Curso Presencial
Disputas políticas no futebol
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Programa
O curso está dividido em quatro encontros, que abordam os seguintes temas:
Dia 4/11 - "Football fidalgo?": trata do processo de esportivização do futebol entre fins do século XIX e início do século XX, em meio a um processo de modernização do país. O esporte bretão é um desses símbolos da modernidade do país, graças a discursos e valores culturais que tentam estabelecer o monopólio da sua prática entre jovens brancos provenientes da elite brasileira. As ambiguidades ficam cada vez mais expostas com a popularização do jogo e a evidência das barreiras de classe e cor.
Dia 11/11 - II - "Do football ao futebol": este encontro trata da resistência de homens negros, pobres e periféricos, que no início do século XX, anos depois do fim da escravidão no Brasil, driblam preconceitos e barreiras de classe e cor nas arquibancadas e dentro de campo e ressignificando o perfil fidalgo e aristocrático do futebol. Seja pela criação de times e espaços próprios para a prática do futebol, como o A. A. São Geraldo, da Barra Funda (São Paulo, SP), um dos mais conhecidos times formados e dirigidos por/para futebolistas negros.
Dia 18/11 - III - "Desafios à proibição e a resistência das mulheres no futebol": O futebol praticado por mulheres no Brasil tem como marco o decreto nº3.199/1941, que proíbe a participação de mulheres em atividades esportivas consideradas incompatíveis à natureza feminina, entre 1941 e 1979. Ênfase na relação da proibição da organização do futebol feminino com regimes autoritários instalados no Brasil. O decreto-lei mencionado foi assinado durante o Estado Novo (1930-1945), regime ditatorial no qual o país foi governado por Getúlio Vargas, momento de visibilidade do futebol feminino, em que mulheres de variadas origens sociais se organizavam para jogar bola. Durante a ditadura militar (1964 a 1984), a proibição do futebol foi ratificada e apenas no final desse regime, o futebol feminino começa a ser organizado no Brasil. Mesmo com proibições e discursos moralizantes contrários à pratica do futebol pelas mulheres, elas continuam se organizando para jogar de forma clandestina. Abordada o histórico de resistência de mulheres, que seguem lutando pelo pleno direito de jogar futebol e pela visibilidade do futebol feminino.
Dia 25/11 - IV - "Futebóis plurais": o encontro trata das resistências de pessoas, grupos LGBTI+ e das diferentes estratégias de apropriação do futebol. No torcer, com a existência das torcidas gays na década de 1970 (Coligay e FlaGay), que fazem história no futebol brasileiro durante o regime militar. Décadas depois, em meio às manifestações contrárias aos mega eventos esportivos no Brasil, surgem as torcidas livres e queer, que associam a sua prática torcedora com o posicionamento político contra a LGBTfobia no futebol e na sociedade. Mais recentemente, ganha visibilidade pública os times de futebol formados por pessoas LGBTI+, que tem construído circuitos próprios de sociabilidade e competição. Essa crescente visibilidade de times LGBTI+ se dá em um contexto de onda conservadora e de uma ofensiva antigênero, que tem questionado direitos da população LGBTI+, em especial tem ameaçado o direito de pessoas trans acessarem o esporte.
As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 28/10 no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc ou através do nosso app.
Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.
O pagamento pode ser feito através do cartão de crédito, débito ou em dinheiro. Trabalhamos com as bandeiras Visa, Mastercard, Elo e Hipercard.
Ao término do curso, você poderá solicitar sua declaração de participação pelo e-mail declaracao.cpf@sescsp.org.br
A declaração será encaminhada em até 30 dias
O cancelamento poderá ser realizado com até 48 horas antes do início da atividade, por email: atendimento.cpf@sescsp.org.br
(Foto: Mauricio Rodrigues)
Palestrantes
Maurício Rodrigues Pinto
Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo (PPGAS-USP) e pesquisador do Núcleo de Estudos sobre os Marcadores Sociais da Diferença (NUMAS/USP). Com Maurício Rodrigues Pinto, doutorando em Antropologia Social - PPGAS/USP e pesquisador do Núcleo de Estudos sobre Marcadores Sociais da Diferença (NUMAS).
(Foto: Marina Belisario)
Data
04/11/2025 a 25/11/2025
Dias e Horários
Terças, 19h às 21h30.
Curso Presencial
Inscrições a partir das 14h do dia 28/10, até o dia 4/11.
Enquanto houver vagas.