Imigrantes: entre o acolhimento e a intolerância
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Programa
Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação no ato da inscrição, com no mínimo dois dias de antecedência da atividade.
18/01 – Projeto eugenista de imigração na década de 40
Até a década de 1930, a imigração era considerada indispensável ao Brasil, para suprir a carência de mão de obra e ajudar no processo de povoamento do território de dimensão continental. No entanto, após a Segunda Guerra Mundial a política migratória mudaria, seguindo a tendência que vinha dos Estados Unidos de tentar restringir a entrada de estrangeiros, principalmente de idosos e deficientes, sob a argumentação de que era fundamental promover a “eugenia de nossa gente a saúde do nosso povo”. O governo assumiu uma política nacionalista de controle, que resultou num sistema autoritário repleto de preconceitos étnicos, religiosos e culturais, permitindo que parte de seus altos funcionários se tornassem verdadeiros “porteiros do país”.
Com Fábio Koifman.
19/01 – Políticas migratórias no Brasil
Migrar é um gesto que expressa o que há de mais humano em nós, qual seja a busca de uma vida melhor. As migrações internacionais constituem um processo de enriquecimento cultural, social e econômico. No entanto, as dificuldades de acolhida de fluxos migratórios específicos têm gerado uma percepção negativa do processo migratório. A reflexão sobre estas dificuldades nos permitirá entender o que significa, no Brasil e no mundo, a existência de uma política migratória.
Com Deisy Ventura.
20/01 – Cotidiano de imigrantes na metrópole
Pretende-se problematizar o fluxo migratório de africanos que chegaram na cidade de São Paulo na última década em relação às suas condições de vida e inserção no mercado de trabalho, tendo o preconceito racial como um elemento que constitui esse fenômeno social contemporâneo e que qualifica novas veredas das relações raciais no Brasil.
Com Marcio Farias e Rosana Baeninger.
21/01 – Recepção, acolhimento e integração de imigrantes nos centros urbanos
Nesse encontro, o professor Daniel Omar Perez discute hospitalidade e hostilidade.
O outro no que ele é de diferente e no que essa diferença nos perturba revela o que nos habita intimamente e nos incomoda. Propomos que o modo em que lidamos com nosso próprio desejo nos conduz ao modo em que nos relacionamos com nós mesmos e com os outros.
No mesmo momento em que milhares de estrangeiros são forçados a migrar e são acolhidos por outros povos também aparecem aqueles que rejeitam a chegada do novo e se manifestam afirmando que os outros não são bem-vindos. Da mesma maneira que é reconhecido um número significativo de direitos de minorias aparecem aqueles que são contrários ou negam o surgimento de qualquer tipo de alteridade. Paralelamente surgem foros de debate sobre diferentes modos de sexualidade e hábitos culturais e também tentativas de proibir esses debates, tentando silenciar o que não quer ou não pode ser ouvido. O discurso da tolerância com quem pensa, sente ou se apresenta diferente circula do mesmo modo que o discurso do ódio. O reconhecimento do outro diferente é concomitante com a afirmação do mesmo excludente. Esse cenário dicotômico nos encontra na tentativa de lidar com o outro. O outro aparece assim como alteridade, adversário, inimigo ou mesmo resto a ser excluído. As formas do amor e as formas do ódio produzem o curto-circuito social que habitamos e onde nos constituímos como sujeitos individuais e coletivos, como pessoas ou comunidades. Alguns conceitos da filosofia e da psicanálise nos permitem pensar essas experiências de rejeição ou acolhida e os modos em que nós mesmos nos reconhecemos como o que somos ou podemos vir a ser. Desde algumas obras de Kant, Foucault, Levinas, Derrida, Nancy, Freud e Lacan visitaremos obras literárias ou acontecimentos sociais em torno da questão do outro, da comunidade, do comportamento hostil e da diferença.
Patrícia Tavares de Freitas aborda a Cidadania Local e Migrações Internacionais: a garantia de direitos na recepção e acolhimento dos novos imigrantes na cidade de São Paulo.
Diante do aumento da recepção de migrantes internacionais, no Brasil, e de uma legislação nacional caracterizada por restringir os seus direitos de cidadania, a apresentação abordará os processos políticos, em curso desde a redemocratização, que culminaram na promoção de direitos a essa população, no momento da recepção e do acolhimento, na cidade de São Paulo. Focalizaremos, especificamente, as articulações e conflitos entre representantes dos novos imigrantes, técnicos estatais e políticos locais para a garantia dos direitos à educação, à saúde e ao trabalho digno, na capital paulistana.
Com Daniel Omar Perez e Patrícia Tavares de Freitas.
22/01 – Os imigrantes na mídia e a mídia dos imigrantes
Uma das principais características dos grupos imigrantes é seu status social e jurídico minoritário. A minoria, por sua vez, se caracteriza principalmente pela dificuldade material e política de se auto-representar e impor a sua própria voz na arena social.
Enquanto constitutivo do imaginário contemporâneo, o discurso midiático é o principal responsável pela formação da opinião pública e ordenamento de suas categorias sociais e simbólicas. Antes do imigrante real, é a imagem dele produzida pela mídia que vai influenciar na sua aceitação ou rejeição pela sociedade de destino.
Usando-se das atuais tecnologias de informação e comunicação, imigrantes e parte da sociedade civil tentam negociar uma representação mais justa dessa minoria em busca de cidadania.
Com Mohammed ElHajji.
As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do inicio da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.
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Palestrantes

Deisy Ventura
(Foto: Acervo Pessoal)

Fábio Koifman

Márcio Farias
(Foto: Acervo Pessoal)

Rosana Baeninger
Professora do Departamento de Demografia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp; pesquisadora do Núcleo de Estudos de População Elza Berquó (Nepo); presidente da Cátedra Sérgio Vieira de Mello - Unicamp e Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados; Coordenadora do Observatório das Migrações em São Paulo (Nepo-Unicamp).
(Foto: Acervo Pessoal)

Daniel Omar Perez

Patrícia Tavares de Freitas

Mohammed ElHajji
(Foto: Acervo Pessoal)
Data
18/01/2016 a 22/01/2016
Dias e Horários
Segunda à sexta, 15h00 às 17h30.