O livro da vez: "Memórias Póstumas de Bráz Cubas"

Programa

Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação no ato da inscrição, com no mínimo dois dias de antecedência da atividade.

O objetivo da apresentação é mostrar como o espelhamento que Bráz Cubas produz sobre si mesmo, a partir da posição de morto, pode ser um empreendimento enriquecedor da experiência concomitante à deflação de ideais. O livro apresenta um trabalho de exageração do individualismo, similar ao que os teóricos da democracia e da institucionalização liberal tematizavam na aurora republicana. O plano narrativo do romance gradualmente revela-se em contradição com o discurso no qual ele está inserido. A fórmula mantém sua atualidade quando se discute as patologias do individualismo, e as relações entre egoísmo e narcisismo (amor próprio e amor de si).

Bráz Cubas consegue tratar do sofrimento sem produzir-se como vítima, nem como acusador escapando assim à retórica da culpa. Uma lição que guarda toda sua atualidade para os dias de hoje. Machado de Assis é contemporâneo de Freud e sua sensibilidade para realizar a anatomia do sofrimento humano, em uma perspectiva trágica, ainda não foi suficientemente examinada. Tentaremos mostrar isso veremos como os quatro modelos narrativos de sofrimento, que encontramos na psicanálise (1) perda da alma, (2) violação de um pacto, (3) objeto intrusivo e (4) dissolução de unidades simbólicas se apresentam sinteticamente na obra em questão de Machado de Assis.

As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.

(Ilustração: Capa do livro "Memórias Póstumas de Bráz Cubas")