Elogio ao toque ou como falar de arte feminista à brasileira
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Condições especiais de atendimento, como tradução em libras, devem ser informadas por email ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.
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Palestra voltada para a apresentação da tese que nasceu da percepção de ainda haver certo tipo de receio por parte de profissionais liberais, políticas, intelectuais brasileiras para sustentar pública e abertamente a associação de seus nomes às causas feministas.
Tal desconforto parece se transferir também para o discurso artístico, tanto crítico quanto poético.
Tal afastamento entre as palavras arte e feminismo tem sido justificado, eventualmente, pela impressão de o campo das artes plásticas brasileiras não ter sido acometido pelo "mal da discriminação sexual".
Diferentemente, por exemplo, do que teria ocorrido nos Estados Unidos, onde o Expressionismo Abstrato foi construído com nomes masculinos, aqui, Lygia Clark e Lygia Pape estariam dentre as figuras mais marcantes do Neoconcretismo; e, para voltar ainda mais na história, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, do Movimento Antropofágico.
Apresentam-se, então, oportunamente as seguintes indagações: por que não há no Brasil sensibilização a respeito da temática feminista nas artes plásticas, a exemplo do que ocorre no contexto norte-americano, ainda que qualquer sobrevôo aleatório sobre coleções privadas e acervos públicos de arte brasileira revelem a desproporção numérica aguda entre homens e mulheres que se inseriram e se consolidaram historicamente em nosso circuito de arte?
Quais as linhas discursivas e como estão tramadas para alimentar o mito da democracia sexual e racial da sociedade brasileira?
Quais forças estão agenciadas em nosso país para manter o termo feminista apartado dos centros de produção de conhecimento, incipiente nas produções bibliográficas e esvaziado nos debates públicos a ponto de mantê-lo brumuroso o suficiente para ainda sofrer tamanha recusa?
A partir de tais provocações propõe-se a ideia de que o fato de uma artista rejeitar a associação de seu nome ao feminismo não deve significar ausência de influência das demandas políticas feministas ou dos debates da teoria feminista em sua obra.
Nessa direção, por conseguinte, pretende-se abrir espaço a uma perspectiva que possibilite pensar uma "arte feminista à brasileira".
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.
(Foto: Capa do livro "Elogio ao toque ou como falar de arte feminista à brasileira")
Palestrantes
Roberta Barros
Artista visual e pesquisadora, autora do livro “Elogio ao toque: ou como falar de arte feminista à brasileira” (2014).
(Foto: Acervo Pessoal)
Data
24/08/2017 a 24/08/2017
Dias e Horários
Quinta, 19h às 21h
As inscrições podem ser feitas a partir de 25 de julho às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.