Atividades

Um ciclo de encontros sob o mote da errância como possibilitadora de experimentações no contemporâneo

Linhas Erráticas

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Programa

Este ciclo de encontros pretende dar a ver certas “figuras da errância” que desviam dos modos hegemônicos e instituídos de existir, criar, cuidar e conviver, e se inventam de outros modos dentro daquilo que limita, encerra ou exclui. São figuras que desenvolvem iniciativas para preservar a vida em movimento de criação, variação e multiplicidade.

Errare, no latim, tem o sentido de: vagar, vaguear, viajar, perambular, caminhar, aventurar-se, perder-se, derivar, desviar-se do caminho. Por meio de um ciclo de encontros sob o mote da errância, pretende-se dialogar com a ideia de linhas não domesticadas que escapam ou desviam do fim primeiro, que aventuram-se provocando trepidações e deslocamentos. Desvios criadores que aram o suposto espaço do “não-lugar” para que venham à tona invenções e novos modos de existir, habitar, criar, cuidar e conviver.

29/10
14h às 16h - Experiências erráticas em Fernand Deligny e ressonâncias atuais
Esquivas, deslocamentos e novos modos de existência são postos em operação quando Fernand Deligny cria tentativas com crianças e adolescentes na França. Buscaremos desvelar poéticas e outros engendramentos éticos e políticos colocados em circulação por meio destas tentativas e das lignes d’erre dos mapas em Cévennes, bem como dar a ver ressonâncias destes movimentos em atuais iniciativas clínicas, artísticas e de criação coletiva na cidade.
Debatedores: Mariana Louver Mendes e Marlon Miguel.

16h15 às 18h15 - Errâncias entre arte, estética e política
A ideia de errância se aproxima do fazer artístico, da apreciação estética e do pensamento crítico. Por meio de figuras, gestos ou proposições, essa errância dá a ver diferenças e provoca deslocamentos, desvios, fissuras de variadas ordens.
Debatedores: Eduardo A. A. Almeida e Dália Rosenthal.

30/10
14h às 16h -  Errâncias sismográficas: abalados, resistimos!
O sismógrafo é aquele instrumento que prenuncia abalos vindouros, linhas trepidantes que esboçam deslocamentos, anunciações erráticas. Na interface entre os campos da filosofia, saúde e educação, afirma-se o caminho desviante do curso homogeneizante, convertendo os abalos sofridos em invenção de modos de resistir. Espaços de cuidado, invenções de rotas de fuga ao instituído sintomático serão o mote dessa mesa de discussão.
Debatedoras: Gisele D. Asanuma e Juliano Pessanha.

16h15 às 18h15 -  Criação à deriva: convivência e diferença em coletivos artísticos em São Paulo
Corpos desviantes esbarram-se em espaços abertos à deriva ou ao que deriva de encontros que arriscam-se à errância como afirmação do jogo para criação. A partir da apresentação sensível de práticas coletivas que acontecem na cidade de São Paulo nos perguntamos sobre as condições para criar a partir da diferença e produzir espaços de convívio abertos ao inusitado.
Debatedores: Isabela Umbuzeiro Valent e Jayme Menezes.

18h30 às 20h - Alinhavar jangadas - derivas acompanhadas
Momento de integração e debate acerca das mesas anteriores, mediadas pelo GEPPS a partir da escuta sensível e abertura ao diálogo com o público.
Debatedores: Eduardo A. A. Almeida; Isabela Umbuzeiro Valent; Mariana Louver Mendes; Gisele Asanuma.

O ciclo é concebido pelo conjuntamente pelo Grupo de Experimentações Poéticas e Políticas do Sensível (GEPPS) e Centro de Pesquisa e Formação do Sesc em São Paulo.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.

Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, audiodescrição, entre outros, solicite por e-mail ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade. centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600

(Arte: Projeto Encontrar-te)

Palestrantes

Dália Rosenthal

Dália Rosenthal

Artista visual, pesquisadora Doutora em Artes Visuais, educadora e docente do Departamento de Artes Plásticas da ECA/USP.
(Foto: Acervo Pessoal)

Eduardo A. A. Almeida

Eduardo A. A. Almeida

Trabalha como redator, revisor e preparador de textos. Colunista do caderno de cultura do jornal Correio Popular. Professor de teoria, crítica e história da arte. Pesquisador de poéticas contemporâneas. Autor dos livros: Por que a Lua brilha (Cultura e Barbárie, 2017), Testemunho ocular (Lamparina Luminosa, 2018) e Diante dos meus olhos.
(Foto: Edi Rocha)

Gisele Asanuma

Gisele Asanuma

Terapeuta ocupacional e artista. Mestre em Psicologia Clínica e Doutora em Estética e História da Arte.
(Foto: Isabela Valent)

Isabela Umbuzeiro Valent

Isabela Umbuzeiro Valent

Terapeuta ocupacional, Mestre e Doutoranda em Estética e História da Arte pelo (PGEHA-USP). Realiza e pesquisa ações culturais colaborativas e comunitárias relacionadas à práticas sociais e artísticas. É co-criadora e uma das articuladoras da Rede arte (in)comum.
(Foto: Acervo Pessoal)

Jayme Menezes

Jayme Menezes

Performer. Formado em jornalismo, é ator da Cia. Teatral UEINZZ e participante da Oficina de Dança e Expressão Corporal-ODEC.
(Foto: Acervo Pessoal)

Juliano Garcia Pessanha

Juliano Garcia Pessanha

Filósofo e escritor. Doutor em Filosofia.
(Foto: Bob Wolfenson)

Mariana Louver Mendes

Mariana Louver Mendes

Terapeuta ocupacional. Mestre em Estética e História da Arte e doutoranda em Ciências da Saúde.
(Foto: Bruno Rico)

Marlon Miguel

Marlon Miguel

Filósofo, doutor em artes plásticas e filosofia.
(Foto: Claudia Peppel)

Bibliografia

AGAMBEN, G. Elogio da profanação. In: AGAMBEN, G. Profanações. São Paulo: Boitempo, 2007. p. 65-82.
ALMEIDA, E. A. A. Profanação de uma imagem do mundo: Mapa de Lopo Homem II, de Adriana Varejão. Universidade de São Paulo. São Paulo, p. 218. 2018.
ANJOS, M. D. Contraditório: arte, globalização e pertencimento. Rio de Janeiro: Cobogó, 2017.
ASANUMA, G. D. [SIC] Sutis invenções curatoriais: ou como criar um sismógrafo para si. 2018. Tese (Doutorado em Estética e História da Arte) - Estética e História da Arte, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
ASANUMA, G. D.; VALENT, I. U.; MENDES, M. L. Encontrar-te: trajetos poéticos e invenção de lugares. Interface (Botucatu. Online), v. 22, p. 649-662, 2018.
ASANUMA, G. D.; VALENT, I. U.; MENDES, M. L.; ALMEIDA, E. A. A.; AMADOR, A. C.; CASTRO, E. D. Inquietudes do contemporâneo: experimentações poéticas e políticas do sensível. In: Edson Leite. (Org.). Rompendo fronteiras: arte, sociedade, ciência e natureza. 1. ed. São Paulo: MAC USP, 2018, p. 251-259.
CARERI, F. Walkscapes: o caminhar como prática estética. São Paulo: G. Gili, 2013.
DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2017.
DELIGNY, F. O aracniano e outros textos. São Paulo: n-1, 2015.
DELIGNY, F. Os vagabundos eficazes. São Paulo: n-1, 2018.
DIDI-HUBERMAN, G. Quando as imagens tocam o real. Tradução Patrícia Carmello e Vera Casa Nova. Pós, Belo Horizonte, v. 2, p. 204-219, nov. 2012.
______. Diante da imagem: questão colocada aos fins de uma história da arte. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Ed. 34, 2013.
______. Levantes. Tradução de Jorge Bastos; Edgard de Assis Carvalho; Mariza P. Bosco; Eric R. R. Heneault. São Paulo: Sesc, 2017.
GROS, F. Desobedecer. São Paulo: Ubu, 2018.
MALDONATO, M. Raízes errantes. São Paulo: Sesc São Paulo, 2014.
MENDES, M. L. Esquivas, criação e planos de existências: ressonâncias éticas, estéticas e clínicas na trajetória de Fernand Deligny. 2017. 135 f. Dissertação (Mestrado em Estética e História da Arte) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.
NAZARETH, P. Paulo Nazareth: arte contemporânea / Ltda. Rio de Janeiro: Cobogó, 2012.
SEBALD, W. G. Os emigrantes: quatro narrativas longas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
THOREAU, H. D. Desobediência civil. São Paulo: Edipro, 2016.
VAN GOGH, V. Cartas a Théo. Porto Alegre: L&PM, 2008.
VISCONTI, J. C. Novas derivas. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014.
VALENT, I. U.; CASTRO, E. D. DE. Por entre as linhas dos dispositivos: desafios das práticas contemporâneas na interface terapia ocupacional e cultura. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCAR. São Carlos, v. 24, n. 4, p. 837–848, 2016.
VALENT, I. U.; CASTRO, E. D. DE. Processos artísticos colaborativos, convivência e produção de comuns. In: CRUZ, H.; BEZELGA, I.; RODRIGUES, P. S. (Eds.). Práticas Artísticas Comunitárias. Porto: PELE/CHAIA/FCT, 2017a. p. 528–542.
VALENT, I. U.; CASTRO, E. D. DE. Da diversidade ao comum: práticas artísticas, cidadania e políticas sociais. RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade, v. 3,ed. especial, artigo 475, dez/2017.
VALENT, I.U. Fazer Imagens, Inventar Lugares. Experimentações fotográficas e audiovisuais em práticas artísticas na interface Cultura e Saúde. 2014. 153f. Dissertação (Mestrado em Estética e História da Arte) – Universidade de São Paulo,  São Paulo, 2014.

Data

29/10/2019 a 30/10/2019

Dias e Horários

Terça, 14h às 18h15.
Quarta, 14h às 20h.

As inscrições podem ser feitas a partir de 26 de setembro, às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

R$ 4,50 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 7,50 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 15,00 - inteira

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