História dos quadrinhos brasileiros
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A história da história em quadrinhos brasileira já soma mais de 200 anos. Dos primeiros ensaios com o humor gráfico à impressão das charges nos jornais, da circulação em revistas à entrada nos suportes digitais, a proposta do curso é sistematizar os saltos dados pela produção quadrinística no país ao longo deste período. O tema será tratado numa perspectiva histórica, porém considerando que há tópicos que perpassam as amarras temporais e transitam ao longo das décadas. O agrupamento por assuntos busca sistematizar momentos relevantes para a concentração de autores e gêneros, e pensar de que maneira estes foram reproduzidos em diferentes suportes materiais. Além disso, o objetivo é ampliar o rol de referências sobre autores e obras, que permita abrir uma porta para o contato com produções plurais, à espera de serem descobertas.
03/09 - Definição de história em quadrinhos e produção na imprensa do século XIX
Discussão sobre a definição de histórias em quadrinhos e apresentação das primeiras experiências gráficas em solo brasileiro. O enfoque deste encontro se concentrará nos jornais do século 19, com particular interesse pelo trabalho de Angelo Agostini.
10/09 - Quadrinhos em jornais e revistas na primeira metade do século XX
Os quadrinhos encontram no Brasil dois locais de circulação no início do século 20. O primeiro são os jornais, experiência herdada do século anterior e redimensionada por meio da difusão das charges. O segundo local são as revistas, iniciadas com O Tico-Tico. Como os autores brasileiros se apropriaram desses espaços editoriais, direcionados tanto a adultos quanto a crianças, é o tema deste encontro.
24/09 - Nacionalização da produção em quadrinhos a partir da década de 1950
Um fantasma que assombrou a produção de quadrinhos no Brasil foi a presença em massa de trabalhos estrangeiros, em particular dos EUA. Entre as décadas de 1950 e 60, começam a ganhar destaque experiências de criações locais. Destacam-se, nesse processo, os trabalhos de Ziraldo e de Mauricio de Sousa, e os quadrinhos de terror, um dos gêneros mais populares da época no país.
01/10 - Humor como resistência ao período militar (1964-1985)
A saída de Millôr Fernandes da revista O Cruzeiro e a criação de Pif-Paf foi o primeiro movimento no sentido de uso do humor gráfico e dos quadrinhos fora do circuito jornalístico tradicional. O surgimento de O Pasquim consolidou esse processo e a influência do periódico carioca refletiu numa nova geração de quadrinistas, que passaram a se inspirar na publicação para suas criações editoriais.
08/10 - Humor na redemocratização
Com o fim do domínio autoritário no Brasil abre-se uma porta para experimentações temáticas, até então proibidas. É nesse cenário que surgem os trabalhos do grupo do Casseta & Planeta e dos autores da Circo Editorial. Os limites da liberdade de expressão passam a ser postos à prova, com um humor escrachado e ousado.
22/10 - Quadrinho independente brasileiro
Os quadrinhos autorais de autopublicação vêm de longa data no país, mas o fanzinato ganhou corpo e diversidade a partir da década de 1980. Mais tímido na década seguinte, atingiu seu auge neste século. A proposta deste encontro é mostrar as raízes desse movimento e construir o cenário contemporâneo destas produções no país.
29/10 - Formato livro e o novo quadrinho autoral
A mudança no uso e formato livro para circulação das histórias mudou sensivelmente o modo de circulação dos quadrinhos no Brasil. Permitiu a venda em livrarias, a inclusão em bibliotecas e em programas de fomento à leitura e, pôs à prova a máxima de que no Brasil havia apenas desenhistas de qualidade e não roteiristas.
05/11 - Quadrinhos em novos ambientes virtuais
A internet modificou quase tudo no mundo contemporâneo, mas, nos quadrinhos foi revolucionária. Os autores podem manter espaços próprios em sites, blogs, redes sociais e construir um contato direto com o leitor, algo que, antes, tinha de ser mediado pela imprensa ou por uma editora. No caso das tiras, a modificação foi tão grande que a produção virtual já é mais expressiva que a impressa pelos jornais.
Com Paulo Ramos.
(Foto: domínio público)
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do inicio da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.
Palestrantes
Paulo Ramos
Jornalista e professor do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de São Paulo. É autor de vários livros sobre quadrinhos e vencedor de cinco troféus HQMix
(Foto: Acervo pessoal)
Data
03/09/2015 a 05/11/2015
Dias e Horários
Quintas*, 19h às 21h.
*não haverá aula nos dias 17/09 e 15/10.