M. Gagnebin, "o Brasil é o único país da América do Sul no qual torturadores nunca foram julgados' (...) e onde o Exército não fez um mea culpa de seus pendores golpistas'" .
A negação de um passado de violência gera um presente igualmente violento e amarra os vivos de maneira dolorosa aos mortos. A possibilidade de lembrar talvez permita transformar o passado em nós, e assim, mudar nossa relação com o presente.
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.
(Foto: Divulgação)
Palestrantes

Tessa Moura Lacerda
Professora de Filosofia na USP, estudiosa das relações entre história, memória e testemunho, com foco na ditadura civil-militar brasileira. Coordenadora do grupo NÓS - Grupo de estudos sobre feminismos da USP.
(Foto: Acervo Pessoal)

Milton Meira do Nascimento
Professor aposentado de ética e filosofia política do departamento de filosofia da USP. É autor de "Opinião pública e revolução" e "A farsa da representação política", dentre outros.
(Foto: Acervo Pessoal)
Data
08/08/2018 a 08/08/2018
Dias e Horários
Quarta, 15h às 17h.
As inscrições podem ser feitas a partir de 26 de Julho, às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.