Curso Presencial
O ancestral é agora: arte e cuidado em tempos de crises climáticas
Voltar para o início
Programa
A cosmologia ocidental eurocêntrica tem conduzido a vida para difíceis impasses. As crises climáticas se apresentam como desafio global para as próximas décadas. Embora saibamos que os povos racializados sejam os mais afetados e expostos a condições extremas, tal realidade vem exigindo a construção de novos imaginários, capazes de produzir alternativas que promovam um outro paradigma de sociedade que não seja a da predação da natureza.
A relação ancestral entre humanos e natureza (não-humanos), constituinte das cosmologias africanas e indígenas, nos ajuda a refletir criticamente sobre as noções ocidentais de indivíduo, corpo, território e cuidado.
Pois nessas cosmologias, a ancestralidade não está situada num tempo passado linearmente organizado. O ancestral é uma condição alcançada por pessoas que rompem a barreira do tempo por reunirem, ao longo de sua vida terrena, aspectos fundamentais de uma coletividade, ou seja, um ancestral é a expressão espiritual do modo de vida de uma coletividade.
A ancestralidade é, portanto, o conjunto de aspectos fundamentais de uma cultura preservada pelos ancestrais. Por isso, o ancestral é agora, ele é contemporâneo. Recorrer as ancestralidades africanas e indígenas para produzir respostas para o futuro não é o mesmo que buscar alternativas no passado, mas encontrar outros modos de produzir cuidado e conhecimento que são tão contemporâneos quanto o modo dito ocidental.
O manancial de tecnologias de cuidado ancestral não se encontra no passado ou no futuro, mas constituem parte da experiência contemporânea, no sentido de serem sempre uma experiência atual de abertura, em que as perspectivas africanas e indígenas produzem novos modos de vida que disputaram sentidos de cuidado, de corpo e de futuros possíveis.
Dentro de um giro decolonial, nos propomos a pensar, a partir das ancestralidades indígenas e africanas, os desafios do cuidado no contemporâneo e sua dimensão ecológica. Pensarmos o cuidado a partir de cosmologias que possam arguir o modo eurocêntrico de pensar a vida, num amplo espectro da relação com a arte, corpo e território, diante dos impasses gerados pelas crises climáticas. A inseparabilidade entre cuidado do corpo e cuidado do território está diretamente atravessado por um modo ancestral de pensar a relação entre humanos e natureza.
Programa:
29/11
19h às 21h - Mesa 1: Estética e ancestralidade como resistência ao fim do mundo
Com Kaka Werá e Tadeu de Paula.
30/11
10h30 às 13h - Mesa 2 - Racismo ambiental, cuidado e ecologia ancestral
Com Braulina Baniwa e Natália Dias.
As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 24/10 no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, através do app ou presencialmente em qualquer unidade do Sesc São Paulo.
Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.
O pagamento pode ser feito através do cartão de crédito, débito ou em dinheiro. Trabalhamos com as bandeiras Visa, Mastercard, Elo e Hipercard.
Ao término do curso, você poderá solicitar sua declaração de participação pelo e-mail declaracao.cpf@sescsp.org.br
A declaração será encaminhada em até 30 dias
O cancelamento poderá ser realizado com até 48 horas antes do início da atividade, por email: centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br
(Arte: Divulgação)
Palestrantes
Tadeu de Paula Souza
Professor do Departamento de Saúde Coletiva e da Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Bacharel e mestre em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense e doutor pela Universidade Estadual de Campinas. Coordena o grupo de pesquisa Egbé: racismo, clínica e políticas do comum, e o selo editorial Diálogos da Diáspora (Hucitec).
(Foto: Acervo Pessoal)
Braulina Aurora Baniwa
Indígena, antropóloga, mestre e doutoranda em Antropologia Social pela Universidade de Brasília (UnB), pesquisadora das áreas de sociobioeconomia, saúde, direitos indígenas e ambientais.
(Foto: Acervo Pessoal)
Kaka Wera Jacupe
Escritor, ambientalista e tradutor. É descendente do povo tapuia e acolhido pela comunidade guarani. Possui graduação em Filosofia e autor de 8 livros abordando filosofia e saberes tradicionais indígenas do Brasil.
(Foto: Acervo Pessoal)
Natália Dias
Advogada, especialista em direito e gestão ambiental. Integrante da Ambiafro.
(Foto: Acervo Pessoal)
Data
29/11/2024 a 30/11/2024
Dias e Horários
Sexta, 19h às 21h.
Sábado, 10h30 às 13h.
Curso Presencial
Inscrições a partir das 14h do dia 24/10, até o dia 29/11.
Enquanto houver vagas.