Atividades

Paisagens da Memória: Arte e Patrimônio

Mostra Audiovisual Internacional em Arqueologia - MAIA

Voltar para o início Mostra Audiovisual Internacional em Arqueologia - MAIA

Programa

Com três edições já realizadas no CINUSP, respectivamente em 2011, 2012 e 2013, a Mostra Audiovisual Internacional em Arqueologia (MAIA) abre-se como nova tela no vasto universo de interesse da arqueologia e das narrativas elaboradas sobre a humanidade. A ideia que anima a mostra é revelar a arqueologia não apenas enquanto disciplina entre as ciências humanas, mas, sobretudo, em seu potencial narrativo e simbólico. Ao abranger, no limite, tudo aquilo que desvela a própria existência cultural humana no tempo e no espaço - existência que constrói e habita paisagens - a arqueologia então se abre em múltiplas perspectivas, pelas quais (re)descobrimos e (re)construímos tantas e diversas histórias.


A mostra e ciclo de conferências buscam promover o debate amplo em questões contemporâneas relativas à memória social e ao patrimônio cultural humano a partir do mote da arqueologia, seja ela como ciência, seja ela como metáfora significativa ou mesmo enquanto símbolo presente em obras audiovisuais, inclusive experimentais.

Nesta nova edição da MAIA foram selecionados filmes sobre lugares e tempos distintos que possibilitam a reflexão sobre a memória abrigada em símbolos, ritos e paisagens, como as imagens ancestrais preservadas na Caverna Chauvet; o patrimônio histórico urbano de antigas cidades (Atenas, Palmira); a diversa paisagem cultural no Mediterrâneo; a interseção de universos (i)memoriais no Chile; a presença do passado humano na Amazônia; a importância do vídeo como instrumento de registro da cultura indígena.

Dos frágeis vestígios da expressão artística humana à destruição intencional do patrimônio histórico em tempos de guerra; das iniciativas de estudo e documentação ao uso de tecnologias de conservação; dos processos criativos na elaboração de narrativas audiovisuais sobre o passado à presença do antigo na paisagem contemporânea de lugares, o evento se articula com as narrativas em tela, cujo programa projeta experiências relacionadas à arqueologia, seja ela como ciência, seja ela como meio narrativo e expressivo da memória social em suas paisagens no tempo.

Apoio: Consulado da Grécia, Consulado da França e Institut Français.

Programação:
24/6 - Arquitetura, arqueologia, ancestralidade e novas tecnologias de preservação do patrimônio

10h às 10h15 - Apresentação MAIA

Paisagens da Memória: Arte e Patrimônio.

Andréa Nogueira, Luís Ludmer e Silvio Luiz Cordeiro.

10h20 às 11h15 - Projeção de documentário.

Les Génies de la Grotte Chauvet.

 

11h30 às 13h - Caverna Chauvet: Conservação e Estudo Científico.

Dominique Baffier

Mediador: Silvio Luiz Cordeiro.

A Caverna Chauvet, descoberta em dezembro de 1994 por três espeleólogos, é a caverna ornamentada mais antiga atualmente conhecida. A conservação excepcional de seus vestígios é devida a um antigo desmoronamento que bloqueou a sua entrada. Suas pinturas, mais de 420 representações animais de 14 espécies diferentes, pretas ou vermelhas, e suas gravuras são datadas de 36.000 anos. Muitos restos de ursos das cavernas, agora extintos, encontram-se espalhados pelo chão. Propriedade do Estado Francês, este notável bem cultural foi classificado pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade. A fim de conserva-la, a Caverna Chauvet nunca será aberta ao público, porém uma réplica fidedigna - Chauvet 2 - permite a todos de partilhar da emoção que se sente quando se está diante estas obras-primas da Humanidade.

 

 

15h às 17h - Patrimônio de Atenas e do Mundo: a Acrópole, seu Contexto Cultural e sua Proteção.

Vasiliki  E. Eleftheriou.

Mediador: Luís Ludmer.

A Acrópole permanece há séculos como um marco na paisagem urbana de Atenas, apesar das diversas transformações da cidade no tempo. Este sítio icônico, Patrimônio Mundial, em sua configuração monumental, recebeu as primeiras intervenções de restauro e conservação imediatamente após o estabelecimento do Moderno Estado Grego, no século XIX. Outras intervenções realizadas no início do século XX introduziram materiais incompatíveis, o que levou à necessidade de nova intervenção. Assim, desde 1975, a conservação e restauração dos monumentos da Acrópole têm sido executadas pelo Serviço de Restauração da Acrópole, sob a supervisão do Comitê para a Conservação dos Monumentos da Acrópole do Ministério da Cultura e Esportes da Grécia. As recentes intervenções nestes monumentos apoiam-se em base cientifica estabelecida de acordo com princípios éticos derivados das convenções internacionais, entre as quais, a Carta de Veneza. A conferência ilustra o contexto cultural da Acrópole e o processo de restauração e conservação de seus monumentos, enfatizando a documentação e as avançadas tecnologias utilizadas neste processo que se tornou um paradigma a outros projetos do gênero.

 

18h30 às 19h30 - Méditerranée: Notre Mer à Tous.

Projeção de documentário.

 

25/6 - Culturas e patrimônio ambiental, arqueologia e narrativas indígenas.

10h30 às 12h - Amazônia: uma Floresta Cultural.

Claide de Paula Moraes.

Mediador: Silvio Luiz Cordeiro.

 

Na Amazônia, a arqueologia vem fornecendo evidências de que as populações indígenas de períodos pré e pós-coloniais desenvolveram técnicas extremamente sofisticadas de interação com a floresta, aumentando a biodiversidade dessa região. Assim, 12 mil anos de ocupação humana da Amazônia produziram uma enorme diversidade social e cultural, com múltiplas formas de "existir" e de "pensar". A partir de dados arqueológicos de diferentes períodos, apresentaremos um panorama revelador da memória de outras paisagens construídas por antigos habitantes da floresta.

 

14h às 15h30 - Árvores e Outros Monumentos Arquitetônicos.

Paulo Tavares.

Mediador: Luís Ludmer.

A violenta expropriação de territórios indígenas nos tempos da ditadura militar no Brasil é tema presente nos estudos do arquiteto, desde de sua experiência no coletivo Forensic Architecture.

Tavares apresentará seu recente estudo, elaborado junto ao povo A’uwe (Xavante), que será submetido ao IPHAN e UNESCO visando o reconhecimento de certos padrões no território que definem uma paisagem cultural das aldeias A’uwe, abrindo-se assim caminhos para serem protegidas como patrimônio arquitetônico.

 

16h às 17h30 - Memória Indígena em Vídeo

Caimi Waiassé.

Mediador: Angela Pappiani.

Um relato ilustrado de sua experiência com o audiovisual, especialmente no uso da câmera de vídeo como instrumento de registro da memória de seu povo Awê Uptabi (Xavante).

 

17h45 às 18h30 - Darini: Iniciação Espiritual Xavante.

Projeção de documentário.

 

18h40 às 20h40 - Antiga Amazônia Presente.

Projeção de documentário.

 

26/6 – Uma nova cartografia sul-americana em construção: a memória como dispositivo em narrativas audiovisuais 

 

10h30 às 12h - Escavação da memória em paisagens mestiças: sons, imagens e ruínas na história do Brasil.

Silvio Luiz Cordeiro.

Mediador: Patrícia Pontin.

Das evidências de culturas paleoindígenas ao impacto dos tempos da colônia, um panorama da história humana no Brasil a partir de narrativas audiovisuais sobre ruínas que testemunham antigas paisagens.

 

14h às 15h30 - Fontes históricas, paisagens e artefatos: dispositivos narrativos na elaboração de memórias sobre o passado do Chile.

Luis Ludmer.

Mediador: Angela Pappiani.

O processo criativo do documentarista em sua recente produção audiovisual que incorpora evidências da arqueologia e etnografia de povos nativos do Chile.

 

16h45 às 18h15 - Sessão Especial de Encerramento

Patrimônio da Humanidade em Tempos de Guerra: o caso do sítio arqueológico histórico de Palmira na Síria.

Maria da Conceição Lopes.

Mediador: Silvio Luiz Cordeiro.

A partir da recente destruição de parte dos remanescentes arquitetônicos de Palmira, a arqueóloga apresenta uma reflexão sobre o patrimônio histórico urbano ameaçado por conflitos armados e a importância das ruínas como componente essencial da memória cultural da Humanidade.

 

18h30 às 19h20 - The Destruction of  Memory.

Projeção de documentário.

 

19h30 às 21h - O Botão de Pérola.

Projeção de documentário.

(Crédito: Acrópole de Atenas. Vista Oeste (1842) | Daguerreótipo Nº 49 | Joseph-Philibert Girault de Prangey | © Metropolitan Museum of Art – Arte: Silvio Luiz Cordeiro)

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, audiodescrição, entre outros, solicite por e-mail ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade. centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600

Palestrantes

Angela Pappiani

Angela Pappiani

Jornalista, escritora e produtora cultural. Trabalha já quase 30 anos com povos indígenas desenvolvendo projetos culturais que valorizam, afirmam e divulgam a tradição e o pensamento indígena. 

Escritora e organizadora da série Histórias da Tradição, que traz três livros de narrativas tradicionais realizados em parceria com os povos Xavante, Karajá e Mehinaku, editados pela Ikore, com apoio do Programa Petrobrás Cultural em 2014 e do Rumos Itaú Cultural em 2017.

(Foto: Acervo Pessoal)

Dominique Baffier

Dominique Baffier

Arqueóloga, historiadora, especialista em arte rupestre, integra a Equipe Científica da Caverna Chauvet e o Laboratório de Etnologia Pré-Histórica UMR 7041 ArcScan – Centre National de la Recherche Scientifique / Nanterre - França.

Vasiliki E. Eleftheriou

Vasiliki E. Eleftheriou

Arquiteta, engenheira, diretora do Serviço de Restauração da Acrópole (ΥΣΜΑ) do Ministério da Cultura e Esportes da República Helênica e mestre em Proteção de Monumentos pela Escola de Arquitetura da Universidade Técnica Nacional de Atenas, Grécia.

Luis Ludmer

Luis Ludmer

Arquiteto pela FAUUSP e doutorando pela mesma instituição, produtor artístico e documentarista, mestre em Cinema pela Vancouver Film School, embaixador da The School of Life no Brasil, membro do Conselho Deliberativo do Instituto Vladimir Herzog, diretor e roteirista em produções para TV.

Paulo Tavares

Paulo Tavares

Arquiteto, docente da FAU, doutor pela Goldsmiths e colaborador do coletivo Forensic Architecture. Explora o espaço e suas formas de representação como campos de relações de poder e conflito, mobilizando a arquitetura como instrumento de conhecimento e agenciamento cívico.

Caimi Waiassé

Caimi Waiassé

Educador A’uwe (Xavante) na Aldeia Etenhiritipá da T.I. Pimentel Barbosa, Mato Grosso. Participou de diversos projetos relacionados à cultura indígena. Produz e dirige documentários.

Claide de Paula Moraes

Claide de Paula Moraes

Arqueólogo, doutor docente do Programa de Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), coordenou o Laboratório de Arqueologia Curt Nimuendajú, e atua no levantamento e estudo de diversos sítios arqueológicos na Amazônia.

Patrícia Pontin

Patrícia Pontin

Historiadora e arqueóloga com pós-doutorado pela USP. Coordenou o Laboratório e Reserva Técnica do Centro de Arqueologia de São Paulo. Desenvolve projetos culturais e de educação patrimonial.

Data

24/06/2019 a 26/06/2019

Dias e Horários

Segunda, das 10h às 19h30.
Terça e quarta, das 10h30 às 21h.

As inscrições podem ser feitas a partir de 28 de Maio, às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

R$ 15,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 25,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 50,00 - inteira

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