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Provocações para pensar no impacto das imagens do Japão fora do Japão

Fabulações do Japão: dança, artes visuais, mídias

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Programa

Este ano, a imigração japonesa para o Brasil completa 110 anos.

Desde a chegada do navio Kasato Maru, em 1908 no porto de Santos, a fascinação pela cultura japonesa no Brasil nunca se esgotou. E assim como em outros países, continua sendo inspiradora em vários sentidos.

Para refletir sobre essa história e suas múltiplas reverberações na arte e nas mídias no contexto brasileiro, este seminário traz análises de experiências de fabulação da cultura japonesa e o modo como alguns artistas e pesquisadores têm lidado com isso em seus processos de criação. A proposta é, por um lado, escapar dos estereótipos que reduzem os processos de pesquisa aos habituais clichês - transitando entre samurais, gueixas, personagens de jogos, mangás e robôs de última geração.

E, por outro, mergulhar em algumas dessas imagens, observando como se dá a percepção do outro aqui e lá, através de exemplos de performances, da publicidade, do cinema, que alimentam e, ao mesmo tempo, subvertem as regras do mercado global.

23/7
14h - Quando a dança fabula as imagens do Japão...
Apresentação de alguns processos de criação que fabularam imagens do Japão.

No caso de Marcelo Evelin serão enfocados três experimentos: a Dança Doente, inspirada pelo livro Dançarina Doente do criador do butô Tatsumi Hijikata, Bombshell,  solo para o ator onnagata Atsushi Heki, especialista em interpretar papéis femininos; e Todas as mulheres do mundo, solo para a dançarina Misako Terada que pensa sobre a condição das mulheres no Japão.

O coreógrafo Alejandro Ahmed não se refere às imagens do Japão ou à obra de um artista específico, no entanto, há no conjunto do repertório da Companhia Cena 11, uma série de referências e ignições relativas à cultura japonesa, especialmente a cultura pop de games, tokusatsu e robótica.

Leticia Sekito lembrará da sua primeira coreografia de 2004, que faz referência à cultura japonesa e aos seus laços familiares. Trata-se da obra “Disseram que eu era japonesa...” concebida antes mesmo de Leticia ir ao Japão. Repensá-la hoje é um desafio que enfrenta outras imagens, outros corpos, outras fabulações do Japão.
Com Marcelo Evelin, Alejandro Ahmed e Leticia Sekito.

17h - Intervalo

17h15 - Apontamentos sobre o livro “Tatsumi Hijikata, pensar o corpo esgotado” do filósofo Kuniichi Uno
Conferência, ilustrada por fotografias, notações coreográficas e fragmentos de filmes referentes ao livro do filósofo japonês Kuniichi Uno, traduzido para o português com o título “Tatsumi Hijikata, pensar o corpo esgotado”. Esta obra tornou-se a principal referência acerca da pesquisa deste polêmico artista. Propõe uma ampliação dos debates em torno do butô, extrapolando a sua habitual definição como gênero de dança. Uno explicita as redes transculturais que constituíram a singularidade desta experiência, tendo como questão mais relevante a relação entre corpo e política, corpo e imagem, corpo e lugar.
Com Christine Greiner.

18h - Lançamento da versão em português do livro “Tatsumi Hijikata, pensar o corpo esgotado” do filósofo Kuniichi Uno, publicado pela editora n-1.

24/7
14h - Artes visuais e o fetiche do Japão
As professoras Michiko Okano, Madalena Hashimoto Cordaro e o artista Gal Oppido falam sobre suas pesquisas e experiências. Michiko Okano apresentará a palestra "Expressões da arte nipo-brasileira".
As expressões de artistas nipo-brasileiros são diversas e as suas obras  trazem distintas exteriorizações de identificações que ora se apresentam como brasileiras, ora como japonesas, ora como globais.  Há uma dificuldade também em definir o que seja um artista nipo-brasileiro, visto que tal denominação compreende desde os imigrantes até os artistas descendentes de japoneses da segunda, terceira e quarta geração.
Pretende-se, dentro dessa diversidade, refletir sobre as transposições ou não, das fronteiras entre a arte japonesa e a brasileira, com a geração de novas expressões e identificações nipo-brasileiras.

Madalena Hashimoto Cordaro discute as “Expressões do corpo erótico”. Os anos 1990 marcam o início de uma crescente produção de pesquisas e divulgação editorial de livros e álbuns de estampas xilográficas e rolos de pintura que representam o corpo erótico no Japão. Massivamente localizadas no período Edo (1603-1868), as expressões pictóricas lhes são anteriores, e continuam a ser produzidas em novas mídias, acompanhando novos ventos tecnológicos. Pretende-se refletir sobre a presença da estética das pinturas eróticas shunga ou de sua fundamentação em obras de alguns artistas brasileiros.

Gal Oppido apresenta “Shunga: Serenos e Ofegantes”. Trata-se de uma leitura a partir da fotografia e outros suportes sobre a representação de ritos sexuais através principalmente da impressão xilográfica japonesa entre os séculos XVII e XIX.
Com Michiko Okano, Madalena Hashimoto Cordaron e Gal Oppido.

16h - Lançamento do livro “A Erótica Japonesa na Pintura & na Escritura dos Séculos XVII a XIX”, de Madalena Hashimoto Cordaro.

16h30 - Imagens do Japão nas mídias e no cinema
Os pesquisadores Marco Souza e Regiane Ishii apresentam os modos como as imagens do Japão reverberam nas mídias e no cinema.
Tóquio no cinema contemporâneo
Com Regiane Ishii.


As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

Condições especiais de atendimento, como tradução em libras, devem ser informadas por email ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.
centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600

(Foto: "Solo Bombástica", com Atsushi Heki)

Palestrantes

Gal Oppido

Gal Oppido

Fotógrafo, arquiteto, músico e desenhista. Ensina Projeto Gráfico no IADÊ, Linguagem Visual na PUC-Campinas e Linguagem Fotográfica no MAM SP. Premiado no Brasil e no exterior, tem obras nos acervos do Masp, MAM, MIS e Museu Afro Brasil, dentre outros.
(Foto: Sabrina Wernicke)

Christine Greiner

Christine Greiner

Professora da PUC/SP, onde ensina na pós-graduação em Comunicação e Semiótica e no curso de graduação em Comunicação das Artes do Corpo. É autora de livros e artigos sobre cultura japonesa, arte e estudos do corpo.
(Foto: Acervo Pessoal)

Alejandro Ahmed

Alejandro Ahmed

Diretor do Grupo Cena 11, desde 1993, uma companhia de dança dedicada à formação e pesquisa, com sede em Florianópolis.

Leticia Sekito

Leticia Sekito

Criadora da Companhia Flutuante, em 2003, em São Paulo. Dança contemporânea, aikidô e BMC são algumas das referências pesquisadas pela coreógrafa, além de representações do Japão nas artes visuais e mídias.
(Foto: João Caldas)

Michiko Okano

Michiko Okano

Curadora e professora de História da Arte da Ásia no campus Guarulhos da Unifesp. Autora do livro “Ma, entre-espaço da arte e comunicação no Japão” (ed.Annablume, 2012).

Madalena Hashimoto Cordaro

Madalena Hashimoto Cordaro

Artista e professora livre-docente em Literatura e Arte Japonesa pela USP, ensina na Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Comunicação e Artes. Autora dos livros “Pintura e Escrita do Mundo Flutuante” (ed. Hedra, 2002) e “A Erótica Japonesa na Pintura & na Escritura dos Séculos XVII a XIX” (Edusp, 2017).

Regiane Ishii

Regiane Ishii

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP e produtora de conteúdo no programa educativo da Fundação Bienal de São Paulo.
(Foto: Acervo Pessoal)

Data

23/07/2018 a 24/07/2018

Dias e Horários

Segunda e Terça, 14h às 19h.

As inscrições podem ser feitas a partir de 27 de junho às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

R$ 18,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 30,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 60,00 - inteira