Atividades

Intelectuais e a Revolução Cubana

O debate político-intelectual e as redes transnacionais na América Latina

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Programa

Na América Latina, nos anos de 1960, socialismo e revolução foram fortes componentes do discurso intelectual e geraram grandes debates políticos que se estenderam pelas décadas de 1970 e 1980.

A experiência revolucionária cubana teve grande importância na politização e na ação intelectual de Julio Cortázar, Mario Vargas Llosa, Gabriel García Márquez e muitos outros que viveram intensamente o compromisso intelectual ao assumirem posições nas lutas políticas dessa época.

Participaram significativamente das discussões em torno da Revolução Cubana e da Revolução Sandinista, produzindo discursos de grande repercussão, que circularam em artigos, crônicas, novelas, cartas abertas e manifestos. O objetivo do curso será analisar a formação de uma rede intelectual latino-americana em torno de Cuba, e avaliar seu impacto no campo literário, mostrando como o "caso Padilla", entre outros acontecimentos, provocou a crítica e ruptura de muitos intelectuais com o regime revolucionário cubano.

Programa:
1. CUBA: a "Roma antillana"
Analisar como a Revolução Cubana "orientou" uma rede intelectual latino-americana de esquerda nos anos sessenta, a partir de uma "eficiente" política cultural que transformou a ilha em tema praticamente obrigatório para a intelectualidade de esquerda. Tal política cultural promoveu um intenso debate sobre o papel do intelectual e da literatura na (ou para a) revolução.

A Revolução Cubana foi importante para a politização e para a ação intelectual de Gabriel García Márquez, Mario Vargas Llosa e Julio Cortázar. Mostraremos em que circunstâncias eles aderiram ao processo revolucionário, as expectativas sobre a construção do socialismo na ilha, as primeiras impressões que tiveram sobre o regime cubano e seus dirigentes e, por fim, as primeiras críticas ao regime castrista.

2. As dissidências e os dilemas do compromisso: as complexidades do debate intelectual
Analisar como o crescente e intenso controle sobre o meio cultural em Cuba que culminou com o "caso Padilla" em 1971 levou o governo a promover um debate, mais rígido e condicionado, sobre a função do intelectual e da literatura, fazendo com que grande parte da intelectualidade latino-americana de esquerda repensasse a experiência cubana.

Neste contexto, analisaremos como se intensificaram, depois do "caso Padilla", as reflexões e as críticas de muitos intelectuais aos movimentos revolucionários e as esquerdas latino-americanas.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, audiodescrição, entre outros, solicite por e-mail ou telefone, com até 48 horas de antecedência do início da atividade. centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br / 11 3254-5600

(Foto: Divulgação)

Palestrantes

Adriane Vidal Costa

Adriane Vidal Costa

Doutora em História. Professora Adjunta no Departamento de História da Universidade Federal de Minas Gerais.
(Foto: Acervo Pessoal)

Bibliografia

CASTAÑEDA, Jorge G. Utopia desarmada: intrigas, dilemas e promessas da esquerda latino-americana. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
COSTA, Adriane Vidal. Intelectuais, política e literatura na América Latina: o debate sobre a revolução e socialismo em Cortázar, García Márquez e Vargas Llosa (1958-2005). São Paulo: Alameda Editorial, 2013.
CROCE, Marcela (Comp.) Polémicas intelectuales en América Latina: del "meridiano intelectual" al caso Padilla (1927-1971). Buenos Aires: Simurg, 2006.
GILMAN, Claudia. Entre la pluma e el fusil: debates y dilemas del escritor revolucionario en América Latina. Buenos Aires: Siglo XXI, 2003, p. 130-183.
LIE, Nadia. Casa de las Américas y el discurso sobre el intelectual (1960-1971).
In: Cuadernos Americanos, n° 29, vol. 5, set./out., 1991, p. 187-199.
MISKULIN, Silvia Cezar.
Os intelectuais cubanos e a política cultural da revolução (1961-1975). São Paulo: Alameda, 2009.
MOREJÓN ARNAIZ, Idalia. Política e polêmica na América Latina: Casa de las Américas e Mundo Nuevo. 326 f. Tese. Programa em Integração da América Latina, USP, São Paulo, 2004.
QUINTERO HERENCIA, Juan Carlos. Fulguración del espacio. Letras e imaginario institucional de la Revolución Cubana (1960-1971). Rosário: Beatriz Viterbo, 2002.

Data

08/04/2019 a 09/04/2019

Dias e Horários

Segunda e Terça, 14h às 17h.

As inscrições podem ser feitas a partir de 26 de Março, às 14h, aqui no site do Centro de Pesquisa e Formação ou nas Unidades do Sesc em São Paulo.

Local

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Bela Vista - São Paulo.

Valores

R$ 15,00 - credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 25,00 - pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 50,00 - inteira

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