Escrita de si e o texto acadêmico

O curso tem como foco o processo da escrita de si e sua potência para a composição de texto acadêmico. Não do ponto de vista das teorias disponíveis no campo das ciências da linguagem, mas na perspectiva do sujeito que, por esse ou por aquele motivo, se vê impelido a fazer da escrita

um modo de expressão pessoal e/ou uma ferramenta profissional. Em consequência, qualquer abordagem teórica poderá ser mobilizada na construção dos referenciais a serem adotados, desde que se mostre compatível com a perspectiva adotada.

Pensado para um público amplo e diversificado (educadores, psicólogos, jornalistas, mediadores de leitura...), o curso pretende instaurar junto aos participantes um debate sobre a escrita como experiência (Larrosa, 2003) e como trabalho (Possenti1988); e, assim, proporcionar aos mesmos uma vivência da escrita de si como potência para a escrita acadêmica.

Nossa experiência como orientadores de textos acadêmicos vem revelando não apenas as dificuldades e bloqueios para a elaboração dessa escrita, como também tem mostrado os trabalhos de escrita, os exercícios, que favorecem a superação de tais bloqueios.

A escrita de si,  o pensamento ensaístico, o tratamento pendular do  ler e escrever são experiências que favorecem o encontro do sujeito com a própria palavra, resultando num texto acadêmico que faz sentido, antes de mais nada, para aquele que escreve e que, no esforço de comunicação e explicitação, convida o leitor a se aproximar dessa palavra encontrada, sobretudo porque no interior da palavra encontrada há um sujeito que pensa, fala, escreve.

1. Nós e a escrita: crenças e práticas

2. Experiências "traumáticas", crenças encobridoras e bloqueios

3. Escrita de si na Literatura

4. Escrita acadêmica: experiência dos participantes e compromissos da escrita acadêmica

5. Escrita de si e escrita acadêmica

6. Caminhos de elaboração/superação