Curso Presencial
Masculinidades em questão

Programa

Neste ciclo convidamos homens (mas não só) a se engajarem ativamente na produção de relações mais justas e cooperativas, a partir de um olhar que desestabilize preconcepções sobre o que significa ser homem. Transportamos para esta atividade nossa metodologia de grupos reflexivos de gênero, partindo da proposição de que "homens" - palavra e matéria - são, sim, território aberto a trânsitos e modificações, sendo permanentemente necessário produzir espaços nos quais tais trânsitos e modificações possam ocorrer.

Se colocamos as estatísticas em análise, a imagem que se apresenta é apenas uma: ela cristaliza uma relação de profunda intimidade entre as masculinidades e a violência. Engana-se aquele que acredita que tal violência é dirigida apenas às mulheres. Os homens matam, mas matam mulheres, homens e a si mesmos. Seu protagonismo se faz presente tanto nas violências contra as mulheres quanto nas violências contra outros homens e na ausência de um cuidado voltado a si. Eles se matam mais que as mulheres, tem uma expectativa de vida menor e se envolvem mais em acidentes (de trânsito e no trabalho).

A questão é: por quê? Que aprendizados moldam e moldaram tais experiências? Como nossos avós, pais e irmãos aprenderam formas de viver que os distanciaram do bem viver e da criação de laços de comunidade? É possível ensaiar novos passos em direção a uma sociedade mais justa? Que reflexões o pensamento feminista e antirracista ofereceu para que possamos redefinir o que significa ser homem e transformar as respostas não em uma via única.

Neste ciclo de encontros, buscamos evidenciar que os sentidos, as desigualdades e as violências que circundam homens, mulheres e outros sujeitos não são naturais e inevitáveis. Eles são social e culturalmente aprendidos e reproduzidos e, também por isso, podem ser questionados e revistos. Convidamos a todos a comporem esse processo no qual nos percebemos conjuntamente como parte importante nas ações necessárias para a transformação das masculinidades.

Programa:

7/11. Homem contra homem e homem com homem.
O primeiro encontro, além de prever um processo de identificação e reconhecimento do grupo enquanto grupo, darão espaço a uma reflexão sobre os impactos da masculinidade sobre a relação entre os homens. Falaremos tanto da violência que os homens praticam contra outros homens, quanto da cumplicidade masculina tão característica do silenciamento, frente a questões de desigualdade de gênero que afetam sobretudo as mulheres.

14/11. Onde dói nos homens?
No segundo encontro, convidaremos os homens a observarem a si mesmos e sua relação consigo mesmos, abordando de questões da saúde mental ao cuidado com a saúde física.

21/11. E as mulheres?
No terceiro encontro, olharemos para os lados, pensando como a socialização masculina afeta as mulheres e como os participantes se relacionam com as mulheres nos mais diferentes espaços (família, trabalho, rua e sociedade como um todo).

28/11. E aí? Para onde vai o homem?
No último encontro, será realizado o fechamento a partir de um balanço do ciclo de encontros e das expectativas com as quais os homens seguem no mundo.

Recomendamos o uso de máscara cobrindo nariz e boca.

Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, solicite pelo e-mail centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br, após a conclusão e efetivação do pagamento da sua inscrição, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.

As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 27/10 no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc ou presencialmente em qualquer unidade do Sesc São Paulo. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.

O pagamento pode ser feito através do cartão de crédito, débito ou em dinheiro. Trabalhamos com as bandeiras Visa, Mastercard, Elo e Hipercard.

Ao término do curso, você poderá solicitar sua declaração de participação pelo e-mail declaracao.cpf@sescsp.org.br
A declaração será encaminhada em até 30 dias

O cancelamento poderá ser realizado com até 48 horas antes do início da atividade, por email: centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br

(Foto: Marta Baião)

Palestrantes

Isabela Venturoza

Antropóloga, doutoranda (Unicamp) e mestra em Antropologia Social (USP). É pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre Marcadores Sociais da Diferença (Numas/USP) e do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu (Unicamp). É docente na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e diretora-presidente da ONG Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde.
(Foto: Acervo Pessoal)

Adão Monteiro

Ator, arte educador, mestre e doutorando em Artes Cênicas pela Escola Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) em Teoria e Prática do teatro. Atua também como facilitador na ONG Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde.
(Foto: Acervo Pessoal)