Curso Presencial
História e cultura no som da viola
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Programa
A viola, instrumento de origem portuguesa, ganhou vida própria no Brasil. Oriunda dos anos 1300/1400, a viola gozou de grande popularidade em Portugal nos anos 1500, sendo caracterizada por Gil Vicente, maior dramaturgo português quinhentista, em nove dos seus autos, como um instrumento de soldados (escudeiros), dada a sua imensa popularidade.
Trazida ao Brasil ainda nos anos 1500, a viola foi ganhando popularidade e se aclimatando em formas e afinações em cada local, sempre dependendo da cultura que a recebia, considerando o Brasil um país multicultural.
Curioso que a viola, dada a sua idade, poderia se encaixar em um grupo de música antiga junto ao alaúde, ao cravo e à viola da gamba, no entanto, mantém-se viva e contemporânea, mais que isso, a cada dia conquista públicos distintos (vide o movimento das violeiras do Brasil) e se propaga fortemente pelas redes sociais, sobretudo durante a pandemia.
Este curso propõe, através da transmissão de informações musicais, históricas e socioantropológicas, traçar um possível roteiro da caminhada da viola pelas terras brasileiras ao longo dos séculos, sobretudo XX e XXI.
Programa:
- Aula 1- Um breve histórico da viola pelo Brasil e como, através dela, podemos entender o porquê dela ter se ambientado, sobretudo, entre populações periféricas e de baixa renda.
- Aula 2- O que difere as violas brasileiras das portuguesas. Quais possíveis fatores podem ter interferido nesta diferenciação tão clara?
- Aula 3 - Um mergulho nas possíveis gêneses das culturas populares brasileiras.
- Aula 4 - O caminho sonoro: as primeiras gravações e como a viola foi se tornando a porta voz de quase duas dezenas de ritmos distintos dentro da música caipira;
- Aula 5 - Quando a viola se desprende das culturas que a mantiveram como um instrumento identitário. A viola como um instrumento solo e as novas vertentes criadas. Contribuições que ajudaram a sedimentar elementos para o tocar viola: Renato Andrade, 1976; Almir Sater, 1986; Tavinho Moura, 1989; Ivan Vilela, 1998; Fabrício Conde; anos 2000; e suas contribuições que proporcionaram as transformações estéticas no repertório geral dos violeiros.
- Aula 6 - Os novos caminhos da viola: orquestras de viola, violeiras do Brasil e a viola como um instrumento identitário ante os avanços das monoculturas musicais.
As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 26/8 no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc ou através do nosso app.
Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.
O pagamento pode ser feito através do cartão de crédito, débito ou em dinheiro. Trabalhamos com as bandeiras Visa, Mastercard, Elo e Hipercard.
Ao término do curso, você poderá solicitar sua declaração de participação pelo e-mail declaracao.cpf@sescsp.org.br
A declaração será encaminhada em até 30 dias
O cancelamento poderá ser realizado com até 48 horas antes do início da atividade, por email: atendimento.cpf@sescsp.org.br
(Foto: Bruno de Souza)
Palestrantes

Ivan Vilela
Livre-docente em Etnomusicologia, doutor em Psicologia Social pela USP, mestre e graduado em Composição Musical pela Unicamp, onde foi aluno de Almeida Prado. É professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, onde leciona História da Música Popular Brasileira, Percepção Musical, Etnomusicologia e Viola Brasileira. Seus escritos e pesquisas transitam entre a música e a cultura popular brasileira. Exerce intensa atividade como instrumentista, compositor e arranjador atuando como solista e junto a grupos e orquestras. Possui 20 discos gravados com os quais foi indicado a prêmios voltados à cultura e à música brasileira como Prêmio IBAC (Instituto Brasileiro de Arte e Cultura), Interações Estéticas - Funarte, Prêmio Rival BR de Música Popular Brasileira, Prêmio Sharp e Prêmio da Música Brasileira. É vencedor do Prêmio Movimento de Música Popular Brasileira, Medalha Carlos Gomes da Secretaria do Estado da Cultura de São Paulo e Prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte). Recebeu uma Comenda da ALESP pelos trabalhos realizados em prol da cultura caipira (livro, discos, pesquisas, cursos e uma ópera). Atua como arranjador, diretor e produtor musical de diversos discos, além dos próprios. Realiza concertos e conferências no Brasil e em países da Europa e América.
(Foto de Bruno de Souza)
Data
30/09/2025 a 15/10/2025
Dias e Horários
Terças e Quartas, 19h30 às 21h30.
Curso Presencial
Inscrições a partir das 14h do dia 26/8, até o dia 30/9.
Enquanto houver vagas.