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Fotografia na África - diálogos sobre a fotografia que transforma
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Programa
A invenção da fotografia coincidiu com a aceleração do colonialismo no séc. 19 e o surgimento de novas disciplinas acadêmicas, como a antropologia e a etnologia. A partir da década de 1860, a câmera fotográfica passou a ser usada como ferramenta para coletar informações, registrar sociedades e classificar os indivíduos dentro do contexto colonial, no continente africano.
A evolução técnica e linguística dos registros fotográficos redimensiona o que representam 16 décadas, tanto na História da Fotografia quanto na História da África.
Poucos lugares no mundo tiveram a sua história traçada, contestada e transformada pelo uso da fotografia. A presença da fotografia no continente pode ser dividida em 3 períodos distintos:
- A leitura colonial que durou cerca de 90 anos definiu uma visão que o mundo tem dos negros até hoje. Tratando o continente, como uma coisa só, atribuiu-se aos seus habitantes, um caráter fraco, uma submissão implícita, uma disponibilidade permanente. Essas fotografias apesar de serem esteticamente poderosas e terem um alto valor documental, falam muito mais sobre quem as produziu do que sobre aqueles que retrata.
- No final da década de 1940 e início da década de 1950 surgem no Mali e no Benin os primeiros estúdios de fotógrafos africanos que começam a trazer com seus retratos uma leitura africana de seu próprio povo. Não é pouca a influência que Seydou Keïta e Malick Sidibé exercem até hoje na grande produção de retratos dos fotógrafos contemporâneos. As guerras de independência nos anos 1960/70 trouxeram também um fotojornalismo forte e revelador.
- No processo fundamental da evolução da leitura fotográfica, no final do séc. XX e início do XXI foi o estabelecido um mercado fotográfico de alta performance, no continente. Resultado da diáspora preta que espalhou pelo mundo uma visão negra sobre negros e uma ampla valorização dos conceitos filosóficos e estéticos da cultura original.
A partir deste cenário histórico, social e cultural, o ciclo debate a fotografia na África e na diáspora a partir das seguintes mesas:
22/3 - A presença do Negro na fotografia na África e na Diáspora africana
Com Luiz Paulo Lima e Januário Garcia.
29/3 - A Mulher na fotografia na África e na Diáspora
Com Rosane Borges, Eliária Andrade, Yassmin Fortes e Queila Fernandes.
5/4 - Fotografia Colonial X Expressão fotográfica africana contemporânea
Com Daniela Moreau e Milton Guran.
12/4 - Fotografia e Fine Art na África e na Diáspora Negra
Com Denise Camargo e Juvenal Pereira.
Mediação: Ennio Brauns.
Obs: O participante precisa ter celular e computador e conhecer os princípios básicos para uso desses equipamentos. Após a conclusão da sua inscrição on-line na atividade e/ ou curso, você receberá por e-mail um link de acesso à Plataforma Zoom, onde será realizada a atividade e/ou curso, com até 1 (um) dia de antecedência da data de início. O acesso também poderá ser realizado através do web navegador de sua preferência.
As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 25/02, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.
O pagamento dever ser feito através do cartão de crédito, e trabalhamos com as bandeiras Visa, Mastercard, Elo e Hipercard.
*Este curso será 100% Online. Após o encerramento, será possível solicitar sua declaração de participação, enviando um email para declaracao.cpf@sescsp.org.br
(Arte: Walter Cruz)
Palestrantes
Milton Guran
Fotógrafo, mestre em Comunicação Social (UnB) e doutor em Antropologia (EHESS, França), com pós-doutorado na USP.
(Foto: Thais Rocha)
Rosane Borges
Jornalista, consultora de fonte especializada da TV Globo, professora, escritora e palestrante nas áreas de comunicação e educação, relações raciais e de gênero. É articulista da Revista Istoé e do Site do Itaú Cultural.
(Foto: Acervo Pessoal)
Daniela Moreau
Historiadora e mestra em Ciências Políticas. Fundou e coordenou por dez anos a Casa das Áfricas. Atualmente, dirige o Acervo África.
(Foto: Renato Parada)
Denise Camargo
Artista visual, doutora em Artes (Unicamp) e mestre em Ciências da Comunicação (USP). Docente no Departamento de Artes Visuais (UnB).
(Foto: Raquel Pellicano)
Eliária Andrade
Formada em jornalismo pela Cásper Líbero. Trabalhou no Diário Popular, no Diário de São Paulo, O Globo, Estadão e Folha de S.Paulo.
(Foto: Ricardo Bakker)
Ennio Brauns
Fotógrafo e jornalista, trabalhou nos jornais Em Tempo, Movimento, Folha S.Paulo e Diário de São Paulo e colaborou com a revista Newsweek.
(Foto: Henrique Parra)
Januário Garcia
Fotógrafo com extenso trabalho de documentação de afrodescendentes, formado em Comunicação Visual (International Camaramen School).
(Foto: Junior Esteves)
Juvenal Pereira
Fotógrafo autodidata, de Romaria, Minas Gerais. Trabalhou na revista O Cruzeiro, Veja, Isto É e nos jornais Estadão e Folha de S.Paulo.
(Foto: Acervo Pessoal)
Luiz Paulo Lima
Cool hunter, comunicador transmídia, sócio-diretor da CDI - Cité de L' image, produtor executivo no audiovisual, jornalista e fotógrafo.
(Foto: Sylvia Arone Fodor)
Queila Fernandes
Fotógrafa, começou com a Fotografia de Teatro, em Mindelo e desenvolve atualmente um trabalho de retratos sobre a identidade.
(Foto: Acervo Pessoal)
Yassmin Fortes
Licenciada em Ciências da Comunicação, Relações Públicas e Jornalismo no Instituto Superior Politécnico e Universitário (ISPU) em Maputo.
(Foto: Acervo Pessoal)
Data
22/03/2021 a 12/04/2021
Dias e Horários
Segundas, 15h às 17h.
Curso 100% online
Inscrições a partir das 14h do dia 25/2
Vagas Limitadas.
Local
Em Casa