Atividades

O cinema e a convivência com o outro.

Figuras da alteridade

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Programa


Ver o outro não é uma atividade neutra. Não é uma operação, de saída, segura, tranquila, harmônica. Ver o outro é entrar em uma zona de conflito. Engendra medo, desconfiança, amor, desejo, raiva, insegurança. O outro mais perto de nós é, por vezes, o mais estranho e o que gera maior intolerância. O outro, enquanto estrangeiro, situa-se portanto no limite entre o psicanalítico e o político, entre o singular e o social, entre a ética e as mais diversas disciplinas das ciências humanas.

Em um mundo de cercas e fronteiras, com aversão ao outro, o ciclo Figuras da alteridade visa refletir sobre a questão do estrangeiro, do outro e do irrepresentável; sobre o feminino como território narrativo; sobre o corpo, o testemunho e a memória; e, por fim, sobre quais são as possibilidades de diálogo. Partindo do privilégio da imagem em nossa vida social, nos perguntamos: De que maneira a experiência do cinema é atravessada pela experiência da alteridade? De que maneira o cinema nos ensina a sermos sujeitos de um corpo e de uma sexualidade? A viver juntos, em comunidade? 

Formado em grande medida por intelectuais que se ocupam das questões árabes e judaicas, o ciclo Figuras da alteridade propõe a diversidade de posições e a transversalidade disciplinar, indo ao encontro de um público interessado em filosofia, cinema, psicanálise, literatura, gastronomia, estudos de gênero, política e crítica da cultura.


 

 

10/11 – 16h30-18h30 (Exibição de filme)

“Constantino”, de Otavio Cury (Brasil, doc, 2012, 80 min.)

Em uma viagem à Síria, o diretor Otavio Cury descobre um livro escrito por seu bisavô, Daud Constantino Al-Khoury, poeta e um dos pioneiros do teatro árabe. A tradução do livro para o português é o primeiro passo de uma viagem pessoal pelo passado.



O estrangeiro, o outro e o irrepresentável

Ilana Feldman, Vladimir Safatle, Otavio Cury

Se o outro mais perto de nós é, por vezes, o mais estranho e aquele que gera maior intolerância é porque o outro, enquanto estrangeiro, situa-se no limite entre o psicanalítico e o político, entre o singular e o social, entre a ética e as mais diversas expressões humanas, como o cinema. A mesa de abertura do ciclo tratará daquilo que, entre a alteridade e a subjetividade, permanece sempre fora dos processos de representação, bordejando o irrepresentável.



12/11 – O feminino como território narrativo 

Com Maria Lucia Homem, Mamede Jarouche e Suzana Chwarts.
A mulher não existe, já dizia Lacan. Sob esse ponto de vista, o feminino, além de irrepresentável, seria um território narrativo. Junto com Freud em sua famosa interrogação, “afinal, o que quer uma mulher?”, podemos dizer que ao enigma do eu e do outro se somam a opacidade do desejo, da linguagem, da mulher, da imagem, e, como não poderia deixar de ser, da própria condição humana.


17/11 – Corpo, testemunho e memória 

Com Ana Maria Medeiros da Costa, Leonardo Tkacz e Marcio Seligmann-Silva.
Habitando o paradoxo entre a necessidade e sua crônica impossibilidade, as artes do testemunho, do corpo e da memória nos interrogam: como aquilo que nos constitui se deixa entrever? Diante da efemeridade do tempo e da vicariedade da experiência, a saga do homem em busca da fixação de suas vivências vai levá-lo a tentar construir, sempre por meio da narrativa, da voz e da palavra, uma “topografia mnemônica do real”.

 

19/11 – 16h30-18h30 (exibição de filme)

“Budrus”, de Julia Bacha. (EUA, Israel, Palestina, doc., 2009, 80’)
Budrus é um vilarejo localizado na fronteira entre a Cisjordânia e Israel, onde em 2003 foi realizado um protesto não-violento. A causa foi o anúncio da construção de um muro pelos israelenses, o qual destruiria oliveiras históricas e economicamente importantes para a comunidade. Ayed Morrar e sua filha estavam à frente do movimento, que conseguiu unir facções palestinas rivais, como o Fatah e o Hamas, e ainda judeus progressistas.

 

De um corpo ao outro: fronteiras e diálogos

Com Caterina Koltai, Monique Sochaczewski e Sheila Mann. 
Num mundo de muros e condomínios, de preconceitos e intolerância, de refugiados e fronteiras fechadas, faz-se urgente pensar alternativas de interlocução e diálogo. Na mesa de encerramento do ciclo, seguimos tateando o caminho – nada fácil, é verdade – para pensarmos fora da dialética da abertura e do fechamento, do eu e do outro, da identidade e da alteridade. Pensar o “entre”, pesar os elos, pensar as pontes, com a imaginação, mas também com o estômago, é o desafio.

 


As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do inicio da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

 


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Palestrantes

Otavio Cury

Otavio Cury

Graduado em Agronomia pela USP, diretor de documentários. (Foto: Acervo pessoal)

 

Maria Lucia Homem

Maria Lucia Homem

Psicanalista, pesquisadora do Núcleo Diversitas FFLCH/USP e professora da FAAP. Tem Pós-graduação em Psicanálise e Estética pela Universidade de Paris VIII / Collège International de Philosophie e FFLCH/USP. (Foto: Deco Cury)

 

Mamede Jarouche

Mamede Jarouche

Tradutor, pesquisador e escritor. Livre-Docente em Literatura Árabe pela FFLCH-USP.
(Foto: Acervo Pessoal)

 

Suzana Chwarts

Suzana Chwarts

Professora livre-docente de Estudos da Bíblia Hebraica na USP. Estudou Arqueologia Bíblica na Universidade Hebraica de Jerusalém e Culturas do Oriente Médio Antigo e Cultura Clássica na Universidade de Tel Aviv. (Foto: Acervo pessoal)

 

Ana Maria Medeiros da Costa

Ana Maria Medeiros da Costa

Doutora em Psicologia Clínica pela PUC/SP.  Professora do PPG em Psicanálise da UERJ. Psicanalista, membro da Associação Psicanalítica de Porto Alegre. 

 

Leonardo Tkacz

Leonardo Tkacz

Psicanalista, membro da Associação Psicanalítica de Porto Alegre (APPOA), mestre em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP, docente do Curso de Formação em Psicanálise do CEP. (Foto: Acervo pessoal)

 

Caterina Koltai

Caterina Koltai

Socióloga pela Sorbonne, Mestre em Sociologia pela Université de Paris V. Doutora em Psicologia Clinica pela PUC/SP. Professora aposentada da graduação e pós-graduação em Ciências Sociais da PUC/SP. Psicanalista. (Foto: Acervo pessoal)

 

Monique Sochaczewski

Monique Sochaczewski

Doutora em História, Política e Bens Culturais pelo CPDOC-FGV. Coordenadora do MBA em Relações Internacionais da FGV-Rio. (Foto: Acervo pessoal)

 

Sheila Mann

Sheila Mann

Nasceu no Líbano e emigrou para Israel. Graduada em Artes Plásticas no Brasil, participou como artista de exposições em galerias no Brasil e exterior. Criadora do movimento POT – Peace on the Table, um projeto de culinária pela paz, que reúne judeus e árabes, muçulmanos e cristãos, em torno da mesa.
(Foto: Carol Mendonça)

 

Data

10/11/2015 a 19/11/2015

Dias e Horários

Terças e quintas, 18h30 às 21h30.
*Nos dias 10 e 19/11 exibição de filme a partir das 16h30

Local

Valores

R$ 18,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 30,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 60,00 - inteira