Atividades

Memória social e novos significados a respeito da luta contra a escravidão a partir das manifestações populares nordestinas do Nego Fugido/BA, do Lambe Sujo/SE e Dança dos Quilombos/AL.

Manifestações culturais populares com temáticas quilombolas

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Programa

A atividade propõe lançar um olhar sobre manifestações tradicionais populares vivas no nordeste brasileiro que trazem como ponto comum serem dramatizações públicas e populares que fazem referência direta sobre a luta de homens e mulheres quilombolas, instaurando um momento público de performance na qual o público também pode tornar-se participante. São estas: o Lambe sujo (Laranjeiras, SE), o Nego Fugido (Santo Amaro da Purificação, BA) e a Dança dos quilombos (Limoeiro de Anadia, AL). Neste Ciclo, serão abordadas com maior ênfase as duas primeiras, sem contudo deixar de apontar para a terceira.

 

11/05: Traçando uma linha: Podemos falar em óperas quilombolas?

 

Lambe sujo, Nego Fugido e Dança dos quilombos são manifestações situadas em regiões nordestinas com histórico escravocratas de lutas quilombolas que rememoram e recriam performaticamente conflitos e tensões relacionadas a este período. Esta atividade propõe traçar uma linha entre estas manifestações, sem contudo, deixar de considerar a especificidade de cada uma delas. Quais reflexões e leituras podemos fazer destas manifestações dramáticas populares?  

 

Com Paulo Dias, Mariana Francisca Martins Monteiro e Monilson dos Santos.


12/05: Nego Fugido: manifestos de memórias incorporadas

O Nego Fugido é uma manifestação da cultura popular mantida pelos pescadores de Acupe, distrito de Santo Amaro da Purificação, na Bahia. Uma espécie de catarse pública que, ao misturar elementos da dança, teatro, música e declamação, conta uma versão peculiar da história do Brasil que compreende a luta quilombola como um processo de revolta, luta e resistência. Entrelaçam-se a memória coletiva da comunidade sobre o passado escravo da região aos problemas sociais, culturais e políticos atuais vividos.

 

A manifestação será abordada como um elemento simbólico fundamental na identificação do Recôncavo Baiano, como um local que possui um passado e forte memória sobre a escravidão e que contribui para que os moradores percebam-se como remanescentes de quilombo. Na atividade será refletido como, no decorrer dos anos, a comunidade elaborou novos significados a respeito de um passado de luta contra a escravidão e como esses imaginários se presentificam no enredo do Nego Fugido. As discussões acontecerão a partir de vivências do saber prático (ver/fazer/aprender). 

 

Com Monilson dos Santos e participação de Leandro Morais Perez, Paulo Dias e Renato Ihu.

 

14/05: Lambe-Sujo: a memória presente e recriada na performance popular

O Lambe-Sujo, representação da luta quilombola na época da escravidão vivenciada nas ruas da cidade sergipana de Laranjeiras. De um lado, representações de negros escravizados, conhecidos como lambe-sujos e, de outro, representações de indígenas, chamados de caboclinhos. A performance do festejo se desenrola em três atos: alvorada, cortejo e combate, e os espectadores não se permitem apenas assistir, não há fronteira ou espaço para o refúgio e a lei é a da performance e atuações viscerais de corpo inteiro presentes. Dessa forma, através dos brincantes, o embate entre os grupos procura transmitir saber social, memória e um certo sentido de identificação.

 

Na atividade será apresentado o que cerca esse universo expressivo cultural abrangendo a dimensão ritual na transmissão e a maneira concreta como esse mundo se expressa simbolicamente através da ação popular e coletiva que implica, necessariamente, a ênfase dos sentimentos e emoções experimentados pelos participantes nas representações de si e sobre o que fazem.

 

Com Mesalas Santos.


(Foto: divulgação)

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do inicio da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

 

Palestrantes

Paulo Dias

Paulo Dias

Percusionista, pianista e pesquisador na área de tradições musicais populares, com ênfase naquelas com forte presença centro-africana banto na Região Sudeste. Fundador e dirigente da Associação Cultural Cachuera!, voltada ao registro, divulgação e reflexão sobre as culturas populares brasileiras, com várias publicações escritas e audiovisuais, assim como a realização de eventos sobre o tema.
(Foto: Acervo Pessoal)

Mariana Francisca Martins Monteiro

Mariana Francisca Martins Monteiro

Professora de Artes Cênicas do Instituto de Artes da UNESP. Dedica-se à pesquisa das teatralidades populares brasileiras. Lidera o Grupo Terreiro de Investigações Cênicas: Teatro, Ritual, Brincadeiras e Vadiagens da UNESP. Autora de livros e vídeos documentários nesta perspectiva.

 

Monilson dos Santos

Monilson dos Santos

Ator (brincador) e comunicador social. Mestre em Artes Cênicas/UNESP-IA. Coordena as atividades da Associação Cultural Nego Fugido/BA. Integra o grupo de pesquisa Terreiro de Investigação Cênica, Teatro, Brincadeiras, Rituais e Vadiagem. (Foto: Acervo pessoal)

 

Leandro Morais Perez

Leandro Morais Perez

Ogã, percussionista, membro do Grupo Anima.
(Foto: Acervo pessoal)

 

Renato Ihu

Renato Ihu

Realiza pesquisas com comunidades tradicionais afro-brasileira do Sudeste. Trabalhou como técnico em audiovisual na Associação Cultural Cachuera! onde realizou pesquisa, gravação, catalogação e preservação do acervo audiovisual. Dirigiu e criou inúmeros documentários dentro da temática de comunidades tradicionais negras e cultura diaspórica afro brasileira. Como cantor atuou no espetáculo Ihu – Todos os Sons (2001), de Marlui Miranda e no Coral da USP.
(Foto: Acervo pessoal)

 

Mesalas Santos

Mesalas Santos

Doutorando em Antropologia Social IFCS/UFRJ. Mestre em Sociologia e graduação em Ciências Sociais. Desenvolve pesquisas sobre festas tradicionais, com ênfase na análise das expressões culturais, simbolismo e rituais, drama e performance, patrimônio, produção e gestão cultural. (Foto: Acervo pessoal)

Data

11/05/2015 a 14/05/2015

Dias e Horários

Segunda, terça e quinta, 19h às 21h40.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 
4º andar do prédio da FecomércioSP 
Bela Vista - São Paulo/SP

Valores

R$ 15,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 25,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 50,00 - inteira

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