Hibridismo na produção fotográfica brasileira contemporânea

Quando pensamos em hibridismo consideramos que diferentes mídias, como por exemplo, fotografia, vídeo, cinema, deixam de ter suas especificidades enfatizadas para se interrelacionarem e, assim, darem origem a uma nova forma de manifestação artística. A proposta deste curso é refletir sobre a fotografia sob o viés destas relações de hibridismo, pois consideramos que este enfoque nos permitirá melhor entender a produção fotográfica e audiovisual contemporânea.  Deste modo torna-se fundamental compreender como se estabelecem essas relações entre-linguagens, por meio do código fotográfico. Assim, instituir o conceito de hibridismo é premissa relevante para o desenvolvimento das hipóteses que norteiam este curso, cujo objetivo pressupõe a análise e reflexão de obras artístico-fotográficas de caráter híbrido.

 

12/11 - Estabelecendo o Conceito de Hibridismo

Em função de todo um cenário de transformações que englobam questões políticas, econômicas e tecnológicas, o hibridismo institui-se como um processo de ressignificação, em que as características de uma linguagem ou código se preservam, mas suas relações de justaposição e interação provocam tensão entre elementos díspares gerando renovações na linguagem, novos objetos culturais, códigos e linguagens que correspondem a perspectivas de novas leituras e iniciativas de produção artística e cultural. Como este cenário repercute no campo da produção fotográfica é algo que será discutido a partir de trabalhos de artistas-fotógrafos como Cia. de Foto, Cindy Sherman, Eustáquio Neves, Lia Chaia, Miguel Rio Branco, Rosângela Rennó, Sophie Calle.

 

19/11 - Internet e a Remediação das Linguagens

A repercussão da internet na produção fotografia contemporânea e o conceito de remediação da linguagem. Lançaremos luz sobre a chamada era pós-fotográfica que nos acena com vastas perspectivas de inovação da linguagem fotográfica, começando pelo fato de que hoje o ato de fotografar está muito facilitado, uma vez que todos podemos dispor de máquina fotográfica, nos tornando fotógrafos. Os próprios telefones celulares contêm câmeras mais ou menos sofisticadas. O interessante é que até mesmo as características de uma fotografia produzida através de câmeras de qualidade restrita, têm sido incorporadas como recursos de uma linguagem que segue se reinventando. Discussões acerca dos trabalhos de artistas-fotógrafos como Roberta Dabdab, Giselle Beiguelman, Guilherme Maranhão ilustrarão a abordagem conceitual.

 

26/11 - Instalação Fotográfica

Estabelecer o conceito de instalação fotográfica a partir de trabalhos que propõem um diálogo entre a linguagem fotográfica e a estética da instalação, ultrapassando os parâmetros estabelecidos pela tradição da linguagem fotográfica e seus suportes tradicionais. O resgate histórico do conceito de instalação: Kurt Schwitters – Merzbau: considerada 1ª instalação artística, Marcel Duchamp e suas intervenções em espaços expositivos incorporando-os à produção artística como em Miles of String, bem como influências da Arte Pop (Andy Warhol), Minimalismo (Dan Flavin), Arte Conceitual (Joseph Kosuth) serão discutidos através de trabalhos de artistas-fotógrafos como Cássio Vasconcelos, Miguel Rio Branco, Regina Silveira, Rubens Mano, Rochelle Costi.

 

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